terça-feira, 28 de julho de 2009

Ponderações sobre a crise econômica mundial

Não dá pra negar: a crise mundial é realmente séria. A prova disso é o humor brasileiro, onde a grande sensação do momento é essa:


A humanidade carrega consigo alguns grandes mistérios. Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? Como os egípcios construíram as grandes pirâmides? Mas o principal mistério é: onde diabos está a graça deste "Ronaldo"?

Confesso que, quando fui apresentado à esta pérola marrom do vaso sanitário, achei graça. Isso porque eu acreditava piamente que o cidadão do vídeo era Célio Silva, o clássico zagueiro do nosso futebol, canhão do Campeonato Brasileiro de 95 e autor do gol do título do glorioso Colorado na Copa do Brasil de 92 numa cobrança de pênalti, onde mandou a marca do cal pra dentro da meta e deixou a bola imóvel na marca do pênalti. Foi o maior lance de ilusão de ótica já visto no futebol mundial.

Quando descobri que o cidadão do vídeo se chama Zina e não é o grande Célio Silva, o vídeo perdeu completamente a graça.

Acha que acabou? Não. Enquanto Chico Anysio foi parar na geladeira global, um punhado de desocupados se junta com um cara que, em tempos remotos, foi cantor brega. Outro desocupado olha pra eles e diz "tive uma ideia genial!".

O maior pesadelo desse outro desocupado é sofrer um processo de Chico Anysio sob a acusação de plágio - ao mesmo passo que nosso maior desejo é que este tal desocupado seja violentamente processado por Chico Anysio, sob a acusação de plágio mal feito, danos morais, suborno, falsificação ideológica, sonegação fiscal, roubo, estupro, sequestro e genocídio quadruplamente qualificado.

Então a gente liga a TV para espairecer um pouco e esse punhado de desocupados, sabe Deus como, se transforma subitamente em um grupo de "artistas" e "humoristas" (as aspas são indispensáveis). Eles integram um programa que, supostamente, deveria ser humorístico. E por que "supostamente"? Por "piadas" como essa:

- O que é, o que é: não é gostoso, mas dá água na boca?
- Não sei.
- O copo.
- É, nota 10.

Veja bem: enquanto eu me estrepo indo pra faculdade para conseguir uma porra de diploma universitário - que não garantirá um mísero tostão furado no meu bolso -, um bando de pateta vai pra TV ganhar uma rica grana pra proferir piadas incapazes de fazer uma criança de 5 anos rir.

Como se isso não bastasse, Zorra Total completa 10 anos. Acha pouco? Pois o Casseta & Planeta insiste em não realizar uma sessão espírita toda terça-feira para reintegrar o Bussunda em seu elenco.

Acho que vou me inscrever no concurso do CQC para salvar o universo.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Grandes linguistas do futebol

No mundo do futebol, costuma-se dizer que a linguagem da bola é universal. Eu nunca entendi direito o que isso significa, já que nunca vi uma pelota utilizar as cordas vocais e o máximo que sua imagem arredondada permite de leitura corporal é ler "Adidas", "Nike" e coisas do gênero.

Apesar de não entender isso é fácil perceber que, de fato, a linguagem da bola é universal. Tanto que diversos jogadores tentam a sorte em países de línguas completamente doidas - e acabam encontrando a sorte mesmo. Nesse post, listo 5 personagens que fazem com que o mundo do futebol seja quase uma Torre de Babel com sua única língua.

1) Joel Santana

Ele é um dos mais simpáticos técnicos de futebol no mundo. Competente para alguns e, para outros, apenas simpático mesmo. Seu inglês no comando da África do Sul correu o mundo e, hoje, Joel Santana é a grande sensação da linguagem mundial.



Joel Santana é o principal difusor do inglês shakesperiano no mundo da bola. Eu diria que, se Shakespeare estivesse vivo, seria capaz de morrer de orgulho do incrível Papai Joel.

2) Anderson

Notem que eu falei que Joel é um "difusor". Não falei "introdutor" porque soaria meio boiola e não posso dizer que ele é pioneiro no uso do inglês arcaico no futebol mundial. Graças à Anderson.

Esse jovem jogador ficou nacionalmente conhecido durante um jogo da segunda divisão, onde sua equipe sofreu cerca de 15 pênaltis e o dobro de expulsões. Nenhum dos pênaltis foi convertido e, no final do jogo, Anderson provou ser um fominha marrento e muito chato, pegou a bola e fez um gol que é quase a definição exata de "sorte". Esse gol não apenas deu a vitória ao seu time em um jogo pra lá de modorrento como também salvou a equipe de um vexame de proporções tsunâmicas.

Mas a maior contribuição de Anderson para o mundo do futebol foi esta:



Joel Santana é praticamente um seguidor de Anderson. O tablóide inglês "The Sun" e as revistas "Contigo!" e "Pesca e cia." cogitam que Anderson receberá uma honraria do Império Britânico por seus feitos em prol da cultura linguística da Terra da Rainha.

3) Jef Silva

Como eu falei antes, alguns jogadores tentam a sorte em países de línguas bizarras. É o caso de Jef Silva, que trocou o Avaí, de Florianópolis, pelo futebol da Sérvia. O nome do seu clube é tão bizarro que é traduzido em todas as línguas. Quando eu fundar meu país, minha tradução vai ser "Clube de Nome Bizarro". Por enquanto, utilizo a tradução para o português: "Estrela Vermelha".



