quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Natal musical

Então, é Natal. E o que você fez? Não, eu não vou continuar com o cover que a Simone fez da música do John Lennon. Até porque não é do meu feitio escrever "você".

Eu me refiro à atitude de vocês em relação à trilha sonora do Natal. Afinal, é sempre a mesma coisa: Simone em versões natalinas, com prováveis participações de Sandra de Sá, pra depois emendarem com o cd "vIVANoel" do Ivan Lins, até que todo mundo esteja bêbado, não dê a menor importância à nossa sanidade musical e enfie um cd incrível do Terrasamba no micro-system. Porque, no meu tempo, se chamava de micro-system.

Bateu o desespero né? Pois acalmem-se, singelos gafanhotos. Estou aqui para ajudar vocês. Aqui vão algumas dicas cremosinhas e gostosas pra quebrar a rotina musical natalina e fazer todo mundo abraçar o Papai Noel como se não houvesse amanhã. Obviamente eu não vou disponibilizar os links pra vocês baixarem o cd, porque não quero que ninguém coma meu cu. Se contentem com essas dicas crocantes e se virem nos 30.


Ray Charles - The Spirit of Christmas


Ao longo desse post, vocês perceberão que há mais reis natalinos do que apenas Roberto Carlos. Eis um deles, o Ray. Ray Charles. Além de trocadilhos com nomes serem ótimos, nem mesmo a heroína impediu o cara de gravar esse disco para embalar nossos momentos de reflexão no início da noite natalina. E por favor, evitem dizer que o cara conseguiu gravar um belo cd natalino de olhos fechados. Não apenas pelo fato de humor negro não combinar com espírito natalino, mas também por que essa piada já tá velhinha. Eu acho. Porque confesso que acabei de pensar nela, sem nunca ter ouvido falar.


Emmylou Harris - The Christmas Album - Light of the Stable


Confesso que jamais ouvi esse álbum. Não conseguia achá-lo nem que a vaca tussisse em russo. Mas meu amigo Chapa fez ela tussir em russo, eu achei e já entrou na fila da minha playlist. Mesmo sem eu ter ouvido, é uma sugestão garantida da minha parte. Além de ser um dos maiores nomes da história do country, Emmylou Harris gravou um disco com Mark Knopfler, o soberbo "All The Roadrunning". E, se ela teve o cacife de gravar um disco com o dotô Mark, é óbvio que vale a pena ouvir um disco dela.


Elvis Presley - Elvis Christmas Album


A reflexão continua com outro rei, mas dessa vez é acompanhada pelo som da piazada incomodando loucamente, querendo abrir aos presentes enquanto pergunta se o Papai Noel já chegou. Além disso, aquela tia gorda que tá de olho em 70% do peru de Natal vai se distrair, lembrando como dançava demais ao som do rei do rock nos idos de Hebe Camargo jovem. Mais: esse disco está cheio de músicas pra dançar coladinho. É uma beleza se aquela prima gostosinha estiver na ceia.


B.B. King - A Christmas Celebration of Hope


Tá vendo? Quem pensava que o único Rei atendia pelo nome de Roberto Carlos, está enganado. Digo, lógico que Roberto é Rei, mas o especial dele nem anda tão especial assim. Afinal, não vou me surpreender se ele chamar o Marcelo D2 para um dueto no especial desse ano - que cai na noite da ceia - mas eu já tou enrolando pra dizer que tem gente que é mais que rei. B.B. King, por exemplo, é o vô que todo mundo queria ter. E é uma baita falta de educação não convidar o vô pra ceia de Natal - ainda mais se ele é o rei do Blues. Portanto, sejam educados. Ouçam o blues natalino do vovô mais bacana do mundo e aproveitem pra continuar dançando.


Twisted Sister - A Twisted Christmas


Convenhamos: a cerveja tá fazendo efeito há horas. Momento pro Twisted Sister. A família estará se encaminhando pro lado rock e música boa da força. E se o teu Natal terminar com mais confusão que filme da Sessão da Tarde, não culpem esses feiosos que ficam ainda mais feios quando se vestem de drag queens. A culpa é da cerveja na tia gorda. Certeza.

E um feliz natal pra vocês também.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Minha primeira vez

Diz o velho ditado: o primeiro a gente nunca esquece. Diz outro ditado: sempre há uma primeira vez pra tudo. E diz mais um velho ditado basco: irmãs são loucas.

Novembro de 1983. Era mais um ensolarado final de tarde na casa daquela feliz família, onde um bacuri havia chegado há menos de 1 mês. Pai e mãe degustavam uma cerveja preta estupidamente gelada, enquanto o bacuri recém nascido dormia gostosamente no carrinho de bebê que estava na sala, tendo seus sonhos com a então gostosinha e famosa guria de "A Lagoa Azul" interrompidos pela irmã 5 anos mais velha, que ora visitava os pais na cozinha, ora acordava o guri na sala.

Gole de cerveja vai, gole de cerveja vem, irmã vai, irmã vem, e lá pelas tantas a guria tava, literalmente, molhando o bico - que em outras querências chamam, viadamente, de chupeta. O bico molhado não tardaria a fazer efeito na guria, que ficou ainda mais elétrica. Deste modo, provavelmente o guri não conseguia sonhar com outra coisa que não fosse a própria cerveja preta. Afinal, sonhar era tudo o que ele conseguiria fazer com uma cerveja preta naquela altura da vida.

- Pai, coloca um pouco aqui na mamadeira?

Excelente idéia! Papai deve ter colocado talvez 1 ou 2 goles no recipiente infantil. Foi o suficiente. Conversa vai, conversa vem, cerveja idem, irmã idem. Com a mamadeira.

Vazia.

- Tava bom, filha?
- Ô.

Foi uma das primeiras lições na vida da guria: cerveja preta é boa. Mas se tem algo tão forte e marcante quanto as primeiras lições na vida de uma pessoa, esse algo é o instinto materno.

Filha vai. Filha vem. Molha o bico. Filha vai. Filha vem. Molha o bico, chupa o bico. Filha vai, filha vem, pede cerveja na mamadeira. Filha ganha cerveja na mamadeira, vai, 2 minutos, filha volta com a mamadeira vazia.

- Vou olhar o Júnior - pensou mamãe. Júnior era o recém nascido. 20 dias.

E mamãe se assustou. Júnior descansava com uma linda gosma preta vomitada a seu lado. Nem água ele tomava! Será que o leite materno estava adulterado? Estaria cheio de anabolizantes ou transgênicos? Que horror, que tragédia!

Mamãe levantou Júnior do carrinho. Foi o que bastou pra receber um sonoro arroto na cara, com um indefectível bafo.

- Filha, tu deu cerveja preta pra esse guri?
- Ah mãe, ele tava com sede...

E naquele fim de tarde, a justiça se fez. De forma igualitária, todos degustaram cerveja preta.

De modo que, dos ditados que eu citei no primeiro parágrafo, apenas 1 é falso. Eu não lembro do meu primeiro porre. Minha irmã me deu muita cerveja preta na oportunidade.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A burrice humana é algo que nos diverte quando é realmente séria. Qualquer um sabe disso. Até mesmo Renato Russo, que cantava "vamos celebrar a estupidez humana". E vejam como ele era burro: com essa frase, ele queria posar de cult e de jovem revoltado ao mesmo tempo.

Não vou falar de burrices cotidianas, como relatar perda de documentos na polícia e achar os mesmos documentos 2 minutos depois. Burrices sérias estão em um nível tão estratosférico que poderiam, com um simples estalar de dedos, desempregar todos os palhaços de circos do mundo ao mesmo tempo.

Afinal, no quesito "fazer rir", o mexicano Marcelino Castro, morador da Califórnia, desbanca qualquer palhaço circense com um pé nas costas. Era 20 de fevereiro de 2006 quando este cidadão casado, então com 42 anos, resolveu sair da sua rotina sexual. Bem, na verdade não se sabe se ele resolveu sair da rotina ou seguir na rotina. O fato é que Marcelino resolveu usar um vibrador. E seu apego pelo vibrador foi tão forte que o aparelho resolveu trancar dentro dele. Mas bem, tudo certo até aí, afinal, cada um na sua. Tenho um amigo estudante de Medicina que já me relatou casos de atendimento onde o paciente dizia "é que eu tava fazendo um sanduíche, e aí a mandioca escapou".

Só que o acontecido assustou Marcelino. Assustou de uma tal forma que ele resolveu mentir para o seu chefe, dizendo que havia sido estuprado por dois grandes samoanos negros, que o estrangularam e doparam. Quando ele acordou, estava com as calças arriadas. O relato causado pelo medo de Marcelino assustou também o chefe, que resolveu chamar a polícia ao local do "crime", o que fez com que Marcelino contasse a história para mais 11 pessoas. Investiga daqui, investiga dali, e obviamente o relato de Marcelino não bateu com 1 décimo da verdade. A polícia descobriu a mentira de Marcelino, cuja burrice não parou aí: ele recebeu 12 acusações por falso testemunho - uma para cada pessoa que ouviu a lorota. Tá achando que acabou? Que nada. O cara teve que restituir o Estado em 30 mil dólares. Marcelino deve estar pensando até hoje na quantidade de vibradores que pode comprar com esse dinheiro.

Burrice aliada à vagabundagem também dá caso de polícia. O bom nesse caso é que os policiais podem rir um pouco. Em 2007, na cidade de São José do Rio Preto, um cidadão resolveu roubar uma oficina mecânica. Aparentemente ele estava com fome, porque depois de separar tudo o que iria roubar, ele viu que tinha carne na geladeira e ainda achou uma churrasqueira e carvão. E pelo visto o churrasco demorou a ficar pronto, porque a polícia chegou e acabou com tudo. Inclusive com o roubo.

Já em Louisiana, Estados Unidos, um ladrão provou que ficar na escola assistindo aquela aula chata de matemática não era o seu forte. Seu plano para assaltar uma loja de conveniências era pedir troco para uma nota de 20 dólares. Quando a atendente abriu a caixa, o gênio sacou o revólver e exigiu o dinheiro da moça. E assim se fez: o cara fugiu levando os 15 dólares que havia no caixa, deixando os 20 dólares que ele tinha no bolso. Robin Hood morreria de desgosto.

Aliás, essa é a premissa de qualquer assaltante: uma pequena lojinha. Se tiver algum movimento, melhor: talvez ele saia com alguns celulares a mais. Foi isso que um larápio cabaço fez nos Estados Unidos. Para o seu primeiro assalto, ele escolheu uma lojinha bacana, com algum movimento, coisa e tal.

Coitado, tão inexperiente... a loja era de armamentos. E estava cheia de clientes, todos armados. A polícia estava parada exatamente em frente à loja, e lá dentro estava um policial fardado. Assustado, ele berrou "hands up!" e disparou um tiro. Foi o que bastou pro guri virar uma peneira e ter sua vida de crimes encerrada de uma forma tão breve quanto inesquecível, já que ele foi parar no conceituado Darwin Awards.

O Darwin Awards é uma premiação que nos brinda com as fatalidades mais desgraçadamente burras do mundo e onde o padre dos balões foi imortalizado há pouco tempo. Ele faz companhia a um cidadão que, em 28 de março de 1993, resolveu jantar guascamente um prato de feijão e repolho. Bucho cheio, ele foi dormir em seu quarto com portas e janelas bem trancadas e vedadas. E foi lá dentro que o estômago do guri resolveu produzir o metano nosso de cada dia. Por causa da janta, a cota de metano produzida foi muito acima do normal. E ele morreu dormindo, sufocado em uma nuvem de peido. Talvez tenha sido o suicídio mais científico da história.

E há burros na Argentina também. No oitavo andar de um prédio de Buenos Aires, um casal estava brigando loucamente, quando o marido resolveu arremessar a mulher pela sacada. Sortuda como ela só, a guria caiu em cima dos fios de energia elétrica e não morreu.

Logicamente o marido não ficou contente pela incompetência em arremesso de esposa. Ou quem sabe ele se empolgou com a idéia e quis fazer igual à ela. Bem, o fato é que o cara se jogou da sacada - não se sabe se tinha a intenção de completar o serviço ou de salvar a mulher, num ímpeto de arrependimento. Mas aconteceu que o jumento errou o alvo e se espatifou no chão, enquanto a mulher conseguiu se safar por uma sacada vizinha, com ferimentos leves e sem marido. Felizmente ou infelizmente.

