sábado, 30 de maio de 2009

Castigo quase merecido

RIAA pede pena de morte para quem baixa música na web

Já teve gente dizendo que essa notícia é completamente fake. Eu não sei, e tampouco interessa saber se é fake ou não. O fato é que eu fiquei muito chocado e o pessoal anda dizendo que essa pena é pesada demais. Particularmente, não tenho muita certeza disso. Vamos analisar?

A RIAA (...) exigiu que a justiça do Estado de Oklahoma aplique a pena de morte em três adolescentes que baixaram compulsivamente músicas do rapper Kanye West.

Se o filho que eu não tenho baixasse UMA música do Kanye West, eu teria motivos suficientes para deixá-lo de castigo por 1 mês, trancafiado em um quarto sem televisão, sem internet, sem música e sem revista de mulher pelada. Apenas com livros de Química. Opa, exagerei.

Agora, se o filho que eu não tenho baixasse músicas do Kanye West compulsivamente, é um sinal que esse filho que eu não tenho é um caso perdido.

Imagino as possibilidades de conversa com o guri:

- Porra, piá! Os anos escutando Led Zeppelin não te serviram de nada? Te comprei 4 discos do Dire Straits e o que acontece? Kanye West! Desgraçado! Admite! Desembucha! Desde quando tu tás nessas drogas pesadas? Só falta me dizer que fica escutando isso no volume máximo! O QUE OS VIZINHOS VÃO DIZER, MEUDEUSDOCÉU?

Ou então, desabafando em um boteco, com um colega de copo:

- Meu filho tá baixando músicas do Kanye West. Compulsivamente. Não baixa nenhum episódio do Chaves, nem filme da Silvia Saint, sequer entra no site da Playboy. Só músicas do Kanye West mesmo. Onde foi que eu errei? Só me resta beber. Desce mais duas ampolas de diurético.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Mamãe é de morte

(Aviso: este post pode conter spoilers. Ou não. Depende da interpretação, da vontade e do estado etílico e/ou mental do leitor. Se o leitor for cego, logicamente não terá spoilers. Mas se o leitor cego escutar este post, quer dizer que alguém está lendo o post para ele, ou então que o cego é ninja, já que este blog não tem opção de leitura para cegos. Já nem lembro mais sobre o que eu ia escrever nesse post.)

(Ah, lembrei.)


O mundo seria um lugar bem melhor e menos poluído se todos os cineastas tivessem o mesmo senso de humor e de ridículo que John Waters, o diretor de "Mamãe é de Morte", que, se traduzido literalmente, seria lançado no Brasil com o título de "Mamãe Serial" ou mesmo "Mamãe em Série". Isso dá uma rasteira em todos aqueles chatos que dizem que brasileiros não sabem traduzir títulos de filmes.

Quando eu falo em senso de ridículo, eu quero dizer o velho e bom senso que nos faz admitir "ok, isto está ficando uma bosta colossal". John Waters certamente teve este pensamento quando estava no meio da produção deste filme e decidiu: "Já que tá feio, vou aloprar de vez com essa porra."

O resultado final foi um filme horrível, e quando eu digo "horrível" eu quero dizer que "bosta colossal" é um elogio. A coisa é tão grave que o filme é sensacional, uma obra-prima. Vocês vão me dizer que eu estou sendo contraditório, mas acho melhor vocês calarem a boca e assistirem o filme para entenderem o que eu estou falando.


Kathleen Turner interpreta Beverly Sutphin, uma mãe de família que daria orgulho à mãe de Jason Vorhees - e até mesmo ao próprio Jason Vorhees. O espectador é apresentado ao instinto assassino de Beverly em uma cena inusitada: uma inocente mosca espalha seus germes fecais pelo café da manhã da família e, aparentemente, somente Beverly percebe isso. Em meio a um diálogo sem muita importância, ela passa 2 ou 3 minutos do filme tentando trucidar a mosca em meio à torradas, sucos, manteigas e a desatenção total da família.

Higienicamente, a mosca encontra seu fim quando pousa em uma cadeira, e seu cadáver jaz em meio a um efeito especial que parece ter sido feito com uma jaca arremessada do décimo quinto andar de um prédio que só possui 13 andares.

A supracitada mosquinha é apenas a primeira vítima fatal de Beverly. Na sua lista acaba entrando ainda um professor da escola do seu filho, que morre cuspindo algo que não se sabe se é um dente, um chiclete ou uma melancia - arrisco dizer que é uma mistura dos três.

Outra vítima é o amor da vida da filha - pelo menos era o amor da vida naquela semana. O cara dá um pé na bunda da guria, o que por tabela revolta a mãe e aparece com uma loira de parar o trânsito. A morte do garanhão, por sinal, é uma cena ímpar na história do cinema. Acompanhem o descobrimento do corpo:



Um primor de atuação. Nem Dado Dolabella conseguiria fazer igual. A todas essas, o diretor já estava pensando que o filme não tava saindo exatamente como o planejado e resolve começar a aloprar de verdade. Atentem para o cartaz do filme. Notaram alguém conhecido? É isso mesmo: John Waters tem a colaboração de ninguém mais, ninguem menos que Salsicha.


Scooby Doo resolveu não participar do filme, por achar baixo o cachê de biscoitos Scooby. Percebam como Salsicha fica preocupado.

Lá pelas tantas, Salsicha - que é o filho da assassina - informa à mãe que um coleguinha e seus pais a ofenderam. Não me lembro bem as palavras, mas foram termos realmente pesados. Se a memória não me falha, foi algo como "boba" e "cara de mamão". Isso tudo na hora do jantar da família.