Aparentemente, Jef insiste em sugerir que seu clube troque de nome. Infelizmente, a relutância dos dirigentes parece grande. Mas acho que Jef continua na luta.

4) Vanderlei Luxemburgo

Luxemburgo é o empresário que mais sabe se disfarçar de técnico de futebol. Na sua passagem pelo poderoso Real Madrid, ele fez com a língua espanhola aquilo que Joel Santana fez com a inglesa...



... porém lendo e com a desenvoltura de um ganso bêbado.

5) Perdigão

O portunhol, essa mistura tão interessante quanto vodka com limão e açúcar, não ficou em evidência apenas por Vanderlei Luxemburgo. Perdigão também se utilizou dessa mistura. Falo do portunhol, apesar de Perdigão ser conhecido por utilizar muito da outra mistura citada nesse trecho.

Perdigão (também conhecido como "El Meduso Borracho" ou "Cumpadi Washington") foi essencial na conquista da Libertadores e do Mundial de 2006 pelo Internacional - títulos que, como todos sabem, são os mais importantes da história do futebol nacional, quiçá mundial. O curioso é que Perdigão esteve poucas vezes em campo. O futebol é, de fato, um esporte coletivo. Demais.

No vídeo, Perdigão comenta o título colorado na Libertadores:



Posteriormente, Perdigão foi a principal contratação do Vasco da Gama e do Corinthians nos últimos 25 anos. Hoje, seu talento está à serviço do São Caetano - onde foi a principal contratação da história.

Estes ilustres senhores fazem com que o esporte seja um exemplo para líderes de nações do mundo inteiro. Senhor Lula, tá na hora de se comunicar em outras línguas.

terça-feira, 7 de julho de 2009

A morte de todo-mundo-já-sabe

Fiquei sabendo que um monte de gente está ansiosa para saber o que eu achei ou como reagi à morte de uma das figuras mais incríveis que já pisaram neste planeta. Aproveito para mandar meus agradecimentos à Ludmila por, sozinha, ser esse monte de gente.

Mas então. Eu realmente fiquei chocado com a morte de um ícone de toda uma geração. Afinal, a Farrah Fawcett era foda e acompanhou vários banhos solitários de muito marmanjo por aí.

Ok, estou brincando. É lógico que eu não vou falar da Farrah Fawcett, mas sim da morte daquele que talvez seja a mais controversa e polêmica personalidade do showbizz. Afinal, o Clodovil era isso mesmo.

Ok, continuo brincando. Tá um pouco tarde pra eu me manifestar sobre a morte do viado mais famoso do Brasil. Até porque já me manifestei sobre essa morte - ou "mutação para purpurina", cientificamente falando - lá no Amigos de Pelotas.

Então, Michael Jackson. Também me manifestei sobre a morte dele no Amigos, mas isso foi semana passada. Depois disso, fiquei sabendo que seu funeral vai ser um evento faraônico. Estão até distribuindo - e vendendo! - ingressos para a cerimônia. O que estão pensando? Que ele vai pular da terra com um bando de dançarinos e emocionar o mundo com seu retorno ao som de Thriller?

Mesmo surpreso, eu acho que Michael já estava meio morto. Antes de anunciar a turnê de despedida, suas principais atividades não tinham a menor ligação com música: balançar filhos em sacadas; andar de máscara cirúrgica; revelar que o relacionamento com seu pai era uma versão caseira de George W. Bush X Saddam Hussein; fazer plásticas e ficar parecendo o Mestre Yoda depois de uma malfadada briga com soqueiras e martelos; ser alvo de pais espertalhões que permitiam que seus filhos dormissem na cama de um cara que estava sendo criança com quarenta e tantos anos...

Quando li que ele fora flagrado em um banheiro feminino no Marrocos trajando uma vestimenta igualmente feminina, eu desisti. Não bastasse o cara poder mudar de cor, ele poderia também mudar de sexo assim, sem mais essa nem aquela?

Nah. Quero lembrar do Jacko de verdade. Do gênio de Thriller, Off The Wall, Bad, Ben; da moonwalk e das coreografias que são o objetivo de todo e qualquer bebum de festas de formatura. Do gênio que ouviu Another One Bites The Dust e falou à Freddie Mercury e sua trupe que eles seriam loucos se não a lançassem como single.

Quero lembrar de Fevereiro de 1993, quando insistentemente pedi um disco à minha mãe. Era o Dangerous, que tenho até hoje, um clássico da carreira de Jacko com as não-menos clássicas Heal The World, Black Or White e Give In To Me - as duas últimas com participação especial de Slash, o mais drogado herói da minha infância.

E o bizarro disso tudo é ter a sensação que essa morte anunciada foi repentina demais. Quando eu saí de casa naquela quinta-feira, o mundo estava normal: Michael ainda estava às voltas com ensaios para a sua cacetada de shows. Quando voltei, cerca de 2 horas depois, Jacko já tinha enfartado, já tinham tentado reanimar o cara, já estava no hospital e já estava morto. Pior: cerca de doze mil e nove piadas já haviam sido pronunciadas.

E eu mal estava digerindo meu X-Enfarto-Sem-Plano-Funeral. O que é uma temeridade, pois vocês devem ter percebido por esse post que a Dona Morte anda inspiradíssima. Clodovil, Farrah Fawcett, Michael Jackson...

Acho que nem quero mais ser famoso.