O que eu quero dizer com esse texto é que há burrices muito maiores do que trancar o carro com a chave dentro ou escovar os dentes com Hipoglós. Portanto, fiquem tranqüilos. Basta rir um pouco.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Guerra sonora

Aí eu tou lá com a Elisha Cuthbert, quando um martelo bate e interrompe o beijo. Outra martelada e a Elisha Cuthbert pergunta "o que houve?", enquanto veste a calcinha. Uma seqüência de 3 marteladas e eu acordo às 7 e meia da manhã de sábado. Sem a Elisha Cuthbert.

O que fazer? Simples: recorrer ao arsenal.


Mötley Crüe - Shout At The Devil


Não se deixem levar pelas aparências. Esses caras com jeito de traveco incomodam muito. Afinal, Tommy Lee e sua turma convidaram um mendigo loiro que jamais soube cantar pra ser vocalista da banda, e isso ajuda demais. Nem mesmo Mick Mars, o guitarrista-múmia, perdoa. É uma arma e tanto.


Skid Row


Skid Row é uma bela arma. Além do fato de estourar os tímpanos alheios, a ginástica é garantida com a vontade incontrolável de praticar air-guitar. Lá pela sétima faixa, Youth Gone Wild, a dor nos braços é normal. Portanto, não se assustem. Pelo menos os vizinhos e pedreiros já estarão extremamente putos da vida.


Grave Digger - The Grave Digger


Os riffs pesadíssimos dessa banda alemã de true brutal esquarteja fuckin' heavy metal atordoam o vizinho logo na primeira faixa, "Son Of Evil". Com mais ou menos 2 minutos de música, o vizinho já terá pronunciado cerca de 3 toneladas de palavrões e ficará rouco e louco, fazendo-o desistir de incomodar. Melhor: ele ainda terá que agüentar petardos como "The Grave Digger", "Spirits Of The Dead" e "King Pest". É realmente uma das armas mais cruéis, senão a mais.

Aliás, percebam os nomes das músicas. Cara, "Son Of Evil"! Tem noção? Eu não sei como ainda me mantenho um guri bonzinho e sutil.


Nelson - After The Rain


Sim, eu sou um guri bonzinho e sutil. A prova é essa arma branca, leve, feliz e dançante. Nenhum pingo de malvadeza. Mas cuidado: a ausência de um cavanhaque malvado em quem usa essa arma pode acarretar uma fama de viado.


Judas Priest - Painkiller


Esta é uma arma clássica. Barulhenta como poucas, tem um vocalista viado, mas muito malvado. Ele anda de motoca cara! E canta "Painkiller" e segue com "Hell Patrol". Não há furadeira que agüente.


Deep Purple - Burn


O pedreiro ao lado usa muita motosserra? Essas marteladas não te deixam dormir? O rádio deles está sintonizado na Alegria, que toca sucessos de Leandro e Leonardo?

O negócio é BUUUUUUUUUUUUUUUUUUURN!


Pantera - Vulgar Display of Power


Prestem atenção na capa e no título. É exatamente isso: uma vulgar demonstração de força. A bomba atômica sonora. E como uma bomba atômica, é sempre necessária. Dimebag Darrell neles.


O incrível cd da vingança


Tá afim de economizar armas? Tá afim de ser verdadeiramente CHATO?

Pois eis a arma perfeita. É um kit completo. Vem com sons de furadeira, festa com 200 pessoas, buzina de trem, boliche, cachorro triste, alguém andando de salto alto pela casa... o cardápio é extenso. São 20 músicas agradabilíssimas, que se tornam melhores ainda com o uso do recurso "repeat".

Tem até um casal gozando loucamente, mas esse aí não vale muito a pena. Eu fiquei com a impressão que a mulher fingiu mal demais, e isso pode ser motivo de risada pros pedreiros.

Bem, deve ter o seu valor. Se a mulher da gravação tiver a voz da mulher do pedreiro, por exemplo.

Afinal, guerra é guerra e vice-versa.

sábado, 29 de novembro de 2008

Mãe, me dá uma Mansão Playboy?

Gurizada, essa crise mundial tá forte mesmo. Não sei se vocês viram, mas o Hugh Hefner, 82 anos, fundador da Playboy, terminou um dos seus namoros. E dane-se que a notícia tenha quase 2 meses. A Dercy Gonçalves tava aí até bem pouco tempo atrás e todo mundo achava bacana.

Mas bem, finjamos estar lidando com um grande Lego e vamos por partes. Em primeiro lugar, como já falei, a crise tá braba. Afinal, um dos namoros de um grande empresário terminou quando essa crise mundial estava fervendo.

Eu não sei de quem partiu o pé na bunda, mas convenhamos que é bastante plausível pensar que o fim desse relacionamento se deu por causa da crise mundial. Se a iniciativa partiu dele, indica um providencial corte de gastos no setor particular da sua vida, com a finalidade de manter sua economia estável. Mas se aconteceu o contrário e a iniciativa partiu dela, indica que a previsão é que o empresário passará por momentos de escassez econômica, e as festas na Mansão Playboy serão muito mais... tímidas, digamos.

Mas deixemos a crise de lado e passemos à outro ponto: mais de um namoro pressupõe mais de uma sogra. A menos que algumas dessas sogras estejam mortas, a conclusão que eu chego é que o cara certamente tem uma paciência muito maior do que a de Jó, porque eu imagino o tamanho das reclamações vindas de sogras que têm como genro o dono da Mansão Playboy - cujas festinhas fazem qualquer filme pornô serem meras e inofensivas passagens bíblicas. Além disso eu nem conheço esse Jó e sequer sei se o cara sabia jogar Paciência.

Enfim, deixa eu continuar. É analisando uma notícia dessas que percebemos ser meros e fedorentos mortais. O cara terminou um dos seus namoros.

Captaram a idéia do singular em meio ao plural da frase? Pois é. A imprensa noticiou o fim de UM DOS NAMOROS do cara, e tenho certeza que ele não sofreu a mais ínfima represália por parte de suas outras namoradas. Sugiro uma experiência aos leitores e leitoras que possuem um relacionamento extra-conjugal: cheguem em casa e anunciem que terminaram um dos seus namoros. Depois do acalorado debate no aconchego do lar, pensem o que poderia ter acontecido se esse anúncio tivesse ocorrido na imprensa.

Eu imagino que, com muita sorte, dormiria dentro de um vaso sanitário.

"Mas, como eu já disse antes, ela é o amor da minha vida, e eu espero passar o resto da minha vida com ela", completou ele sobre a namorada de 29 anos.

Nesse caso, o amor tardou, falhou, mas trouxe uma recompensa. Vejam:

Na semana passada, segundo a revista 'People', ele foi visto com duas gêmeas de 19 anos, Kristina and Karissa Shannon. "Bom, elas querem ser namoradas e na atual circunstância, elas provavelmente serão minhas namoradas".

Insisto: somos meros, cagados e fedorentos mortais. Qualquer pessoa normal mal conseguiria manter dois namoros - um sem saber da existência do outro. Hugh Hefner não. O cara namorava TRÊS e uma pulou fora, sobrando apenas duas. Tadinho do véio. Vocês não ficaram com pena deles? Pois em substituição à que pulou fora e como uma forma de ser consolado em um período de dor de cotovelo, entram duas IRMÃS GÊMEAS. Dada a idade dele (82) e a delas (19), isso é um incesto com uma leve pitada de pedofilia. E pior: ele tinha três, ficou com quatro e continuou com três sogras, enquanto eu iria me consolar em um boteco qualquer com uma mísera cerveja, afinal eu mal teria dinheiro pra duas. Assim, até muçulmano fica com inveja.

Vou ali tirar umas fotos de mulheres peladas pra ver se tomo jeito na vida.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Chinese Democracy

Rapaz, o mundo da música tá balançando. Não bastasse a Ângela Bismarchi virar cantora, o Chinese Democracy, finalmente, foi lançado. Eu, que sempre falei que o Chinese Democracy seria um álbum póstumo do Axl Rose, queimei a língua.

Pra começo de conversa, chamar o Chinese Democracy de disco novo não é certo. Um negócio que passou mais de 15 anos sendo produzido e que tá pra ser lançado na semana que vem há pelo menos 10 anos não pode ser considerado exatamente "novo". Meus caros, eu escutei o Chinese Democracy. Eu venci o meu medo e escutei esse disco. Não estou me gabando disso, porque se gabar de escutar um álbum recém lançado em tempos de internet é uma coisa bem retardada. E aos que me chamam de "corajoso", meu primeiro comentário é: eu preferia continuar com o medo, em nome da minha infância.

Não quero aqui dar uma de velho saudosista, mas desde que eu sou piá meu sonho é sair de uma minúscula Igreja no meio do casamento do meu amigo, ir pro meio do deserto e, depois de tocar aquele solo, emendar a Sweet Child O' Mine. Uma pequena mistura, mas essa foi minha infância feliz.

Eu não vou disponibilizar os links aqui porque já teve cara sendo preso por isso. Parece que a acusação vai ser tráfico gratuito de entorpecentes, mas não sei bem se é verdade. Sim, é óbvio que o álbum vazou - inclusive a arte da capa. E é óbvio que eu baixei. E é óbvio que eu vou deletar. É como achar um filhote de arara azul na rua e trazer pra casa. A gente vai deixar o bicho em casa e esperar o Ibama chegar pra comer o rabo de todo mundo? É lógico que não.

A propósito, araras azuis do mundo, perdoem-me pela comparação. Não quis ofender.

Enfim, não é por medo eu vou deletar o álbum deste computador, e sim por consciência. Em um grande e esforçadamente bondoso resumo, o disco é um projeto solitário e megalomaníaco para causar inveja a meros mortais. Nós, meros mortais, não temos nem 10 reais pra gravar um álbum e sequer conseguiríamos chamar o Chimbinha pra uma participação especial. Axl Rose, por sua vez, gasta mais de 13 milhões para gravar um disco, que conta com a participação de Brian May. E simplesmente caga para essa participação, porque resolveu não colocar nada da participação do cara no disco. Imagino que o pensamento do Axl nessa hora foi "Brian não foi meu amiguinho como o Sebastian Bach, então nada feito." Sendo assim, Axl deixou Sebastian Bach dar uma ou duas tossidas no álbum todo.

Axl mostra ainda que saber cantar é um fator puramente secundário. Vez ou outra ele lembra o Axl de 20 anos atrás, mas parece que faz questão mesmo é de soar como uma gralha recém nascida e desafinada, que diz "mãe, olha só, estou cantando!", de modo que uma mãe em sã consciência responderia "cala a boca e vai estudar, guri".

As guitarras do disco são um caso à parte. Foram praticamente um "American Idol", só que de guitarra. Dois terços da população estadunidense gravaram as guitarras. Há músicas gravadas por CINCO guitarristas, coisa de fazer inveja a Slipknot. Em alguns momentos Robin Finck, Buckethead e Ron 'Bumblefoot' Thal tentam mostrar seus talentos (e o fazem muito bem), mas nesses poucos momentos eu cheguei à conclusão que Axl dialogava com um pedaço de pizza portuguesa.

- Essa guitarra tá ficando bacana.
- ...
- Pô, muito bom.
- ...
- Vou colocar uns lances eletrônicos aqui pra estragar essa porra.

Eu não vou me ater muito a comentar cada faixa, mesmo porque não quero aumentar meu trauma. Mas o fato que mais me chamou a atenção é que Street of Dreams me soou como uma tentativa de renascer a clássica Estranged. De modo que, em uma comparação aproximada, essa tentativa de resgate é o mesmo que tentar renascer Leonardo da Vinci usando o cérebro de Adolf Hitler.

E, apesar de tudo isso, esse disco foi lançado. O que acabou com parte da minha infância - talvez por erro meu, porque eu não consegui ouvir o disco sem pensar que aquele cara era frontman da primeira banda que ocupou este coraçãozinho róquenrôu que vos escreve.

Ou seja, ele é Axl Rose e nós somos um bando de cagados. E agora eu vejo que é bastante lógico ele ter demorado pra lançar esse disco. Eu também sentiria vergonha e insegurança de lançar um negócio desses.

Pra quem não é o Axl Rose, mas mesmo assim é um rockstar em decadência, esse álbum é uma boa dica. Dica de "disco que eu não devo lançar se quiser recuperar ao menos dois quinhentonésimos do prestígio que eu tinha".

Ou mesmo dica de "disco que eu preciso gravar e mostrar pra Ângela Bismarchi se ela quiser fazer um dueto comigo".

domingo, 16 de novembro de 2008

Bunda

Há certos fatos da vida que nos fazem perceber que o mundo tá complicado, muito complicado. "Você sabe que o mundo está de pernas pro ar quando o melhor rapper é branco, o melhor golfista é negro, a França acusa os EUA de serem arrogantes e a Alemanha não quer ir à guerra", diz o velho ditado. Mas já faz tanto tempo que eu não tenho notícias do Eminem que eu acho que essa frase já está louca de ultrapassada.