A mãe sorri e diz "já volto". Sem mais essa nem aquela, ela ruma para a casa do tal amiguinho. A família percebe o que está para acontecer e resolve ir salvar o tal amiguinho. É aí que a gente percebe que a casa do tal amiguinho é realmente grande, porque a Beverly entra por um lado e mata os pais do amiguinho, enquanto a família entra pelo outro e interrompe uma punheta furiosíssima que o amiguinho está batendo embaixo das cobertas, inspirado por um filme "pornô" que não excitaria nem mesmo um náufrago tarado e necessitado. E um lado não percebe o outro.

Aí a coisa já descambou pra uma alopragem insana. Para se ter uma idéia, Beverly, com uma faca na mão, desiste de matar uma cliente da locadora do filho. Bondosa que ela só, troca a faca por um PERNIL e manda a velha pro outro lado. A essa altura, Beverly já é celebridade nacional e até entra de graça em shows do L7!

Beverly é mandada a júri, onde dispensa seu advogado e organiza a própria defesa, baseada em 2 livros de Direito: "O Estado contra Fulano" e "O Estado contra Beltrano". Fulano e Beltrano são nomes fictícios, já que não quiseram ser identificados pela minha memória. Obviamente ela é julgada inocente de todos os crimes e encerra o filme matando uma mulher do júri.

Pra quem tá com aquela pressa insana de ver essa pérola depois de ler essa resenha, vou contar que o filme está disponível no YouTube NA ÍNTEGRA, dividido em oito partes. Eu não vou linkar aqui porque, como vocês sabem, não quero que esse tal de Direito Autoral venha comer meu fiofó. Então corram pro YouTube e procurem por "Serial Mom".

Mas aconselho completar um curso de inglês antes, porque não está legendado.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Da série "Pedro, este distinto senhor"

Então o Forecast Fox, um aplicativo para o Mozilla Firefox que mostra a previsão do tempo para a sua cidade, me aponta que hoje, terça-feira, irá chover. "Opa", penso eu, "vou evitar sair". Afinal, estúpido que sou, levo em consideração os apontamentos de um aplicativo que consegue acertar menos previsões que o Pelé em época de Copa do Mundo.

Contratempos aparecem, a chuva não, resolvo eu sair para resolver os tais contratempos. Eis que levanta uma ventania absurda e nuvens mais escuras que o Pelé dão o ar da graça. Se estivéssemos em 2000, religiosos sairiam às ruas para dar uma espiada no apocalipse, mas estamos em 2009 e é apenas mais uma chuva se aproximando. Pelo menos era o que eu pensava e o que me fez desistir da ideia de sair. Assim como apareceu, o cenário do apocalipse foi embora. Água? Somente da torneira onde eu escovava os dentes. Que estava fechada, afinal eu sou um moço muito antenado nesses negócios de escassez de água.

Já que a chuva tava envergonhada e não apareceria nem se o Pelé acertasse uma previsão futebolística, resolvi sair. Eis que mais nuvens negras aparecem e eu penso "vão se foder. Enganem a mãe de vocês, nuvens putas sem mãe". Vejam, eu estava um pouco brabo. Então vesti minha roupa, passei o desodorante ao invés de passar vergonha na rua e abri a porta. E o que me recebe na porta da minha casa?

Os primeiros e consistentes pingos de chuva do mês.

Ou seja, São Pedro é um velho muito filho da puta que fica de olho em todos os meus passos. Se eu não for louco, estou ouvindo suas risadas nesse exato instante.

sábado, 2 de maio de 2009

Loucos efeitos da gripe porca

- Querido, estou com medo dessa gripe suína.
- Papai, se a mamãe contar a historinha dos três porquinhos de novo, a gente vai pegar gripe suína?
- Unhééééé!
- Tio, então a historinha dos três porquinhos pode matar?
- Unhééééé!
- Veja querido, até ele está assustado!
- Pai, tô com fome. Ainda tem salsichão de porco?
- Mas que salsichão de porco, criatura! Tá querendo morrer?
- Unhééééé! Mãe, olha o tio me assustando!
- Olha aí! Assustou a criança!
- Perdão.
- Querido, tá vendo? A situação tá desesperadora!
- É cunhado, não podemos facilitar!
- Eu acho que a gente já teve problema com a gripe aviária. Não podemos facilitar mesmo! Você mesmo, quase pegou gripe aviária daquela piranha!
- Piranha é ave?
- Não. Mas aquela piranha, além de piranha, era galinha!
- Cunhado, você tava comigo! Diz pra ela que eu não fiz nada!
- Ah tá!
- Não fiz! E eu é que preciso ter medo dessa gripe suína! Você não sai de perto daquele pedreiro porco!
- Ei, acalmem os ânimos.
- Pai, continuo com fome. Quero torresmo.
- Unhééééé!
- Acho que essa criança já tá traumatizada com o porco.
- Pai, como será que tá o Gaguinho a essas alturas?
- Sobrinho, ninguém aqui conhece o Gaguinho. É a censura.
- Unhééééé!
- Cale-se! É proibido chorar!
- Pai, tá na hora da gente ir pra escola.
- Cunhado, tá na hora de eu ir trabalhar.
- E tá na hora de eu fazer compras.
- Sua fútil.
- Fútil nada! Vamos todos de ônibus.
- Está louca, sua louca? Quer se arriscar a pegar uma gripe suína?
- Será que transmite pelo ônibus?
- Pai, o Gaguinho anda de ônibus?
- Estamos atrasados! Preciso trabalhar!
- Querido, não fique aí parado! Fale, faça alguma coisa! Temos que sair e não podemos pegar ônibus!
- PUTA QUE PARIU! Tá bom! Eu levo todo mundo!
- Mas tem capacete pra todo mundo?
- Capacete é o cacete. Se alguém se estrepar, todo mundo se estrepa junto. Vamos.


Ei, chega pra lá! Tô apertado aqui! Não me encoxa!