sexta-feira, 24 de abril de 2009

Feios e música

A nova sensação internética mundial do universo atende pelo nome de Susan Boyle. A escocesa ganhou fama depois de participar de um show de calouros nos moldes do "Ídolos" na Inglaterra. Deixo aqui o link do vídeo, porque os caras do YouTube foram bixas o suficiente pra não liberar a opção de incorporá-lo a blogs.

A quem não se prestou a ver a apresentação de Susan, de pouco menos de 6 minutos, eu explico: a moça é dolorosamente feia. É do tipo que a gente pensa que o rosto pegou fogo e os bombeiros apagaram o incêndio com um machado - e, nesse caso, conseguiram salvar as cordas vocais. Eu sei que muita gente vai dizer que eu não tenho moral pra falar de feiúra, mas eu sou metido e falo mesmo assim. Se ela competisse em feiúra com Carlitos Tevez, a disputa seria árdua. Para se ter uma ideia, Susan tem 47 anos e afirma nunca ter sido beijada na vida.


Não entendo o motivo...

O fato é que Susan não foi o primeiro rostinho feio no programa: o galês Paul Potts já havia surpreendido a terra da rainha cantando Nessum Dorma - e parece até que o rapaz, que antes vendia celulares, faturou a competição. E deixei o link da sua apresentação nesse parágrafo porque, novamente, o pessoal do YouTube foi bixa e não liberou a opção de incorporar o vídeo no blog.

(Façam um esforço para ver os vídeos, aproveitem que tá em português.)

Enfim, nossos ouvidos não conseguem ouvir a feiúra - se conseguissem, Tim Maia jamais teria feito sucesso. Portanto, piadinhas à parte, desejo longa vida à carreira de Susan Boyle, do fundo do coração. Mesmo porque essa história de "a voz dela é boa, mas ela é feia a dar com um pau" é hipócrita pra dedéu e não cola mais. Mesmo.


Essa já foi beijada. Tem gosto pra tudo.

Em alguns casos (como o nosso, brasileiro), a coisa é degradante: um mentiroso salafrário chega para uma dupla de feios e larga a lorota: "ei, vocês têm talento para a música. Bora tentar?"


O pior: eles acreditam piamente.

Insisto: longa vida à Susan Boyle. Sério.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Meu primeiro experimento científico

Eu posso ser um estudante de História, mas desde piá eu tenho ideias pra experiências científicas, com seus resultados extremamente objetivos, realistas e claros. Enfim, exatamente o contrário de qualquer estudo de História.

E pode parecer absurdamente incrível, mas eu lembro perfeitamente do meu primeiro experimento científico: o motivo para realizar meu experimento, o método utilizado e o resultado final, ou seja, o que ficou comprovado. Por sinal, as pessoas que me rodeiam sabem muito bem o que ficou comprovado.

Eu poderia dizer que eu era um mini-Egídio, mas como isso é uma redundância das grandes, digo que eu era um baby-Egídio. Este projeto de cientista falido que vos escreve tinha 4 anos, não mais que isso. Estava no Maternal (ou seria Jardim?) e mais uma tarde de aprendizado infantil estava começando. Cada um devia escolher seus brinquedos pra levar para a mesa, o que eu executei com maestria: escolhi um bonequinho que devia ser um Comando em Ação Made in Taiwan, o qual eu imaginava ser o Jaspion lutando contra um terrível monstro que ia acabar com o universo.

O monstro que eu escolhi era uma espécie de palito amarelo de plástico, que na realidade pertencia a um dos duzentos mil joguinhos de montar daquela escolinha. Aliás, me pergunto se as escolinhas querem forçar as crianças a serem arquitetas e engenheiras através da quantia de joguinhos de montar que possuem. Mas divago.

Enfim, o palito de plástico era um monstro terrível. E naquela tarde se transformou em robô, ninja, moto, carro, meteoro, revólver e, pasmem, foi até um inocente palito de plástico representando uma viga de alguma construção medieval de outro planeta. Sabiam que crianças possuem uma imaginação fértil? Pois então.