Eu prefiro analisar a complicação do mundo de outro ponto de vista. Da bunda, mais precisamente.

A bunda é universal. É quase que nem gosto, mas a frase sobre gosto envolve um local mais específico. Há quem diga que quem manda no corpo, de fato, é a bunda. Parece que, nos primórdios da humanidade, a bunda reclamou para si o poder de mandar no corpo. Braços, pernas, cérebro, coração, todo mundo caiu na gargalhada. "Ah, é?", disse Dona Bunda, "vocês vão rir?" Então Dona Bunda passou 2 semanas em greve de evacuação. E, hoje, todo mundo respeita a bunda.

Tanto é verdade que Gretchen se tornou famosa por causa da bunda. Sua companheira de Era Paleolítica, Rita Cadillac, também. No mesmo bonde (só que da década passada) estão Carla Perez, Scheila Carvalho, Sheila Mello, Feiticeira, Tiazinha e tantas outras pessoas que, juntas, fariam Albert Einstein ter 3 infartos fulminantes em meio minuto - e pelas mais diversas razões.

Percebam que a bunda é muito mais que uma descarga de dejetos ou uma possível visão bonita. É uma possibilidade de ascensão social. Carla Perez jamais ficaria rica depois de tirar primeiro lugar em um vestibular pra faculdade de Medicina, onde descobriria a cura do câncer e da AIDS ao mesmo tempo. O melhor é que há espaço para qualquer tipo de bunda triunfar, ganhar seu lugar no sol e deixar de ser apenas mais uma bunda virada pra Lua. Até mesmo as bundas feias. Mulher Melancia tá aí e não me deixa mentir.

Como qualquer questão social, a bunda já está se elitizando. Eis, por exemplo, o caso da pelotense Melanie Fronckowiak. Ela é neta de Diosma Nunes, uma vereadora local ainda mais antiga que Rita Cadillac e Gretchen. Diosma exerceu o cargo de prefeita da cidade enquanto o imperador Fetter II estava licenciado no primeiro turno. Só por aí já dá pra se perceber o sangue azul que tem a bunda de Melanie.

Mais alarmante que o fato de ela ser minha conterrânea e eu não conhecê-la pessoalmente (e isso não é alarmante, é uma lástima) é o fato de ela ter vencido um concurso internacional de bunda mais bonita.


Prêmio justíssimo, diga-se de passagem


Se vocês não entenderam, eu explico: o concurso foi realizado na capital francesa, Paris. Melanie, pela sua vitória, engordou os bolsos com 15 mil euros e assinou um contrato com uma agência de modelos. Por outro lado, Mulher Melancia fez sucesso nas bocadas do Rio de Janeiro, assinou 15 mil contratos com a Playboy e comprou casas, carros, roupas e tá louca de famosa.

Ou seja, o mundo está, de fato, de pernas (e bundas) pro ar.

Só me resta uma dúvida: caso Melanie negue uma entrada por trás, ela pode ser processada por abuso de autoridade?

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Terra e trote - O Troteador da Noite - Final

Epílogo: após ter perdido de perfect, Pequeno Garoto seguiu o conselho da Pópis, prima do Kiko e amiga do Chaves, e por telefone contou tudo para a sua mãe.

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A tarde se passou. Quando chegou em casa, Pequeno Garoto se deparou com a mãe. Nesse momento moradores da região afirmam tê-los visto conversando. Fofoqueiros que são, não resistiram e pararam para escutar a conversa, que aqui será transcrita.

- Guri, um plano maquiavélico bolei. O front assumirei e a batalha vencerei. A tudo observarás e com minha vitória aprenderás. Depois, torna-te quem és.
- Quem sou, mamãe?
- Sois o escolhido. Batalhas com Maléficos Espíritos do Tele-Atendimento devereis travar, em nome do bem da humanidade.
- E qual é o plano?
- Observai.

Mamãe Titular da Conta percorreu o velho caminho telefônico. O encontro com o META Terra não tardou a acontecer. Algumas testemunhas oculares se negam a noticiar o fato, por temerem represálias.

ROUND 4, FIGHT!

- Boa tarde, eu gostaria de cancelar minha assinatura, meu CPF é 123456789-0 e vou cancelar porque VENDI O COMPUTADOR.

A tática era perfeita. O golpe em caps lock, forte e decidido, típico de Mamãe titular da conta, cambaleou o META Terra. Vitória sacramentada? Jamais. O META é conhecido por suas táticas cruéis de tortura e combate. Pequeno Garoto observava tudo e fazia anotações num rolo de papel higiênico. Mamãe Titular da Conta continuou:

- Siiim, eu já sei das vant... o quê?! Que preço é esse? Mas eu pago mais que isso! Como assim? Que trapaça é essa?

Foi um contra-golpe duro do META Terra, que ninguém esperava. Não existe adversário bobo, como dizia Zagallo na Copa de 1913. E META jamais seria bobo, mesmo que a frase de Zagallo seja uma mentira. Os combatentes estavam em igualdade agora, e Pequeno Garoto já havia abandonado as anotações. O papel higiênico com suas anotações (como foi dito na primeira parte) está guardado a sete chaves.

- Não mesmo! Vocês não avisaram! Que absurdo é esse? Não tinha propaganda nenhuma! - agora era Mamãe Titular da Conta que estava cambaleante. O golpe foi duríssimo. META Terra estava em clara vantagem, prestes a ganhar a guerra. Pequeno Garoto quis intervir, mas Mamãe Titular da Conta não permitiu. Com uma garra incontestável, retrucou:

- Isso é um absurdo! E mesmo assim, eu não posso mais fazer uso! Eu não tenho mais computador! EU O VENDI!

A repetição do primeiro golpe atinge em cheio o focinho de META Terra e surpreende a todos. Ela cai, já agonizante. Após uma nervosa pausa, Mamãe Titular da Conta se pára a rir, já triunfante. Pequeno Garoto ri junto, lembrando das piadas que o Casseta & Planeta fez há algum tempo com telefonistas e pensando: "Aquilo é real!".

META não admite a derrota e o fim da guerra, com vitória dos assinantes. Mamãe Titular da Conta tem uma bela atitude desportiva e tenta consolar a derrotada:

- Minha querida, eu não tenho mais computador. Não há mais como eu fazer uso da internet. Imprima o protocolo.

A telefonista admite a derrota. A guerra acabara! Os assinantes suaram, mas venceram! A vitória foi comemorada com uma cerveja estupidamente gelada. O copo na mão foi o desfecho da transformação de Pequeno Garoto, segundo a vizinha da esquina.

- Aprendei, Pequeno Garoto: em duelo contra um META, mentir necessário é. Tal como da cara deles rir. Eles te obrigaram a isso.
- Eles me obrigaram a isso. ELES ME OBRIGARAM A ISSO.
- Agora vá. Torna-te quem és: o Troteador. Lutai contra os METAs do mundo.
- Já vou. Só deixa eu dar uma olhadinha no Orkut. Minha internet é nova e rápida, sabe cumé.

Para alguns, lenda. Para outros, realidade. Uma pessoa, que prefere se manter anônima, afirma:

Eu vi o Troteador da Noite. Fiquei com muito medo, mas eu ri. Ele tomou meu celular e duelava contra o Maléfico Espírito do Tele-Atendimento Terra. Esbravejava por não ter acesso a alguns canais de televisão e eu ri. Foi horrível.


Lenda ou não, os serviços de tele-marketing jamais foram os mesmos.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Terra e trote - O Troteador da Noite - Parte III

Epílogo: por intermédio de um celular, Pequeno Garoto resolveu ligar do local de trabalho para o Maléfico Espírito do Tele-Atendimento Terra. Para isso, tinha em mãos a Carteira de Identidade da mãe, onde podia ver o número do CPF dela. Pequeno Garoto foi zombado por seus inferiores do trabalho, o que, segundo algumas pessoas, ocasionou mais transformações. Seus dentes começaram a se mostrar.

Pequeno Garoto já não era mais o mesmo. E nunca mais seria. O sangue que corria em suas veias pensava apenas em vingança contra a META. E ele percorreu o velho caminho telefônico.

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ROUND 3, FIGHT!

- Toninha do Diabo, em que posso ajudá-lo?

"Não sei. Liguei só pra ver como era. Tem compromisso pra essa noite?", pensou.

- Eu quero cancelar minha assinatura.
- Qual seu nome senhor?

"Não interessa, eu só quero cancelar essa bodega."

- Pequeno Garoto.
- Qual seu CPF senhor Pequeno Garoto?
- 123456789-0. Mas não é meu, é da minha mãe, que é a titular da conta e...

Sinceridade, esta maldita.

- Nesse caso é necessário que a titular da conta entre em contato senhor.
- Mas ela já me autorizou e não entende bulhufas disso e...
- Ela precisa saber das vantagens que vai perder e...

"Te como o cu a seco."

- Não tem como ser por mim? Tem certeza? Já estamos conscientes das incríveis super baita vantagens que perderemos e...
- Só com a titular da conta senhor.

A sinceridade ainda lhe mataria. Era a primeira lição que aprendia após a transformação. Há quem diga que foi nesse momento que Pequeno Garoto demonstrou interesse em adotar uma postura ébria, que seria parte da sua imagem no futuro.

- Ok, depois eu ligo.
- Terra agra...

Desligou. E perdeu o terceiro round de perfect.

(continua)

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Terra e trote - O Troteador da Noite - Parte II

Epílogo: Pequeno Garoto ligou para o Maléfico Espírito do Tele-Atendimento da GVT, que nem foi tão Maléfico assim. Com uma objetividade surpreendente, disseram que eles realmente dão acesso à internet, mas não dão e-mail. "Ok", pensou Pequeno Garoto, "eu não uso o e-mail do Terra mesmo."

Já eram 13:15. Pequeno Garoto começou a desconfiar que não teria tempo de navegar na sua nova e rápida internet antes de ir para o trabalho.

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ROUND 2, FIGHT!

- Rosicleide da Night, em que posso servi-lo?

Batatas fritas ao molho madeira.

- Eu quero cancelar minha assinatura.
- HMMMMMMMMMMMMMMMMMM. Qual seu nome senhor?
- Pequeno Garoto.
- Certo. E por qual motivo você quer cancelar a assinatura senhor Pequeno Garoto?
- Porque eu adquiri ADSL e...
- Ok senhor, vou localizar seu cadastro, aguarde um instante.

Foi um instante de 5 minutos, os quais Pequeno Garoto não fez nada além de esperar e coçar o saco.

- Senhor, você é o titular da conta?
- Não, é a minha mãe, que já me autorizou a fazer o cancelamento.
- Posso falar com ela?
- Na verdade ela não entende disso e...
- É que eu preciso falar com ela porque ela tem que confirmar e eu quero trocar uma receita de bolo com ela e...
- Manhêêêêêêêê...

Ela deu o CPF e depois de outro instante de 5 minutos, heroicamente, conseguiu cortar a telefonista para me passar o telefone. Sem ter trocado a receita de bolo.

- Olha senhor você precisa de um provedor de acesso para...
- NÃO! - exclamou Pequeno Garoto - Acabei de ligar para a GVT, eles disseram que me dão o acesso.
- Certo senhor mas o senhor é um antigo assinante e vai perder certas vantagens como...
- Eu sei, já estou consciente disso, só quero cancelar a...
- Certo senhor mas é que é preciso que eu lhe deixe consciente que você vai perder as vantagens...

Testemunhas oculares afirmam que foi nesse momento que a transformação começou. O cabelo de Pequeno Garoto começou a ficar desalinhado e ele bufava um pouco.

- Moça, eu sei de tudo isso! Eu só quero cancelar, e, se puder ser rápido, vou agradecer, porque eu tenho que ir trabalhar!
- Eu compreendo senhor mas é que você precisa ficar consciente dos serviços perdidos e é necessário imprimir o protocolo e eu ainda quero a receita de bolo e...
- Puta merda! Desculpa. Olha, depois eu ligo! Eu preciso ir trabalhar!
- Senhor vamos imprimir o protocolo e a receita do bolo eu quero...
- DEPOIS! Estou atrasado! - retrucou Pequeno Garoto, já ciente de que não poderia navegar na sua nova e rápida internet.
- Como quiser, senhor. Terra agrade...

Desligou. E perdeu o segundo round.

