sábado, 15 de junho de 2013

Meteorologia & Polícia

A constante e tradicional umidade da cidade, aliada à forte neblina e o frio dos últimos dias, trouxeram trabalho à polícia de Pelotas. O iceberg que há mais de 100 anos causou o naufrágio do Titanic buscou refúgio na Princesa do Sul.

Aproveitando-se do clima pelotense, o iceberg e meliante de fama internacional passeava despercebido e sem rumo pelas ruas da cidade. E continuaria assim se não fosse por Rose Dawson, uma fã do filme "Titanic".

- Eu sabia que já tinha visto aquela cara branca em algum lugar. - declarou a moça, que teve seu nome trocado a pedido dela mesma, visando anonimato.

A partir daí, diversas pessoas reconheceram o vândalo de navios. O 190 foi bastante acionado.

- Recebemos diversas denúncias nas noites de segunda pra terça e de terça pra quarta. - contou o subtenente-coronel investigador e delegado da 51ª Delegacia de Pelotas, Joaquim Bauer.

Após uma intensa perseguição, o iceberg foi preso na manhã de quinta, quando a forte cerração aliviou e permitiu visualizar um revesgueio de um pedaço de um cantinho da cidade. "A noite a perseguição era arriscada, porque ele se camuflava muito bem", declarou Joaquim Bauer. De acordo com policiais que participaram da operação, o iceberg só foi localizado devido às suas marcas de vandalismo. "Ele já estava começando a alagar algumas regiões do Centro da cidade", disse um policial.

Preso, o iceberg que ficou famoso ao afundar o Titanic admitiu que avacalhou a garganta de alguns pelotenses e revelou que veio à cidade para visitar a Fenadoce. Mas avisa:

- Vim pra ficar. Simplesmente amei o clima da cidade, tem tudo a ver comigo. - derreteu-se o iceberg.

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quarta-feira, 12 de junho de 2013

12 de Junho

Aah, 12 de Junho... 12 de Junho é uma data muito especial. Principalmente para quem participa deste relacionamento tão íntimo entre duas pessoas, um relacionamento que exige reflexão e respeito mútuo. Parabéns a todos os jogadores de xadrez de São Paulo pelo Dia do Enxadrista no Estado.

Mas não é disso que quero falar. 12 de Junho também é Dia dos Namorados. Não sei vocês, mas mais uma vez eu estou passando esta data sozinho. Eu só passei o Dia dos Namorados acompanhado uma única vez. Eu namorava uma moça de cabelos castanhos e olhos verdes, coisa mais linda. A parte ruim é que eu acordei justo quando ela ia me dar um beijo depois de me presentear com um striptease.

Desde o ano passado, as pessoas brincam que estão disponíveis para serem alugadas no Dia dos Namorados. Quero dizer que, a partir deste ano, estou oferecendo o mesmo serviço. Para diferenciar-me da concorrência, ao término do serviço a cliente (sim, "a", artigo definido feminino) tem a opção de acionar o pacote "sócio-empresarial": a locatária entra com o pé e eu entro com a bunda. Aceito frases como "o problema não é você, sou eu", "eu conheci outro cara" e "você mudou muito e eu não acompanhei". Quem escolher o pacote "Friendzone" ganha um presente surpresa que pode ser retribuído com a frase "obrigado querido, mas a gente precisa conversar, é que eu te vejo mais como amigo, irmão, sabe?". Consulte os meus preços, gata.

Pra quem é como eu e está passando o Dia dos Namorados na mais pura solteirice pela cagalhésima vez, eu ofereço algumas dicas. A primeira delas é: saia da rotina. Que tal acessar o XVideos ao invés do RedTube? A segunda dica é: saia da rotina mesmo. Bata com a outra mão. É destro? Vá de esquerda. É canhoto? Vá de direita. Mas muito cuidado: essas aventuras carnais acabam por machucar as pessoas.

Estar solteiro no Dia dos Namorados não é estar morto. Podemos aproveitar esta data para fazer as maiores loucuras, aquelas que jamais faríamos se estivéssemos namorando. Eu mesmo, comi um pacotão de Cebolitos sozinho. Sim: sozinho! Mas muita atenção: coma o Cebolitos antes de sair da rotina. O contrário é nojento e até mesmo pra cometer loucuras é preciso um limite.

É possível aproveitar a solteirice dessa data amorosa para presentearmos o grande amor da nossa vida: nós mesmos. Eu fiz isso e recomendo: comprei uma luva em forma de lingerie. A noite promete!

A verdade é que eu não gosto do Dia dos Namorados. Nem é tanto por abrir o Facebook e ver o mel escorrer pelo meu monitor, afinal dele também escorre sangue, que tanto pode ser a lágrima de namoradas que tiveram seus planos românticos frustrados por ciclos menstruais como também pode ser o resquício do ódio causado por um solteiro invejoso. A verdade é que eu não gosto do Dia dos Namorados, em primeiro lugar, porque não gosto de datas comemorativas. Há um dia especial para comemorar o amor entre um casal? Pra mim esse dia é o aniversário de namoro. Dia dos Namorados é hora extra.

Em segundo lugar, 12 de Junho é Dia dos Namorados somente no Brasil. No resto do mundo essa celebração é feita em 14 de Fevereiro, dia de São Valentim. O que acontece é que, em terras tupiniquins, o mês de Junho era bastante fraco para o comércio, o que fez um comerciante ter a ideia de transplantar o Dia dos Namorados. Escolheu o 12 de Junho supostamente por ser véspera de Santo Antônio, o santo casamenteiro. E eis aí um problema: se é por causa de Santo Antônio, por que ele não escolheu o próprio dia 13? Vai ver ele queria evitar acontecimentos macabros, tipo "Sexta-feira 13 de Dia dos Namorados". Chora, Jason Voorhees.

Eis o outro problema: a gente sai do Dia dos Namorados direto pro dia do santo casamenteiro. É muita pressão! E nessas horas é uma bênção estar solteiro. Como eu explicaria a uma namorada que o Dia dos Namorados no Brasil é uma imposição de comerciantes paulistas? Que eu não preciso de uma data específica para dá-la carinho, atenção, conforto nas horas difíceis ou caras de bobo apaixonado? Como eu digo que a data escolhida no Brasil não é exatamente uma grande coincidência, já que cai na véspera do dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro? Como explicar que é muita pressão sair do Dia dos Namorados e cair no dia do santo casamenteiro?

- Peraí, quer dizer que nosso relacionamento não é sério pra ti?

É por isso que eu digo: a melhor parte do Dia dos Namorados é quando acaba o Dia dos Namorados.

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