segunda-feira, 30 de março de 2009

Aprendendo com as cagadas da vida

Quem não gosta de acordar de bom humor? Alegre, feliz? Ô, coisa boa. Mas cuidado, meus caros. Muito cuidado. Acordar alegre e ficar de bom humor pode ser bom, mas permite que o destino daquele dia esconda inúmeras armadilhas, que acabam aniquilando o bom humor da mesma forma que o sal aniquila a lesma e a cerveja em excesso aniquila o bom senso estético de qualquer pessoa.

Eu conheço um rapaz que, certo dia, acordou num bom humor quase insuportável. O negócio era tamanho que ele ficou mais cego que um morcego sem olhos, o que não lhe permitiu ver as armadilhas que o destino preparou naquele dia.

Seu nome é Pequeno Garoto.

Ele estava indo para a faculdade numa tarde ensolarada e louca de buena. Estava tão bem humorado que o porteiro da faculdade quase chamou o manicômio ao vê-lo cumprimentar um carro vazio. É que ele achou que uma gostosinha da outra turma estava ali. Não estava. Olha aí uma das armadilhas do destino.

Então ele se direcionou para a sala onde trabalhava. Nesta sala estavam um colega e seu professor, conversando sobre assuntos pouco... usuais, digamos. Eis o cenário perfeito para a mais perfeita armadilha do destino.

Pequeno Garoto abriu a porta estampando um sorriso radiante e ouviu a conversa travada entre colega e professor.

- ... então ela tentou o suicídio - revelou o professor, para continuar -, mas não conseguiu. Ela foi se enforcar, mas pegou uma corda muito fraca. A corda arrebentou e ela caiu no banheiro, se machucou toda. E não foi a primeira vez que ela tentou. Nunca dava certo.

Percebam que Pequeno Garoto pegou o bonde andando. Como estava estupidamente bem humorado, fez a mais absoluta questão de sentar na janelinha do tal bonde. Com a sua habitual delicadeza, semelhante a um hipopótamo em queda livre ameaçando uma loja de cristais, resolveu se meter no assunto.

- Puta que pariu, mas que incompetência hein? Sério, tentar se matar um monte de vezes sem sucesso é incompetência demais. E a corda ainda arrebentou? Mas que burrice do inferno, vaitimbora. Quem é a estúpida que vocês estão falando?

Antes de continuar, um adendo: sempre que conta essa história, Pequeno Garoto tenta se defender, ainda que mentalmente. Getúlio Vargas cometeu suicídio, Vladimir Herzog e Salvador Allende foram brutalmente suicidados. Eva Braun, a esposa do vegetariano Hitler, tentou se matar diversas vezes e nunca conseguiu. Pequeno Garoto faz faculdade de História, logo nada mais natural do que imaginar que o colega e seu professor comentavam sobre alguma personagem histórica, certo?

Errado. Completamente errado. Ainda mais depois que o professor respondeu a Pequeno Garoto quem era a mulher em questão:

- Minha mãe.

E Pequeno Garoto desejou que um asteróide pousasse sem nenhuma suavidade na sala.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Rapidinhas entupidas de links

Semaninha agitada essa, hein? Não bastasse o piá inglês de 13 anos que queria bancar o papai descobrir que levou o chifre mais insanamente descomunal da história humana, eu quase caio pra trás ao ser noticiado da morte de Joaquinzinho, meio-campista xavante que quase fez Pelé jogar no glorioso rubro-negro pelotense.

E essa perda vai completar dois anos em julho. "Atualizado" não é exatamente o meu sobrenome.

E quinta-feira é dia de Olho de lince no Amigos de Pelotas, criançada! Já leram a crônica de hoje? Não?! Então vai lá, mané!

E aproveitem pra colocar a leitura em dia, que eu sei que vocês estão muito relapsos! No fim da aula vou pedir uma redação, hein!

sábado, 21 de março de 2009

Meme musical

Outro dia eu fui amaldiçoado pela Léli Dornelles, mas como eu sou lesado e um pouco atrasado, fui ver apenas anteontem. Ou trêisontônti? Sei lá, também não interessa.

Esse meme eu já tinha respondido no meu fotolog há coisa de 2 ou 3 anos, mas vou postar aqui porque o pessoal não deve lembrar ou sequer viu. E também porque eu não tenho nada pra postar. Digo, até tenho, mas vou postar isso. E vão pastar, acho que eu ainda mando nesse blog e não preciso dar explicações, NÉ?!