(continua)

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Terra e trote - O Troteador da Noite - Parte I

(Da série "Lendas Urbanas")

Um trote telefônico pode ser definido de muitas maneiras. Pode ser engraçado, criminoso, até mesmo estranho. Mas o que há por trás de um trote? Qual a origem deste ato tão vil, esta agressão telefônica?

Esta é uma história baseada em fatos reais. Testemunhas juram ter visto a transformação daquele pequeno garoto, que naquela tarde linda e ensolarada de quinta-feira necessitava cancelar a assinatura discada de um provedor internético, pois sua conexão havia evoluído para banda larga, vinda de um outro provedor. O que fazer? Ligar para a Central do Assinante do tal provedor e dizer: "não quero mais brincar".

Uma tarefa aparentemente simples. Mas o pequeno garoto, desconhecendo o Maléfico Espírito do Tele-Atendimento (META), não sabia o que o aguardava. O trecho a seguir é uma transcrição fiel dos escritos do pequeno garoto, guardada a sete chaves por uma das testemunhas:

Fiz minha primeira tentativa. Liguei pra lá. Após ouvir a mensagem robótica, escolhi a opção desejada. Depois, outra. E depois outra. Segui em frente. Virei à direita e segui 3km após o pedágio. Com o telefone ainda no ouvido, me perdi. Resolvi refazer todo o caminho. Eles me obrigaram a isso.


O documento choca pela crueza e brutal realidade, portanto a transcrição será interrompida. Há quem diga que ele refez o caminho mais duas vezes, porque o espírito maléfico e perigoso dos tele-atendimentos desligou o telefone na cara do pequeno garoto, após dizerem "Para cancelar a assinatura, é necessário que o titular da conta entre em contato, tendo em mãos o seu CPF. Obrigado."

Apenas na terceira tentativa, depois de mentir cruelmente que era o titular da conta, o pequeno garoto conseguiu estabelecer o primeiro contato com o META. Eram 13:05. Inocente, o pequeno garoto acreditava que ainda haveria tempo para navegar na sua internet banda larga até 13:30, quando deveria ir para o trabalho.

ROUND ONE, FIGHT!

- Zé da Silva falando, em que posso ajudar?

O pequeno garoto ficou pensando por que eles perguntam isso, se ele tinha escolhido a opção de cancelar a assinatura. "Olha, eu digitei essa opção de cancelar a assinatura, mas na verdade eu quero saber onde consigo batatas fritas ao molho madeira pelo preço mais barato."

- Eu queria cancelar minha assinatura do Terra.
- Hmmmmmmmmmmm. Ok. Qual seu nome senhor?
- Pequeno Garoto.
- Certo. Senhor Pequeno Garoto, porque deseja cancelar a assinatura do serviço?
- Porque eu adquiri uma linha ADSL, e me falaram que eu não preciso mais desse provedor.
- Hmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm. Certo senhor. Olha senhor na verdade é necessário ter um provedor de acesso para que sua linha funcione e...
- Pois é, mas a GVT dá esse acesso à internet.
- Certo senhor mas é que é necessário um provedor de acesso que...

Parecia surdo, coitado.

- Olha, a GVT DÁ esse serviço!
- Certo senhor. Você é o titular da conta?
- Não, é a minha mãe. Peraí que eu vou chamar ela.

Chamou.

- Olá. (tempo) Sim, eu sou a titular. (tempo) Pois é, a gente assinou ADSL. (tempo) Meu CPF é 123456789-0. (tempo) Não, olha... peraí, eu não... ei, quem entende disso é meu filho! Peraí...

De olhos arregalados, a mãe entregou o telefone.

- Senhor Pequeno Garoto?
- Sim, sou eu...
- Olha senhor na verdade devido à alta da bolsa de Nova Iorque o pregão de São Paulo caiu a 10% e a padaria fechou hoje cedo então você PRECISA de um provedor e pelo que vejo o senhor já é cliente antigo e perderia todas as vantagens desta velha assinatura e...

A falta de vírgulas nas frases do META Terra, segundo relatos, é fiel ao fato. E sua lábia era boa. Fez o Pequeno Garoto acreditar que a GVT tinha lhe passado a perna.

- Eu vou ligar pra GVT então e depois falo com vocês.
- Certo senhor mas olha é bom que vocês continuem com a assinatura do Terra porque os serviços que o Terra oferece são realmente muito bons olha eu mesmo gosto muito de futebol e vejo os gols pelo Terra Gol não sei se tu gostas de futebol teve um gol que eu não vi na TV e aí eu vi no Terra você viu?

O Pequeno Garoto não desconfiou da tática do META Terra. Jurou que o atendente morreria afogado na própria voz.

- Hã... eu... ligo... depois...
- Certo senhor Terra agradece sua ligação tenha uma bo...

Desligou. E perdeu o primeiro round.

(continua)

sábado, 18 de outubro de 2008

Parabéns!

Da série "coisas para dizer quando se quer sacanear alguém que te parabeniza no dia 18 de outubro":

- Obrigado, mas eu não sou médico.
- Obrigado, mas eu não sou pintor.
- Obrigado, mas eu não sou o Garrincha.
- Obrigado, mas eu não sou o Chuck Berry.
- Obrigado, mas eu não sou o Jean-Claude Van Damme.
- Obrigado, mas eu nunca entrarei na menopausa.

Obrigado pelo post, Wikipedia!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Eles estão vindo

Estão dizendo por aí que hoje é o grande dia. Hoje acontecerá algo muito mais empolgante do que o seu time anunciar a contratação do Zidane, e quase tão empolgante quanto anunciarem que o quilo da erva-mate ficará 80% mais baixo. Hoje, 14/10/2008, receberemos provas de que não estamos sozinhos no universo.

É isso aí. Os ETs estão chegando. E dessa vez parece que é sério. A australiana Blossom Goodchild - que aparentemente não tem nada a ver com o seriado - se diz capaz de manter comunicação com extraterrestres. Em uma das comunicações, ela dá a primeira prova de veracidade disso tudo, transformada em vídeo no YouTube - a melhor forma do fato chegar ao conhecimento dos brasileiros. Confiram:



Se essa história for falsa, o vídeo se tornará um sucesso nas raves de todo o mundo. Quiçá do universo.

A segunda prova de veracidade vem da NASA, a agência espacial estadunidense. Eles cancelaram uma missão que aconteceria justamente hoje. Se os etês não aparecerem, acho que a NASA será acusada de fazer uma brincadeira de mau gosto com os ufólogos de plantão.

A terceira prova de veracidade é, para mim, a mais importante de todas: o boato, aparentemente, NÃO partiu do orkut. Essa comunidade está entupida daqueles joguinhos mais divertidos do que ver a grama crescer, enquanto essa outra está com míseras 10 pessoas. Já esta aqui parece estar treinando para fazer a cobertura virtual 24 horas de um Big Brother Brasil.

De qualquer jeito, hoje é o dia. E, até agora, os futuros amigos de Steven Spielberg ainda não apareceram. Eu estou aqui cogitando os motivos do atraso:

- Congestionamento: o tráfego intergaláctico está intenso. Eles pegaram a VL-886, sabidamente a mais utilizada por cometas e asteróides. VL, para quem não sabe, é uma sigla para "Via-Láctea".

- Acidente no percurso: o Chapolim Colorado parou em Tangamandápio e tomou umas e outras. Saiu embriagado dirigindo seu aerolito e acabou batendo na nave que está vindo aí. E o socorro mecânico está demorando a chegar.

- Acidente no percurso II: não foi exatamente um acidente. Mas que um parafuso perdido do Hubble deve ter furado o pneu deles, isso deve.

- Pouso em Saturno: ninguém resiste às belezas naturais dos anéis de Saturno. Os extraterrestres aproveitaram a viagem para tirar umas fotos por lá. Parecem que vão colocar no álbum do orkut.

- Pouso em Saturno II: a viagem é longa e somente Papai ET tem carteira de motorista intergaláctica. Eles pararam em Saturno para ele poder descansar. Em seguida retomarão o percurso.

- Pouso em Saturno III: eles aproveitaram a passagem em Saturno para degustar um delicioso Cheese 6 Anéis. E uma Coca-Cola Light.

- Erro de percurso: eles dobraram errado na quinta estrela e pararam para pedir informações ao Padre dos Balões. Como ele não sabe utilizar o GPS...

- Sem atraso: nós, terrestres, é que somos muito apressadinhos e ansiosos.

sábado, 11 de outubro de 2008

Divórcios

Nigeriano aceita se divorciar de 82 de suas 86 esposas

Mimimi, tomou vergonha na cara, blábláblá, finalmente.

Juro que sinto pena dele. Imagina ter que pagar pensão pra todo mundo?

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Final do primeiro tempo

Apitou o árbitro! Não sei como foi aí na sua cidade, caro (e)leitor, mas cá em Pelotas teremos segundo tempo. Fernando Marroni, do PT, e Fetter Jr., do PP, disputarão quem é que melhor diz "eu é que tô certo, seu babaca".

Não sei como é em outras cidades, mas por aqui temos candidatos* que começam a trabalhar somente em ano de eleição. É uma coincidência muito grande, não acham? Eu acho. E passei a achar mais ainda depois que aboli as palavras "obra" e "eleitoreira" do meu dicionário.

Continuo sem saber como é em outras cidades, mas por aqui não temos eleitores propriamente ditos. Aqui temos torcida. O mais bacana é que os candidatos* entram na onda: um deles, com um simples "olá", seguido de um sorriso e um aceno de mão é capaz de molhar as calcinhas das groupies. Eu chego a lembrar da disputa do Ídolos. Pelas ruas podemos ver que atorcida está muito apreensiva, querendo convencer que "meu candidato é mais bonito e fez muito mais dentro da casa". Qualquer semelhança com o Big Brother Brasil não é mera coincidência.

É uma torcida apaixonada. Saem às ruas com bandeiras, rostos pintados e se jogam na frente dos carros, sorridentes. Uns suicidas felizes, praticamente terroristas suicidas - só que sem bombas. Senhores, lhes agradeço a atenção de tentar limpar o pára-brisa do meu carro com suas bandeiras, mas é desnecessário. Há poucos dias levei-o em um lava-jato. Ademais, se eu acabar atropelando um de vocês, a culpa será das suas bandeiras. Pior: seus candidatos não me pagarão nem uma Coca-Cola, quanto mais o conserto da lataria que vocês amassarão com seus corpos-defuntos.

Aqui em Pelotas, o último colocado entre os prefeitos se chama Jesus. Ele não é líder dos Democratas e nem dos apóstolos, mas sim do grande PRTB - ele teve incríveis 265 votos. Fico com pena do cara, porque eu conheço cachorros que tem mais amigos no orkut do que esse cara teve de votos.

Dá até pra pensar que Pelotas é a imagem da decadência do cristianismo. Uma das candidatas a vereadora se chama Chiquinha. Ela é louca de famosa na cidade por ter um serviço de tele-mensagem ao vivo. Sabem aquelas carros de som que os amigos chamam quando querem fazer um aniversariante passar vergonha? Então. A mulher se fantasia de Chiquinha e leva uma mensagem de feliz aniversário a qualquer canto da cidade, enquanto canta, dança e rodopia com os aniversariantes e seus amigos - mesmo que o aniversariante tenha 70 anos e uma labirintite aguda.

Enfim, a Chiquinha teve 283 votos. E quando uma personagem do Chaves tem mais votos que o filho de Deus, é sinal que o cristianismo está sucumbindo.

Ainda nos vereadores, dois candidatos tiveram 0 voto. É isso mesmo: nem os próprios caras votaram neles. Sinceramente eu não fico impressionado, porque eu acho que eles abandonaram a candidatura sem tirar seus nomes da disputa. Eu me preocupo mesmo é com dois candidatos que tiveram apenas 1 voto.

Não digo que eles estavam esperando se eleger, mas acho que esperavam pelo menos o apoio de mais alguém da família. Se eles têm pais, amigos, cônjuges, familiares ou afins, certamente sentiram o poder da rejeição agora.

E o mais triste é que não terão o salário de vereador para pagarem o tratamento psiquiátrico.

* Não vou citar nomes, afinal dizem que o TSE tá de olho na internet. Inclusive acho que acabaram de adicionar uma vizinha no orkut.

sábado, 4 de outubro de 2008

Rapadura

Não são todas as pessoas do mundo que têm a sorte que eu tenho: possuir um grupo de amigos ímpar, que esbanja qualidade e um talento avassalador para produzir demências que se tornam clássicas com o passar dos tempos. É muita rapadura pra um único grupo de amigos.