A diversão foi tanta que, ao ouvir o sinal do recreio, fiquei com medo de não achar mais o palito de plástico, já que os brinquedos deveriam voltar ao armário, afim de que a mesa ficasse livre para a merenda nossa de cada dia. Diante do medo, o que fiz? Bastante natural: coloquei o tal palito de plástico no bolso da camisa xadrez que eu usava por baixo do uniforme do colégio. Afinal, perder o Comando em Ação Made in Taiwan tudo bem, mas eu não podia me dar ao luxo de perder um palito de plástico tão versátil.

Merenda feita, recreio exercido no pátio (onde desfrutávamos de brinquedos radicais como escorregador, balanço e gira-gira - kamikaze é o caralho!), voltamos à sala de aula, onde começamos a desenhar loucamente alguma coisa em comemoração à alguma data, o que fizemos até acabar a aula. De volta para casa, a mãe de baby-Egídio percebe algo no bolso do filho: era o terrível monstro do palito de plástico. Arrá, aposto que nem vocês lembravam dele.

Pois foi isso: esqueci o versátil palito de plástico no bolso e o carreguei para casa. Logicamente recebi de minha mãe a incumbência de devolvê-lo ao armário de brinquedos, pois ao trazê-lo para casa eu estava correndo o risco de crescer e me tornar um impiedoso, cruel e sanguinário ladrão.

Bem, o que eu fiz foi pensar: "cacete, cumé que eu esqueci isso no bolso? Será que eu tenho a memória fraca? Será que eu sou ladrão? Será que eu tou com vontade de fazer xixi?". Diante deste cenário, resolvi realizar uma experiência para testar minha própria memória e eu mesmo seria a cobaia. Uma experiência muito auto-suficiente, eu diria.

Novo dia, novas brincadeiras e novos aprendizados - ainda mais pra mim, que ia executar minha experiência. E fiz assim: cheguei no armário com o palito amarelo no bolso e, ao invés de devolvê-lo, catei outro palito do mesmo jogo de montar, só que de cor vermelha. Guardei os dois no bolso e pensei "vamos ver se minha memória é realmente fraca". Isto feito, fui para a mesa brincar com o Jaspion e esperar o dia passar, aguardando ansiosamente o resultado da pesquisa. Mamãe foi me buscar e me indagou sobre a devolução do brinquedo involuntariamente surrupiado.

E qual não foi a surpresa ao me dar conta que eu não apenas não tinha devolvido o palito amarelo, mas tinha retornado com outro palito de cor vermelha. Como eu expliquei isso à minha mãe é um fato completamente perdido no passado, mas cheguei à algumas conclusões:

- Minha memória realmente era fraca.
- Com a memória fraca, eu não deveria cursar História. Cursando História, estou fazendo história na humanidade.
- Mamãe viu em sua frente um marginal em potencial.
- Eu esqueci de ser um marginal em potencial.
- A polícia, até hoje, não correu atrás de dois palitos de plástico coloridos.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Definições

Capítulo de hoje: "coincidência"

"Uma garota de 15 anos descobre que está grávida e conta para o namorado, que por sua vez dá um sonoro pé na bunda da moça e anuncia que tem outra namorada. A jovem grávida chora, sai correndo esbaforida e é atropelada por um carro véio. Um engarrafamento se forma mais instantaneamente que suco Tang, numa rua que há 10 minutos atrás sequer sabia o que era 'carro'.

Quem assiste a cena é um taxista português apaixonado pela mãe dela, que não tinha ideia de onde a filha havia se enfiado e a procurava de carro com a ajuda de um casal amigo. POR ACASO eles acabam no tal engarrafamento, onde surge um figurante qualquer que POR ACASO conhece a mãe da moça e conta: 'é sua filha que foi atropelada'.

Sem mais essa nem aquela, o rapaz que havia dado o colossal pé na bunda da grávida aparece POR ACASO no engarrafamento. Aproveitando a sorte do destino, que os uniu neste trágico engarrafamento, todos aproveitam para levar a jovem grávida para o hospital sem precisar gastar 1 mísero centavo com telefonemas."

Tem coisas que só uma novela da Globo faz por você.