Se Arnaldo César Coelho fosse músico, diria que "a regra é clara: uma banda ou cantor ou artista musical deve ser escolhido. As respostas para as perguntas devem ser feitas unicamente através de títulos das músicas do artista escolhido - vale até o Roberto Justus. Após, repasse o desafio."

Pois eis meu escolhido:


Sou feliz, por isso estou aqui

* És homem ou mulher? Soldadinho de Chumbo
* Descreve-te: Cowboy do Amor
* O que as pessoas acham de ti? Amigo e Companheiro
* Como descreves o teu último relacionamento: A Galinha Magricela
* Descreve o estado atual da tua relação: Co-Co-Uá
* Onde querias estar agora? Dia de Festa
* O que pensas a respeito do amor? Ai Meu Nariz
* Como é a tua vida? Superfantástico
* O que pedirias se pudesses ter só um desejo? Mãe, me dá um dinheirinho
* Escreve uma frase sábia: A galinha magricela bota ovo, bota banca de mais velha do Brasil!

Repasso o desafio a todo e qualquer ser que ler este post, mas especialmente à Çandy, porque confesso ter uma curiosidade quase mórbida em saber se ela é capaz de demonstrar seu instinto assassino nessa inocente brincadeira.

A quem não tiver blog, tratem de me agradecer: minha iniciativa acaba de obrigá-los a criar um blog.

(Logicamente eu poderia colocar "Ursinho Pimpão" em alguma das respostas, mas dizem que "ursinho" é um apelido de conotação homossexual. Então eu não coloquei, pra evitar piadinhas.

Afinal, já basta eu ser de Pelotas.)

terça-feira, 17 de março de 2009

Pendrive inusitado

O que fazer quando se perde um dedo? Acreditem, dá pra fazer coisas inimagináveis, inclusive ficar sem o dedo e não dar muita importância pra isso. Eu tinha um vizinho que não tinha metade de um dos indicadores. Tem gente que perde um dedo e se candidata à presidência de uma nação e tem gente que coloca um pendrive de 2gb na ponta do dedo.

Em primeiro lugar, a notícia impressiona porque não vem do Japão, já que a turminha dos olhos puxados é tarada por essas sandices. A loucura vem da Finlândia, terra de Mika Hakkinen, Tarja Turunen, Jari Litmanen e Jerry Jalava, o cidadão que caiu de moto, deixou o dedo pela rua e colocou um pendrive de 2gb no lugar. E impressiona também pelo fato de a idéia ter partido do médico dele.

Diante disso, a primeira pergunta é: o que diabos estão ensinando nas faculdades de medicina? Se por algum acaso eu perder o olho esquerdo, meu médico pode sugerir que eu coloque uma câmera digital que tire fotos toda vez que eu piscar?

A segunda pergunta se transforma em várias: só 2gb? Por que não 8? Por acaso tá com medo de cair de novo e perder um pendrive de 8gb, que é mais caro?

Agora me dirijo às leitoras deste humilde recinto internético de minha propriedade. Na verdade leitoras, viados, entendidos e afins. A vocês, pergunto: já imaginaram levar uma dedada desse cara? Digo, vocês estão lá, no maior amasso, quando aparece a mão boba do rapaz e pinta uma sensação estranha.


E aí gatinha, tá afim de trocar umas informações?

Tive outra dúvida: o cara vai colocar o pendrive no computador. E aí vai manusear teclado e mouse como, se uma das mãos está ocupada e não está realizando atividades adolescentes?


Assim, mané

Aaahh, tá explicado. Puxa, mas que coisa prática, discreta e de bom gosto, não é mesmo minha gente?


É falta de educação apontar o dedo cheio de informações

Ou seja, Jerry pode ter várias próteses e pode usar a melhor de acordo com a ocasião. Mas que gênio! Já estou imaginando várias próteses:

* Caneta BIC - Praticidade é apelido. Perfeito pra quem tem que assinar vários documentos em locais diferentes e não quer passar pelo vexame de roubar canetas de todos os lugares. O cara ia ter uma caneta sempre à mão, literalmente.