Não serão todos que entenderão o real sentido do termo "rapadura" no parágrafo acima, e é aí que eu me refiro: sou um cara de muita sorte. O grupo de amigos ao qual pertenço evoluiu tanto que rapadura, para nós, é muito mais que um simples doce de amendoim, ou leite, ou feijão com aspargos. É pensando naqueles que não entenderam que eu escrevo este post.

A rapadura sobre rapaduras é tão clássica que sua origem é duvidosa. Dizem alguns velhos sábios dos botecos pelotenses que um jovem consumiu 1 quilo de rapadura de origem duvidosa, sofrendo uma overdose diabólica. Tudo para o pobre jovem era rapadura e ele acabou no hospital. Os médicos até hoje duvidam de sua palavra, que jurou por sua magreza que não havia utilizado nenhum tipo de droga. Ilícita, ao menos.

Porém, outras pessoas dizem que rapadura era o que um cidadão alegou ir pegar na geladeira, quando sua tentativa de pegar uma cerveja foi censurada. Então ele voltou ao sofá com uma rapadura da marca "Skol".

Rapadura é um termo muito flexível. Pode ser utilizado tanto em um lugar qualquer quanto em qualquer lugar. Vamos a um exemplo retirado do cotidiano:

- E aí, qual é a rapadura?
- Tem uma rapadura lá na rapadura. Eu não vou, pois tenho tenho que fazer umas rapaduras da rapadura, senão não vou ficar bem na rapadura.
- E aquela rapadura, deu certo?
- Não. Nem liberou a rapadura.

Percebe-se claramente o significado de cada rapadura. Inicialmente, o primeiro cidadão pergunta se há alguma boa opção de lazer. O segundo cidadão responde que sim, há uma boa festa na avenida, mas que não vai por ter trabalhos da faculdade a realizar, receoso de ter um mau desempenho naquela matéria.

Posteriormente, o primeiro cidadão indaga ao amigo se aquele flerte com a morena escultural deu bons resultados. O amigo responde que não, e acrescenta que a vagabunda nem quis trepar.

Experimentem ir à padaria e pedir 4 rapaduras. Se o padeiro te der 4 pães, a rapadura está disseminada por todo o território nacional.

Caso contrário, deve significar que o padeiro não é meu amigo.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Tá na marca fatal

Talvez vocês não saibam, mas na minha juventude futebolística eu era alguém equivalente ao David Beckham. Cobrava no máximo duas faltas por jogo e fazia todo mundo acreditar que eu era craque. A diferença é que, ao contrário do Beckham, eu nunca fui exatamente bonito ou rico casado com algo que sobrou das Spice Girls.

Os caminhos da vida me afastaram dos campos e me colocaram na condição de ex-futuro craque, coisa bastante comum no Brasil. Qualquer comentarista de futebol é um ex-futuro craque: entende pra dedéu do esporte e sempre faria melhor do que um jogador profissional, mesmo que a barriga denuncie que o cara sempre foi uma desgraça esportiva completa.

Como um comentarista ex-futuro craque, seguidamente eu paro pra pensar bobagens. Tipo, vocês já pararam pra pensar o que aconteceria se o Maradona ainda estivesse na ativa? Seguidamente eu paro pra pensar nisso. Até parece que eu não tenho mais o que fazer.

Maradona é a personificação da polêmica. E eu penso que, se ele estivesse na ativa, conseguiria ser ainda mais polêmico.

Uns dizem que o Maradona foi um dos melhores jogadores da história. Eu discordo, em parte. Na minha opinião, ele corria incansavelmente atrás de uma branca - que era a bola. Lá pelas tantas parava de correr, chutava a tal branca - que era a bola - e dizia "Quer saber? Eu nem queria te usar mesmo."

Don Diego se juntaria à outra polêmica atual: parar. Não estou falando da branca - que era a bola -, seja lá qual for o sentido que vocês deram pra esse termo. Falo da hora da cobrança do pênalti.

O pênalti é um momento mágico do futebol. Diz o velho ditado que "é tão importante que deveria ser batido pelo presidente do clube", de onde se deduz que, em caso de jogos entre seleções nacionais, o pênalti deveria ser batido pelo presidente do país. E aí teríamos um cardápio de grandes batedores de pênalti: Lula, Hugo Chávez, Bush, Evo Morales, Nicolas Sarkozy... será que Maradona deixaria Cristina Kirchner bater uma penalidade?

Pênalti glorifica heróis, cria mitos e vilões. Foi de pênalti que Pelé marcou seu milésimo gol, do mesmo jeito que Romário marcou o seu centésimo tento, ao qual ele acrescentou um zero e chamou-o de "milésimo gol". E foi por causa daquele inesquecível pênalti de Roberto Baggio que Galvão Bueno criou o bordão-berrão "É tetra" e se transformou na mala mística que é.

Pênalti é praticamente uma arte. Porque há diversas formas artísticas de se cobrar um pênalti. A minha preferida é aquela onde o jogador corre de um jeito que a gente pensa que ele vai dar uma paulada, mas ele dá um mísero e humilhante toquezinho. Há também a paradinha, imortalizada pelo já citado Pelé.

Mas, como qualquer outra arte, o pênalti também tem seus hereges. Atualmente, os jogadores fingem que chutam para que o goleiro caia para um lado e, assim, batem no outro. Eu chego a torcer para que esses jogadores quebrem o pé na hora da cobrança, mas isso nunca acontece.

Dizem que isso é uma paradinha, mas não é. Isso é uma canceladinha. Isso é coisa de quem não domina a arte de cobrar pênaltis. Até Martin Palermo faria gol com canceladinha. E olha que, se pênalti fosse religião, Palermo poderia ser queimado em praça pública.

Estou pra dizer que até Cristina Kirchner acertaria um pênalti com canceladinha em um Brasil x Argentina.

Isso se o Maradona deixasse, claro.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Dica para a vida

Dizem que errar é humano. Mas insistir no erro é burrice. Escrevo este texto para que vocês, nobres leitores, não continuem cometendo o erro que cometi por mais de 20 anos.

De minha parte, eu culpo essa sociedade hipócrita, individualista, capitalista e, enfim, todos esses clichês que socialistas ultra-radicais vociferam após ler 2 parágrafos de um texto de Karl Marx e ter a patética certeza de que estão prontos para mudarem o universo. É um clichê, mas é um clichê metido a sabichão, não acham?

É, eu também não. Mas como diz o ditado, "se a culpa é minha, eu posso jogá-la em quem eu quiser". Belas palavras, Homer Simpson.

Enfim, não quero que aconteçam com vocês o que aconteceu comigo. Como eu dizia, eu culpo o universo inteiro por jamais terem me recomendado Dire Straits. São mais de 20 anos sem prestar atenção nessa banda, vocês acreditam?



Eu sei que vocês já ouviram Dire Straits. Não venham com "não tenho certeza disso, baixinho". Sultans Of Swing, Money For Nothing, Walk Of Life e Your Latest Trick já passaram pelos ouvidos de vocês, podem ter certeza. Sabem aquelas músicas que bastam 2 segundos ouvindo os acordes pra berrar "PORRA, EU LEMBRO DISSO!"? Então.

Mas Dire Straits é muito mais que isso. Dire Straits é uma dessas bandas britânicas que têm vergonha da atual cena do rock daquele país, onde o Oasis é inexplicavelmente cultuado. Os caras surgiram pro mundo em 1977 e no ano seguinte lançaram o soberbo álbum auto-intitulado. E aí foi só alegria.


Olha aí a capa da belezinha


Pouco mais de 5 anos depois, eu nasci. Que alegria! Menos de 2 anos depois do meu nascimento, o insanamente soberbo "Brothers In Arms" foi lançado.



Percebam que a minha chegada a este mundo se confunde com a vida desta banda. Logo, não há explicações plausíveis para que apenas em 2008 eu passasse a dar a devida atenção auditiva à guitarra de Mark Knopfler. Espero que vocês tenham entendido o porquê de eu colocar a culpa nos outros. Não sejam como eu, crianças.



E se esse vídeo ao vivo de Brothers In Arms, com 08 minutos e 13 segundos de duração, não lhes arrepia a alma, comecem a se preocupar.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Quando a vida imita a arte

Carteiro esconde mais de 20 mil cartas na Alemanha

Um escocês que trabalhava como carteiro na cidade de Frankfurt, na Alemanha, pode ser processado por ter deixado de entregar cerca de 20 mil cartas, informaram fontes policiais.


É que... eu quero evitar a fadiga...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Casamentos famosos

Pelo visto maio deixou de ser o mês das noivas e passou a bola para setembro. Nesse mês se tornou oficial: o time de casados daquele futebolzinho do fim de semana acaba de ganhar o reforço de Juliana Paes e Sandy - sem Júnior. Parece que o próximo passo da cantora é ter filhos. E claro, declarar que continua virgem.

Esses casamentos têm vários componentes intrigantes. Por exemplo, enquanto os mortais esperam o sábado sem expediente no trabalho para casar, famosos casam em dia de semana. Juliana Paes escolheu uma terça-feira e livrou os convidados de ficarem em casa vendo Casseta & Planeta, enquanto Sandy escolheu uma sexta-feira e deixou seus convidados sem verem o Globo Repórter com a pororoca da semana.

Outra coisa bacana de ver nesses casamentos famosos é a educação de todos os envolvidos. Não basta pedir que os convidados não tirem fotos. Tem que contratar uma equipe de segurança que encarne um espírito de polícia rodoviária federal e reviste todos os bolsos, bolsas, porta-luvas e porta-malas em busca de um aparelho que sirva para tirar fotos. É uma disputa ferrenha para ganhar o prêmio "Inconveniência do Casório": de um lado, convidados loucos para fazerem um dinheiro e uma média com revistas como "Contigo!" e "Tititi"; de outro, anfitriões querendo mostrar qual casamento proíbe mais.

Mas o que mais me intriga nos matrimônios dos famosos é a lista de presentes. Acho que essa é uma regra sem exceção: se há um casamento de famoso, o que mais me intrigará será a lista de presentes. Eu lembro de um casamento do Roberto Justus, o terceiro dele naquela semana: na lista de presentes constava uma garrafa térmica de 2 mil reais. As garrafas térmicas que eu já comprei custam no máximo 40 reais, e admito, são umas tremendas porcarias. Mas mesmo assim, o mínimo que eu exijo de uma garrafa térmica de 2 mil reais é que ela aqueça e esfrie a água em 2 segundos por um comando de voz. "Térmica, aquece a água". "Térmica, esfria a água".

Li que a Juliana Paes não fez muitas exigências exorbitantes em relação aos presentes. Quase achei que ela é humilde, mas esse pensamento se escafedeu da minha cabeça quando vi que na lista de presentes do seu casamento consta um conjunto de 12 sousplats, que nada mais é do que um prato que fica embaixo do prato que a gente come. Bizarro né? A criatura vai comer em um prato e deixar um segundo prato embaixo de tudo. Tem louco pra tudo.

Principalmente pra pagar R$ 4.788 numa demência dessas. É, teve alguém que comprou isso pra ela. Instantaneamente eu pensei naquelas esposas que ganham carros de luxo de homens que esperam obter alguns favores em troca e... enfim.

A lista também inclui um espremedor de laranja de R$ 1.025,90. O que um espremedor de laranja desses faz? Adoça o suco sozinho? Planta a semente, cuida da laranjeira e colhe o fruto sem precisar da ajuda humana? E o que dizer de um balde de gelo inox no valor de R$ 255,90? Nada, mas eis uma dica: Juliana, uma caixa de isopor custa uns 20 pila.

Sandy Virgem e Lucas Lima não deixaram pra menos na sua lista de presentes. Incluíram um abridor de latas no valor de R$ 81,90. Além de abrir a lata automaticamente, esse abridor deve arremessar a lata direto no lixo. Tem também um liquidificador de mais de 500 reais, que deve vir com lâminas da espada Hanzo do Kill Bill. Deve picotar até pensamento. Essa lista de presentes é tão avacalhada que não se sabe se o item mais caro custa 17 mil ou 4 mil reais. O item em questão é um faqueiro, mas não é um faqueiro qualquer: é um faqueiro de prata.

Comer com talheres de prata deve dar um brilho especial aos dentes, além de não prejudicar as cordas vocais - o que é bastante importante para um casal de cantores.

A todas essas eu agradeço não ter sido convidado para esses casórios. Não iam me deixar entrar com uma câmera fotográfica, que eu usaria pra tirar fotos e extorquir revistas de fofocas.

Sem uma câmera eu mal teria dinheiro pro táxi. Que dirá pra um presente pros pombinhos.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Informações umbiguistas

Só pra vocês ficarem informados, este que vos escreve agora também é colunista/colaborador do blog Amigos de Pelotas. Todas as quintas-feiras vai ter texto meu por lá. A coluna se chama "Olho de lince", o que eu achei muito engraçado, por sinal.

Minha estréia oficial foi semana passada com esse texto, onde eu analiso os últimos acontecimentos da Universidade Federal de Pelotas com muito carinho. Bem, um carinho do meu jeito, né?

Hoje já tem outro texto, publicado com um atraso louco de bacana, e é sobre inteligência e afrodisia, coisas que não têm a menor relação uma com a outra, como todo mundo sabe.

Pra quem não acompanha o Amigos de Pelotas, eu já tinha textos publicados por lá. Esse aqui vocês já conhecem, mas eu sou um jacu e não contei aqui no blog. Estou contando agora para encher lingüiça e pra esse parágrafo ficar maior.

E para aqueles que têm memória de peixe, esse texto foi o primeiro de minha autoria a ser publicado por lá. Eu já contei isso pra vocês, mas conto de novo pra fazer outro parágrafo um pouco maior.

No mais, te cuida Diogo Mainardi.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Fim do mundo

O mundo vai acabar. Dessa vez não é nenhuma previsão da Mãe Dináh, nem do Nostradamus, tampouco de ambientalistas. A previsão, dessa vez, parte de nós, meros mortais, diante de tantos termos exóticos: prótons, quarks, hádrons, megajoules e eu vou parar por aqui porque esse é um blog de família. Vejam mais aqui e aqui.

Segundo cálculos feitos com o meu nulo e bisonho talento matemático, essa é a décima oitava vez que o mundo vai acabar nos últimos 20 anos. Portanto, tenho experiência para falar que, nesses momentos, é comum pensar em o que fazer e o que não fazer durante o tempo que nos resta de vida. Uns pensam em estupro, outros em assassinato, enquanto outros têm sonhos mais modestos. Apenas xingar o vizinho lhes satisfaz.

Mal sabem que vão ter que encarar o vizinho amanhã.

Como sou um homem livre, tomei a liberdade de pensar o que aconteceria se o mundo tivesse acabado agora há pouco, coisa de uns 15 ou 20 minutos antes de eu ter escrito esse parágrafo. Não exatamente no momento do fim do mundo, mas no que as futuras baratas arqueólogas pensariam ao encontrar os meus restos mortais.

As três baratinhas, com pós-doutorado em arqueologia em sabe-se lá qual universidade que vai existir depois do fim do mundo, confabulariam. Uma quarta baratinha, mera estagiária, apenas observa.

- E aí?
- Levando em conta a posição da ossada, creio que ele estava aguardando algo.
- Aguardando?
- Sim. Essa posição é muito serena.
- E o que seria isso?
- Papéis com desenhos. Coloridos. Muito bem conservados.
- Talvez ele estivesse lendo.
- Então passaríamos a considerar que pertence a uma civilização que sabia ler.
- Ou apenas ver as figurinhas.
- C-E-B-O-L-I-N-H-A. Anota isso. Vamos procurar nos arquivos se há alguma receita primitiva com cebolinha em conserva.
- Então isso é um primitivo livro de culinária ilustrado.
- Exatamente. Ainda assim, não dá pra descartar que ele estivesse aguardando algo.
- E isso em seu membro superior, o que é?
- É estranho, posso dizer.
- Sim.
- Bastante.
- Talvez um primitivo aparelho de comunicação.
- Um aparelho de comunicação para alguém que olhava figurinhas e aguardava algo.
- Não esqueçam que a entrada deste cubículo estava fechada.
- Lembrando disso e juntando um aparelho de comunicação, o que podemos pensar?
- Tudo! Pois somos livres para pensar e...
- Não viaja.
- Ok.
- Enclausurado e com um aparelho de comunicação. Talvez estivesse cercado por alguém e o aparelho de comunicação serviria para buscar ajuda externa.
- Brilhante! Certamente se escavarmos mais, encontraremos mais ossadas!
- Ou não. Seu antagonista pode ter fugido e abandonado-o a própria sorte.
- Não muito feliz, a meu ver. Esquecemos das figurinhas. C-E-B-O-L-I-N-H-A... E-L-A-D-O...
- Pelado?
- Talvez. Denota vulgaridade.
- Culinária vulgar. Temperariam pelados com cebolinhas?
- Um povo primitivo?
- Com a infinidade de aparelhos que observamos aqui, talvez.
- Vejam. Formas estranhas metalizadas.
- Estranhas, mas bem definidas
- Eles já dominavam o metal pelo visto.
- Há uma infinidade de objetos menores. Não só metal.
- Isso é madeira fossilizada?
- Aparentemente sim. O estranho é que possui formas bastante definidas. Pelo visto também tinham domínio de técnicas de corte.
- Eram civilizados.
- Mas vulgares. Pelados com cebolinha?
- A posição da ossada é que me é estranha. Não concordam?
- Concordo.
- Também concordo. Caríssimos, temos um excelente objeto de estudo e análise. O que acha, estagiário?

E ele responde:

- Pra mim, ele só tava cagando...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Post censurado

Voltei há pouco de um debate entre os candidatos a prefeito daqui de Pelotas, lá no auditório da faculdade.

Eu teria muita coisa pra escrever sobre isso. Tem candidato que perderia feio no "Soletrando" do Luciano Huck, mas ainda assim surpreendeu. Teve candidato beirando um ataque cardíaco de nervosismo. E outro que parecia se perguntar "o que diabos eu estou fazendo aqui?".

Tem um candidato que eu não posso comentar nada, porque ele pode me processar. E outro dos candidatos tentou parecer normal. Lógico que eu desconfiei. Um candidato normal? Como é isso? Pelo sim, pelo não...

Três candidatos não compareceram. Dois deles, segundo piadas de última hora, estavam em reunião com os presidenciáveis dos Estados Unidos - o que, no meu ver, é mais bacana que a desculpa que deram lá na hora. A terceira ausência foi uma grande lástima, porque eu planejava convidá-lo pra tomar uma cerveja. Por conta dele, é claro.

E vocês acreditam que teve gente achando que um dos candidatos era um rockstar? Pois é.

Como vocês podem ver, eu teria um monte de coisas pra falar sobre esse debate. Mas dizem que o TSE tá de olho no que escrevem sobre as eleições desse ano. Já me sugeriram que eu não citasse nomes.

Melhor não facilitar, sabe como é esse povo.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Fazendo bico

(Atenção: este texto contém alta incidência de um termo formado por míseras duas letras, mas que é considerado um palavrão. Se algum menor de idade ler este texto, não me responsabilizo. Mas fico muito contente, porque é um indício de que o anafalbetismo está caindo.)

Várias são as expressões que me causam curiosidade. "Bater as botas", por exemplo. Quem morre bate as botas? Antes ou depois de morrer? Se for antes, porque bater as botas? Pra avisar que está morrendo? Se for depois, como consegue bater as botas se já está morto?

"Barbeiro" é outra. Pô, Fulano é muito barbeiro. Não sei como dirige.

Por que "barbeiro"? O barbeiro da barbearia é necessariamente um mau motorista? Um mau motorista sabe fazer a barba? Se barbeiro é mau motorista, ele pode exercer sua profissão de barbeiro estando alcoolizado?

Mas certa vez escutei uma expressão extremamente bizarra. Tão bizarra que, obviamente, imaginei diversas explicações pra ela. Nenhuma plausível.

- Cara, que cansaço. Vou dormir até meu cu fazer bico!

E então meus pensamentos páram pra especular sobre a cena. Por que eu nunca vi um cu fazendo bico. Nem o meu. Acho que é por isso que eu já acordo cansado. Eu nunca dormi o suficiente. Nunca dormi até meu cu fazer bico. E além da dificuldade de imaginar a cena propriamente, existem várias possibilidades de um cu fazer bico.

Situação: o cidadão acorda e vê que está sem seu cu. Fica terrivelmente assustado, é claro.

- Mulher, cadê meu cu?
- Saiu. Foi fazer bico. Dormiu demais, mané.

E, a partir daí, surgem várias possibilidades. Ele sairia à procura do seu cu, e o encontraria vendendo sucos pela rua. A "banca de refrescos do Cu" estaria servindo sucos para ganhar uns trocados. Vivemos em uma época difícil. Achar emprego não é fácil hoje em dia. Principalmente para um cu cabeludo. Os empregadores têm um preconceito contra cabeludos que vou te contar. Então o cu estaria fazendo esse bico pra ganhar uns trocados e ajudar nas contas da casa.

Ou então ele encontraria seu cu em uma fábrica de bicos. Ele estaria ajudando a fabricar bicos para bebês. Estaria fazendo bicos. Para crianças e para mamadeiras. O que obviamente me causou nojo. Vá saber a procedência de um bico ou o nível de higiene de uma fábrica de bicos.

Mas eis a idéia que mais assusta qualquer cidadão: encontrar seu cu sendo fotografado, fazendo biquinho. Tipo aquelas caras que as pessoas fazem quando tiram fotos. Vocês sabem do que eu falo.

Decepção total para qualquer pessoa. Ver seu cu posando para fotos assim, se deixando fotografar para qualquer um? Como assim?! O cidadão teria tanta vergonha do seu cu que o deixaria em casa para sempre. Não teria coragem de deserdar seu próprio cu, porque aí o cu dele pode parar nas mãos de qualquer um.

Seria ultrajante para um cu de família.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Piada sobre Amy Winehouse vence festival na Europa

Segundo o site Bliz, a segunda piada mais votada fala sobre o casal David e Victoria Beckham e foi criada pelo comediante Andrew Laurence: "Todos temos um esqueleto no armário. O David Beckham leva o dele para a rua".

E não é verdade mesmo? Não sei vocês, mas eu lustro o esqueleto que tenho no armário todos os dias.

"Não consigo acreditar que a Amy faz mal a si mesma. É tão irritante que com certeza conseguiria encontrar alguém que o fizesse por ela", diz a piada vencedora do concurso, de autoria da comediante Zoe Lyon.

E vocês reclamando do concurso de piadas do Show do Tom, hein?

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Olimpíadas

Não foi culpa da censura chinesa, mas o fato é que as Olimpíadas de Pequim tiveram seu encerramento há poucas horas. Foi uma Olimpíada bastante nostálgica, não? A China resgatou aquele velho clima de Guerra Fria, onde alguns líderes tinham a bisonha crença que o número de medalhas conquistadas era proporcional à qualidade da ideologia política de seu país.

Quatro anos se passaram até que o maior evento esportivo do planeta começasse no país comunista mais famoso do mundo. De Atenas pra cá, são várias as certezas que se instalaram. Uma delas diz que a cerimônia de abertura é sempre igual em todas as Olimpíadas. Este é um comentário feito antes da cerimônia começar. Porque, depois que o mundo assiste ao negócio todo, a certeza muda.

- Viu que loucura a abertura das Olimpíadas? Nunca vi coisa mais bonita!
- É mesmo. O rapaz correndo do lado do pergaminho lá no céu foi demais. Mas nada supera aquela abertura do ursinho que chorou.
- O ursinho chorando não foi num encerramento?
- Ah é. Mas isso é um detalhezinho à toa.

Uma certeza que eu tive em particular é que a China quer explorar seu mercado de produtos Made In China. E estou para acreditar que são produtos altamente confiáveis. O que foi aquela dublê de cantora mirim na abertura? Os brasileiros têm muito o que aprender com essa tecnologia. Já imaginaram a Ivete Sangalo com a voz da Adriana Calcanhotto? Eu não.

Outra certeza é que o futebol pentacampeão do mundo sempre será esperança de medalha de ouro inédita, e jamais irá além deste posto. Atreladas à essa certeza, surgem dúvidas e descontentamentos. A maior delas: por que a CBF resolveu contratar o anão mais pateta da Branca de Neve? Será que o Mestre estava pedindo um salário muito alto?

O técnico da Seleção Brasileira de vôlei, por sua vez, vai lançar uma seqüência de seu livro "Transformando suor em ouro". Se chamará "Transformando ouro em prata". A Seleção Feminina, mais amarela do que nunca, receberá enxurradas de propostas da Playboy, enquanto as mulheres do futebol passarão mais uns 10 anos implorando por uma liga nacional no Brasil. Até conseguirem uma, estou com elas: o negócio é fazer birra e não ganharem nada. O negócio é ser vice.

Pelos lados internacionais, o velocista jamaicano Usain Boldt terminou os 100 metros rasos contando piada, dando risada e mandando beijinho pra mamãe, com folga. Só por isso foi acusado de doping. Uma tremenda injustiça. Se eu tivesse nascido em um país onde a música de Bob Marley é tocada à exaustão, também fugiria naquela velocidade.