* Isqueiro - Já que ele é fumante, também ia ser bastante prático. A atividade de perder isqueiros ia ter uma redução drástica. Isso sem contar que ia fazer sucesso nas festas. A guria pergunta "tem fogo?" e ele mostra o dedo. Daí pro motel é um passo. Ele só precisa tomar cuidado pra não queimar a borracha.

* Haste para bolinhas de sabão - Ideal para brincar com o filho que foi o resultado da amostragem do isqueiro. A grande incógnita é o recipiente que ele vai usar pra armazenar o detergente necessário para a brincadeira. Que tal, sei lá... o umbigo?

* Cotonete - Limpar os ouvidos com os dedos nunca foi tão higiênico.

* Vibrador - Perfeito para momentos calientes e de preguiça ao mesmo tempo. Esse eu acho que ia fazer sucesso com as gatinhas. Pelo menos eu imagino que seja melhor encontrar um homem com um vibrador nos dedos, ao invés de um pendrive. É, gurias?

Enfim. E aí, presidente Lula, qual vai ser?

sexta-feira, 13 de março de 2009

Tirinhas "boas"

Conceituar "arte" é um negócio bem difícil. Eu conheço pessoas que não gostam de puxar a descarga no vaso porque consideram ter feito uma obra de arte digna de ser exposta no Museu do Louvre, com o título "Restos de um outrora almoço".

Isso torna tudo mais difícil para um futuro artista. Um dos meios para descobrir se o seu filho tem talento pra fazer arte (desconsiderando "quebrar o vaso do meio da sala com um taco de beisebol roubado do vizinho" como arte) é o desempenho dele nas aulas de Educação Artística no colégio.

Acredite, aquela coisa toda de fazer um trabalhinho de argila ou um desenho bonito para dar de presente no Dia dos Pais tem o seu valor. É através desse tipo de coisa que saberemos se aquela criança será capaz de nos dar belas obras de arte ou vai cagar suas obras internet afora. Vocês já imaginaram se os desenhos do pequeno Walt não tivessem lhe dado uma boa nota em Educação Artística no colégio? Eu já. Ele acabaria criando um fotolog para desovar suas sandices de paintbrush e nós jamais teríamos a Disney.

Afinal de contas, a internet possibilitou que todos os artistas e os nem-tão-artistas-assim mostrassem ao mundo ou aos amigos do colégio todo o talento (ou a falta dele) que possuem.

Saber desenhar uma tirinha cômica, por exemplo. Isso não é novidade. O grande Luís Fernando Veríssimo já disse que criou "As Cobras" porque é um péssimo desenhista, e cobras são fáceis de desenhar. Com o advento da internet, surgiu a obra de André Dahmer, que ele chamou de "Malvados". O desenho é ruim, mas o cara tem senso de humor e inteligência o suficiente pra fazer rir com 3 ou 4 quadrinhos. Sem a internet, talvez jamais veríamos a obra do cara.

(E não que eu seja um entendido do humor. Até porque eu não pago imposto pra rir. Há quem diga que já me viu rindo durante um programa da Zorra Total, mas como não há vídeos comprovando isso, eu sigo negando até o fim. E mesmo esse conceito de humorista também é muito variável. O Carlos Alberto de Nóbrega, por exemplo, é chamado de humorista, e não de velho de praça.)


O problema é que a obra do Dahmer é meio que um oásis na Lua. Tempos depois do Malvados surgiu um negócio chamado de "Cyanide & Happiness". Não creio que haja uma influência entre os dois, mas é quase impossível não pensar que o criador do C&H tenha visto uma tirinha do Malvados e pensado "gostei, acho que vou fazer isso também. Burp".


Ria se puder

Quando um amigo me falou que achava isso muito engraçado, eu cheguei a acreditar que estava com um mau humor terrível e radioativo. Ainda mais quando segui vendo as tirinhas do C&H e continuava impassível. Não conseguia esboçar o menor sorriso amarelo. Ou verde. Sei lá, mas meus dentes estão bem sujos do chimarrão.


Até o Greenpeace riu hein?

E isso criou um efeito cascata impossível de ser freado. A influência da Zorra Total é alarmante.



Terrível até pra enxergar

De modo que eu temo pelo futuro das tirinhas. Imagino-me um dia lendo uma tirinha e querendo que Edgar Allan Poe ressuscite e aprenda a desenhar para que eu ria um pouco.