Michael Phelps nos mostrou que os feios também são felizes, principalmente embaixo d'água. Suas orelhas lhe deram uma vantagem que causaram uma série de estupros nos recordes aquáticos, e ele acabou arrebatando todos os ouros que viu pela frente. Dizem que seus planos para o futuro incluem voltar à Netuno, seu planeta de origem, para quebrar os recordes olímpicos de lá.

Ele também foi acusado de doping, e, ao meu ver, é mais uma acusação injusta. Isso é a mesma coisa que acusar o Faustão de ser gordo ou o Galvão Bueno de ser chato.



Há outra explicação? Dizem que a mãe dele pariu e foi presa em seguida por porte de entorpecentes. A polícia da cidade admitiu que aquele foi o esconderijo mais perfeito que o departamento anti-drogas dos EUA já tiveram notícia. Aliás, isso explica a distância que o nadador conseguia abrir pros adversários. Eu também iria querer manter distância desse cara.

Sorte de nossos olhos que a italiana Francesca Piccinini, do vôlei, estava competindo. E acrescento muitas brasileiras nessa lista - até porque elas estão pertinho e me fazem pensar que eu tenho chances com elas: Fabiana Muhrer, Maurren Magi e Paula Pequeno, só pra citar algumas. Caso elas leiam este texto, deixo um recado: estou solteiro.

Mas a bênção maior foi que a russa Yelena Isinbayeva resolveu competir. Vou poupá-los das óbvias piadinhas com relação ao esporte dessa musa. Mas o fato é que a guria é tão linda que ninguém teve coragem de acusá-la de doping, muito embora ela tenha quebrado o recorde mundial pela cagalhésima vez nos últimos 2 minutos. E não serei eu que terei a coragem de acusá-la de tão grave crime.

Pra não deixar este texto com a imagem daquele nadador terrível, aí vai:



Pensando bem, eu já nem lembro mais o que é doping. Beijo Yelena, me liga.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Assombração suicida

Vou contar um segredo pra vocês: eu tenho um caso bizarro com a língua portuguesa. É uma mania viciante, praticamente um transtorno obsessivo-compulsivo, mas sem tanto glamour. Essa mania é encontrar erros em detalhes ínfimos e ter piedade de Aurélio, o dono do dicionário mais pop da língua portuguesa - quando, na verdade, o tal Aurélio não tá nem aí pro pastel e deve até estar rindo da minha cara.

Não falo daquela velha história do "mim não conjuga verbo", porque isso aí já perdeu a graça. Na verdade eu acho assombroso ver a forma que as pessoas usam o termo "assombrado", com o perdão da redundância. Por exemplo, "casa mal assombrada". Como "mal" remete a algo ruim, é uma redundância dizer "casa mal assombrada". Afinal, assombração já é, por si só, algo ruim e bem malvado. Dizer "casa mal assombrada" equivale a dizer "entrei para dentro".

Mas não é só isso. A palavra "mal" também nos dá a idéia de algo mal feito. Se "isso está mal", então "isso está errado". Logo, "casa mal assombrada", além de ser uma redundância, é uma casa louca de bunda-mole, porque é erroneamente assombrada. Se me convidassem para passar a noite em uma mansão que dizem que é mal assombrada, eu não teria medo e até ensinaria as assombrações a exercer seu ofício.

Então vocês me dizem: "Ei Egídio, pense comigo: o contrário de 'mal' é 'bem'. Então seria correto dizer 'casa bem assombrada'?"

Se pensar que "bem" é algo feito de uma forma correta, sim. "Puxa vida, aquela casa é muito bem assombrada! Não passo nem perto de lá!".

Só que eu sou louco de chato e digo que isso é um erro imperdoável. Passei muitos anos da minha vida assistindo os ThunderCats tentarem derrotar Mumm-Ra, além de torcer pelo He-Man contra o Esqueleto. Então fica lógico que "bem" é algo que não combina com assombrado. Façam-me um favor: não destruam a minha infância, seus insensíveis.

Mas ainda há outro lado nessa história: "bem" é uma palavra multi-uso e também pode significar "bastante". "Aquela casa é bem assombrada. Mas beeeeem assombrada. É tanta assombração que eu nem sei como cabe ali dentro." Portanto, é correto, é incorreto e não é nem correto e nem incorreto dizer "casa bem assombrada". É algo bem democrático, eu diria.

Eis que outro vivente se levanta e afirma: "Já sei! Eu escapo dessa dizendo 'casa mau assombrada', assim, com 'u'! Eu sou um gênio!"

Em verdade, verdade vos digo: cale-se, seu projeto de velha raposa do mar. De fato, assim como "mal", "mau" é uma palavra que lembra algo ruim. Pára e pensa: o contrário de mau não é "uam", é "bom". Isso dá a falsa impressão que "casa mau assombrada" é a forma correta de se dizer.

Mas os olhos mais atentos tentarão trocar o "mau" pelo "bom" e se depararão com o esdrúxulo termo "casa bom assombrada". Portanto, "casa mau assombrada" é uma cagada homérica da parte de quem escreve isso, e se eu fosse professor de português, rodaria direto um aluno que escrevesse isso. Sou mal. Digo, mau.

Outra coisa que me dá nos nervos é quando alguém fala "o Fulano se suicidou". Me dá uma vontade quase incontrolável de dizer que a frase está incompleta e corrigir: "Fulano se suicidou-se sozinho a si mesmo com as próprias mãos, MULA." Suicídio pode ser um ato bastante egoísta, mas a língua portuguesa não precisa sofrer com isso. Assim, o Fulano em questão COMETEU suicídio.

Outro dia eu cometi esse deslize. Falei que o Judas "se suicidou", blábláblá.

Tive vontade de se suicidar-me.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Não é preciso ter PhD em Psicologia e ser meu psicólogo por 5 anos consecutivos pra saber o que eu acho do Oasis. No patamar classificatório de qualidade e bom gosto da minha vida - uma espécie de termômetro qualitativo que inventei há mais ou menos 15 segundos -, Oasis está no nível de pés, camarão e Marilyn Manson. Isso pra vocês terem uma idéia da gravidade da coisa.

Em um resumo básico: "Oasis" é o substantivo próprio que caracteriza o termo "banda horrível".

Há quem diga que eu odeie mais os caras em si do que a música, propriamente. Mas essa afirmação é uma desgraça completa quando se fala em "Go Let It Out", "Champagne Supernova" e "Wonderwall". O que acontece é que as atitudes bizarras dos irmãos Gallagher somente completam o conjunto da obra.

É óbvio que chega um momento que a gente pensa que qualquer demência vinda deles seria incapaz de surpreender. Tipo, alguém se surpreende quando noticiam que a Amy Winehouse se internou numa clínica? Alguém fica chocado quando sabe que a Britney Spears saiu sem calcinha pra rua?

Então. DEVERIA ser o caso do Oasis. Mas quando eu leio que o vocalista afirma que os fãs de Radiohead e Coldplay são feios e chatos, significa que eu sou um completo paspalho e não sei nada da vida, porque acabo de me surpreender com a demência de um Gallagher.

Rapaz, esse mundo da música não é mais o mesmo. Foi-se o tempo que os grandes astros da música se estapeavam feito galos de rinha inspirados nos ursos polares da ilha de Lost. Eu tinha a impressão que ainda ontem o Vince Neil tinha dado um murro no focinho do Izzy Stradlin, mas esse grande acontecimento dos ringues musicais está pra completar míseros dezenove aninhos.

A primeira coisa que eu lembrei ao ler essa notícia foi do Rodrigo. Ou Rafael. Ou Ricardo. Ou Deosmar. Ou Astolfo. Enfim, não lembro exatamente o nome do cidadão. O fato é que ele foi meu coleguinha no Jardim de Infância. Certa feita eu roubei um chocolate dele, com a astúcia e a leveza de um zebu com dor de ouvido. Obviamente ele percebeu e disparou palavras que eu jamais esquecerei:

- Bobo! Feio! Chato! Vou contar pra tia! Tiaaaaaaaaaaaa, o Egídio roubou meu chocolate!

A punição foi severa: tive que devolver o chocolate e ainda voltei a colar um monte de algodão na barba de um Papai Noel desenhado numa folha de ofício muito porca.

Liam Gallagher, ao xingar fãs de Radiohead e Coldplay de feios e chatos, demonstra uma insana vontade de voltar ao Jardim de Infância. Praticamente um retrocesso musical-psicológico, que ele completa ao dizer que "eles parecem não gostar de se divertir".

Seria uma análise completamente sagaz, se Oasis conseguisse ser mais divertido que uma unha encravada.

Se esse não é o mais famoso caso da bunda suja que desdenha do cu mal lavado, eu não sei mais o que é.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Dia dos pais

O dia dos pais tá chegando. E quem consegue pensar em presentes, não é mesmo? Ainda mais quando justamente agora a gente precisa dar uma notícia pro pai. É, eu sei. Nessas horas a coisa aperta.

Pois nada tema. Estou aqui para dar dicas para esses casos.

O negócio é o seguinte: compra um negócio bem bacana pro teu pai. Eu sei que a coisa parece complicada, mas não é. Qual pai não gostaria de ganhar um relógio novo? Ou um sapato pra aumentar os calos? Ou mesmo um carro zero?

Então. O segundo passo é comprar um segundo presente. Esse presente tem que ser tão agradável quanto o primeiro. Portanto, se comprar um carro de presente, o segundo presente deve ser um avião a jato.

Exatamente. Deverão ser dois presentes. Isso vai ajudar na hora de dar a notícia.

- Feliz dia dos pais, velhão! Eu te amo, cara!
- Valeu filho!
- Então, tá aqui o seu primeiro presente...
- Primeiro?
- É. Esse aí é o primeiro. E esse aqui é o segundo.
- Mas porque segundo?
- Então. Um é do dia dos pais, né. O segundo é porque dizem que avô é pai duas vezes.
- Avô?
- ...
- AVÔ?

Pronto, a notícia está dada.

O enfarte vem de brinde, totalmente grátis. De nada!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Inflação capilar

Eis que a inflação tá acordando. E já tá esculhambando com a vida de todo mundo.

Minha mãe não cansa de reclamar do preço do queijo. E eu reclamo junto, porque tem uns queijos muito bons. Eu me considero um degustador de queijos, a despeito de eu não entender patavinas do assunto. Meu paladar, aliás, só é melhor que a visão do Stevie Wonder.

Mas voltando à inflação, Fernando Henrique Cardoso afirmou que o que importa é que o povo está comendo mais frango. Dizem que muitos goleiros se emputeceram com a frase, mas o que acontece é que essa é uma afirmativa ultrapassada: segundo uma pesquisa minha no Google (mais rápida que o Schumacher montado num cometa), o preço do frango aumentou 26%. Como não sou bom em matemática e muito menos em porcentagens, me contento em dizer que os goleiros devem estar bem satisfeitos com esse aumento.

Parece que o tomate e o arroz também aumentaram muito. Nesse ponto minha mãe enlouquece: ela come tomate como se fosse pipoca. Não literalmente, porque aí ela teria que colocar óleo em uma panela e deixar o tomate estourar. Falo em quantidade.

Tenho um amigo que é alérgico à tomate. Acredito que ele deve estar bastante contente com o aumento no preço do tomate. Já o arroz, bem, esse deixa pra lá. Só vou falar alguma coisa quando o carreteiro estiver sendo seriamente afetado.

A desgraça da inflação é tanta que atinge os setores mais inimagináveis. Vocês acreditam que o Sorinan, um genérico do Sorine, que salva a minha respiração e bane temporariamente a minha tremedeira, está quase CINCO reais? Um absurdo! Eu costumava pagar menos de três reais. E olhe lá.

Mas vocês já ouviram falar em inflação capilar? Eu já.



Como vocês podem imaginar, eu tenho uma ligação capilar com o mundo. Sou basicamente o retorno do Sansão - o chifrudo da Dalila e não o coelhinho da Mônica. Algumas pessoas dizem que eu sou feio, e isso se deve ao meu cabelo: se eu não tivesse cabelo, o termo mais correto seria "pavoroso".

Meu cabelo é uma das maiores provas da inflação que ronda a economia brasileira. Não me refiro a cremes, basicamente porque eu não uso cremes. Isso é coisa de quem cuida do cabelo. E também não me refiro apenas a shampoos, apesar de estarem caros feito o petróleo.

Me refiro também ao cabelo propriamente dito. Não foram raras as vezes que me fizeram ofertas em dinheiro pelo meu cabelo.

- Egídio, que cabelo bonito! Te dou 70 pila nele.
- E não ganho nem um beijinho?

- Rapaz, esse teu cabelo é demais. Se um dia resolveres vender ele, consegues uns 200 ou 400 reais, tranqüilo.
- E com 400 reais eu compro uma mansão perto da Roselyn Sanchez?
- Bem, não, mas...
- Tchau hein. A gente se fala.

A variação financeira era basicamente nessa faixa monetária. Essa frase dá mais ou menos uma idéia do que é ser cabeludo, além de me capacitar como comentarista econômico do Jornal da Globo.

Mas a inflação tá aí, né?

Então. Outro dia eu tava na delegacia pela cagagésima vez, registrando perda de documentos que seriam achados menos de 10 horas depois, quando me chegou uma proposta indecente, em alto e bom tom.

- Bonito cabelo.
- Aham.
- Quer vender? Te consigo DOIS MIL REAIS nele, fácil. Tem uma mulher em Porto Alegre que compra pra fazer peruca e...

O tamanho do borrão que tomou conta da minha cueca naquele momento é comparável com o aumento do preço do frango. Uma proposta daquelas, dentro de uma delegacia cheia de gente, significava que ladrões de alta periculosidade estavam de olho em uma capilar oportunidade de ganhar dinheiro fácil.

Mais tarde, percebi que isso foi um lapso da minha parte. Ladrões em uma delegacia? Não me parece certo.

Ouvi dizer que eles estão tentanto controlar a inflação, diretamente de Brasília.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

A carteira perdida

Eu nunca parei pra pensar nisso, mas se eu tenho um talento que é especial e intransferível, esse talento é perder.

Não achem que eu vou dar uma de emo-neo-gótico-Kurt Cobain nesse post e começar a falar que sou um perdedor e que minha vida não vale nada mimimi. Afinal de contas, esse é um blog sério e adulto. Cof.

O negócio é que eu perco muito. Eu perco desde o programa que quero ver na TV até a chave de casa no bolso esquerdo. Eu costumo procurar na cintura. Só não perco o pescoço porque tá preso na cabeça. Ou algo assim.

Dentro desta especialidade há um quesito que se destaca: perder carteiras. Eu perco carteiras que é uma beleza. Se eu pudesse fazer uma coleção de carteiras perdidas, eu seria um dos maiores colecionadores do mundo, além de ser o maior ninja do universo. Porque colecionar algo que já está perdido é bastante complicado e requer muita habilidade.

Há alguns dias perdi, novamente, minha carteira. Tive vontade de mandar meu cachorro ir à polícia pra dar parte, porque já tou de saco cheio de fazer esse procedimento. Mas infelizmente os policiais não conhecem o Banzé, então eles iriam enxotar o bicho feito um cachorro sem dono. E ele tem dono, coitado.

O talento de perder carteiras traz esse fardo. Há uma série de procedimentos que devem ser feitos quando alguém perde uma carteira onde carrega até as avós - o que é quase literal no meu caso, pois eu tinha fotos das minhas duas avós dentro da carteira. Depois de ir à polícia e registrar a perda dos documentos, a gente tem que tratar de tirar novos documentos. Comecei pela carteira de motorista e descobri que só podia fazer a 2ª via com minha identidade em mãos. Então parti para o Instituto de Identificação, e só lá me lembrei - mentira, me lembraram - que é necessário a certidão de nascimento pra fazer uma identidade nova.

Idas e vindas depois e com a tal certidão nas mãos, voltei ao Instituto pra fazer minha identidade. Lá eu esperei feito uma mula, a despeito que eu não sei como mulas esperam, muito menos se elas de fato esperam alguma coisa. Eu esperei jogando Paciência no celular, e acredito que mulas não jogam Paciência no celular. Então dizer que eu esperei feito uma mula é uma jumentice da minha parte.

Após 150 tentativas e apenas uma quebra de recorde no jogo, fui chamado pra preencher o negócio todo. E a 4ª Lei de Newton foi descoberta: é completamente nula a possibilidade de tirar uma foto boa para Carteira de Identidade. Na última eu até disfarcei direitinho, mas nessa nova o negócio alcançou uma amplitude tal que eu tenho medo que a carteira pegue fogo e queime praticamente toda a minha vida junto.

190 anos de fila no banco e mais 2 recordes de Paciência depois, consegui pagar a taxa do documento e fui pra casa. Em casa , minha mãe e eu debatíamos acerca da morte da carteira e do universo como um todo, enquanto ela terminava de arrumar o terno que eu usei no fatídico fim de semana que perdi a carteira, quando...

- Essa calça não é desse terno.

Antes de mais nada, eu devo dizer que moda, para mim, é algo tão nulo que eu me visto mal por instinto. Assim como a leoa corre atrás da zebra, como o cachorro faz círculos antes de deitar ou mesmo quando a mulher tem dores de cabeça do mais absoluto nada, eu me visto mal. Sendo instinto, nada mais natural do que eu vestir um terno diferente da calça, certo?

Errado, lógico.

Talvez esse mesmo instinto tenha levado minha mãe até o guarda-roupa para verificar os bolsos da outra calça.

Vamos dedicar este parágrafo para fazer uma pausa reflexiva. Parem com tudo o que vocês estão fazendo e me respondam: é possível alguém guardar a calça que usou na noite anterior em um lugar e procurar uma carteira perdida também na noite anterior no bolso de OUTRA calça? A resposta é "sim", mas unicamente se o "alguém" em questão for este que vos escreve.

Aproveitemos o ritmo da reflexão: adivinhem vocês, ilustres leitores, o que ela achou no bolso da outra calça? Uma camisinha? Uma bala de hortelã? O bilhete sorteado da Mega-Sena acumulada? A carteira perdida?

Eu não preciso nem dizer qual a opção correta.

Certos talentos trazem certos fardos, e não são de cerveja.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Buraco negro

- Tô com um buraco negro no estômago.
- Hein?
- Tô com um buraco negro no estômago.
- Repete.
- Eu disse que tô com fome.
- Não. Repete.
- Que foi?
- Eu ouvi "buraco negro".
- Sim...
- Olha aí! É sempre isso!
- Sempre isso o que?
- Esse racismo!
- Que racismo? A minha fome?
- Não cara! Esse racismo!
- Onde?
- Buraco negro! Por que buraco negro?
- Porque é uma analogia ao tamanho da minha fome e o quanto ela tá me consumindo, já que...
- Olha aí! Olha aí!
- Que foi, cara?
- Isso é racismo! Puro racismo!
- Mas eu só disse que...
- Disse que tá com um buraco negro no estômago!
- Sim! Entendeu?
- Entendi. É racismo.
- Mas racismo por quê?
- Por que sim. A tua fome é um negócio ruim. Pra explicar isso, bastou falar "buraco negro". Negro! Como se quisesse dizer que negro é ruim!
- Na verdade, buraco negro é como se fosse uma estrela, só que tem um campo gravitacional tão forte que nem mesmo a luz escapa.
- Nem a luz?
- É.
- Daqui a pouco aparece alguém pra dizer que a luz é roubada pelo buraco negro só porque o buraco é negro.
- Não exagera.
- Não tô exagerando. É assim, é sempre assim. Vocês, brancos, vivem falando de nós, negros.
- Vivemos?
- Vivem.
- Eu acho que é exagero.
- Não é. Quer ver? Quando a gente tá passando por uma situação complicada, feia, o que é se diz?
- Que a situação está complicada e feia.
- Não! Se diz que a situação tá preta! Ou seja, horrível, complicada, feia.
- Ih, é mesmo. Mas isso nem é tão usado assim...
- E quando o dia tá bom, aquele solaço, aí o tempo começa a fechar. O que é que a gente diz?
- Hmm... que vai chover?
- Não! A gente diz "olha o pretume que tá vindo daquele lado! Acho melhor nos protegermos da chuva!"
- Mas eu nem me importo de pegar chuva e...
- E olha isso: a gente tá aqui debatendo sobre isso, já falamos de 3 expressões racistas e nenhuma, ne-nhu-ma que seja ruim para brancos.
- Bem, que tal... hmm... cheques em branco?
- Tá vendo? Isso é racismo. Brancos odeiam pretos.
- Mas por quê?
- O que é um cheque em branco? É um ato de bondade. A pessoa entrega um cheque em branco e a gente pode colocar o que quiser no cheque. É como uma doação, só que quem tá recebendo a doação é que decide o valor que vai receber. É tipo, tá tudo liberado!
- Loucura.
- E carta branca?
- Loucura.
- Pode tentar de novo. Não tem expressão que seja ruim para brancos.
- Eu ia te dizer uma, mas me deu branco. É o buraco negro. Vou ali comer alguma coisa. Tá afim de tomar uma cerveja?
- Loira ou escura?

domingo, 20 de julho de 2008

RIP Dercy

Considerações sobre a morte de Dercy Gonçalves:

- Estou construindo um abrigo para me proteger da chuva de asteróides radiativos que causou a sua morte. Porque é completamente insana a idéia de que ela tenha morrido em decorrência de uma pneumonia.
- Meu abrigo se localiza embaixo da minha cama. Foram usados 2 travesseiros e 3 cobertores nele. Mais indestrutível que isso, somente a casa de palha de Cícero, o mais preguiçoso dos 3 porquinhos.
- Somente nesse ano, Fidel Castro renunciou, Fernandão saiu do Inter e, além da Dercy Gonçalves, Beto Carrero também morreu. Não tenho provas científicas, mas tenho certeza absoluta que Nostradamus falou sobre o ano de 2008 nas suas centúrias.
- Ao contrário de outras pessoas, eu não acredito que as esperanças da descoberta da imortalidade tenham se esgotado com a morte da Dercy. Zagallo, Oscar Niemeyer, Ozzy Osbourne e Keith Richards estão aí para comprovar isso.
- "Mas é impossível, Arnaldo! A física não permite!" (Galvão Bueno, após Arnaldo César Coelho informá-lo da morte de Dercy Gonçalves)

sexta-feira, 18 de julho de 2008

A maldição das 8 rapaduras

Vou aproveitar que não tenho nada pra postar aqui e vou seguir a maldição das 8 rapaduras que me foi lançada pela Dani e pelo Dotô Conde Vlad Tepish.

Na verdade eu até tenho o que postar, mas não o farei até septuagésima quarta ordem. Enfim, não mudem de assunto, bando de lazarentos.

Segundo o livro sagrado de regras da maldição, com tamanho equivalente a menos de 1 parágrafo, eu tenho que listar 8 rapaduras que eu tenho que fazer antes de ir pras cucuias. Do verbo "beleléu". Do verbo "paraíso" e não do verbo "inferno". Afinal, o cramunhão não me agüentaria. Vocês já estão mudando de assunto de novo.

Eis o livro sagrado de regras da maldição, na íntegra:

1) Escrever uma lista com 8 coisas que sonhamos fazer antes de morrer.
2) Convidar 8 parceiros(as) de blogs amigos para responder também.
3) Comentar no blog de quem nos convidou.
4) Comentar no blog dos nossos(as) convidados(as), para que saibam da "intimação".
5) Mencionar as regras.
6) Respeitar as regras acima.
7) Respeitar a regra 6.

Eis as 8 rapaduras:
1- Levantar o traseiro daqui e ir pra casa. Neste momento eu estou na faculdade e eu não quero morrer aqui. Quero dar uma mijadinha no banheiro novo lá de casa.
2- Por falar em mijadinha, antes de morrer eu tenho que mijar no banheiro principal da Casa Branca. Preciso saber como é ser dono do mundo, pelo menos por alguns instantes.
3- Ser o Steven Tyler, unicamente pra cuspir na cara de uma vagabunda e ela adorar isso e me amar loucamente, até que um pé na bunda nos separe.
4- Ver uma apresentação do Cirque de Soleil e arrotar alto, pra depois dizer "Ah, pára. O Tholl é muito melhor."
5- Convidar o senhor Lula pra jogar o Jogo da carta preta. Seria uma grande participação no nosso mui amado esporte quase-olímpico.
6- Ser tão bacana quanto o Super-Homem, pra poder usar cuecas por cima das calças e todo mundo me achar um super-herói.
7- Comprar 6 pães para a mãe. Ela acabou de me mandar uma mensagem pedindo isso. Não posso esquecer, senão ela me mata.
8- Pensar em algo decente para escrever neste oitavo item.

E que a maldição caia sobre Arnaldo César Coelho, Marcelo Tas, Cacá Bueno, Tony Kanaan, Júnior "Voa Canarinho Voa", Manuela "E aí blz?" D'avila, José Dirceu e Paulo Coelho.