Quatro anos se passaram até que o maior evento esportivo do planeta começasse no país comunista mais famoso do mundo. De Atenas pra cá, são várias as certezas que se instalaram. Uma delas diz que a cerimônia de abertura é sempre igual em todas as Olimpíadas. Este é um comentário feito antes da cerimônia começar. Porque, depois que o mundo assiste ao negócio todo, a certeza muda.
- Viu que loucura a abertura das Olimpíadas? Nunca vi coisa mais bonita!
- É mesmo. O rapaz correndo do lado do pergaminho lá no céu foi demais. Mas nada supera aquela abertura do ursinho que chorou.
- O ursinho chorando não foi num encerramento?
- Ah é. Mas isso é um detalhezinho à toa.
Uma certeza que eu tive em particular é que a China quer explorar seu mercado de produtos Made In China. E estou para acreditar que são produtos altamente confiáveis. O que foi aquela dublê de cantora mirim na abertura? Os brasileiros têm muito o que aprender com essa tecnologia. Já imaginaram a Ivete Sangalo com a voz da Adriana Calcanhotto? Eu não.
Outra certeza é que o futebol pentacampeão do mundo sempre será esperança de medalha de ouro inédita, e jamais irá além deste posto. Atreladas à essa certeza, surgem dúvidas e descontentamentos. A maior delas: por que a CBF resolveu contratar o anão mais pateta da Branca de Neve? Será que o Mestre estava pedindo um salário muito alto?
O técnico da Seleção Brasileira de vôlei, por sua vez, vai lançar uma seqüência de seu livro "Transformando suor em ouro". Se chamará "Transformando ouro em prata". A Seleção Feminina, mais amarela do que nunca, receberá enxurradas de propostas da Playboy, enquanto as mulheres do futebol passarão mais uns 10 anos implorando por uma liga nacional no Brasil. Até conseguirem uma, estou com elas: o negócio é fazer birra e não ganharem nada. O negócio é ser vice.
Pelos lados internacionais, o velocista jamaicano Usain Boldt terminou os 100 metros rasos contando piada, dando risada e mandando beijinho pra mamãe, com folga. Só por isso foi acusado de doping. Uma tremenda injustiça. Se eu tivesse nascido em um país onde a música de Bob Marley é tocada à exaustão, também fugiria naquela velocidade.
Michael Phelps nos mostrou que os feios também são felizes, principalmente embaixo d'água. Suas orelhas lhe deram uma vantagem que causaram uma série de estupros nos recordes aquáticos, e ele acabou arrebatando todos os ouros que viu pela frente. Dizem que seus planos para o futuro incluem voltar à Netuno, seu planeta de origem, para quebrar os recordes olímpicos de lá.
Ele também foi acusado de doping, e, ao meu ver, é mais uma acusação injusta. Isso é a mesma coisa que acusar o Faustão de ser gordo ou o Galvão Bueno de ser chato.
Há outra explicação? Dizem que a mãe dele pariu e foi presa em seguida por porte de entorpecentes. A polícia da cidade admitiu que aquele foi o esconderijo mais perfeito que o departamento anti-drogas dos EUA já tiveram notícia. Aliás, isso explica a distância que o nadador conseguia abrir pros adversários. Eu também iria querer manter distância desse cara.
Sorte de nossos olhos que a italiana Francesca Piccinini, do vôlei, estava competindo. E acrescento muitas brasileiras nessa lista - até porque elas estão pertinho e me fazem pensar que eu tenho chances com elas: Fabiana Muhrer, Maurren Magi e Paula Pequeno, só pra citar algumas. Caso elas leiam este texto, deixo um recado: estou solteiro.
Mas a bênção maior foi que a russa Yelena Isinbayeva resolveu competir. Vou poupá-los das óbvias piadinhas com relação ao esporte dessa musa. Mas o fato é que a guria é tão linda que ninguém teve coragem de acusá-la de doping, muito embora ela tenha quebrado o recorde mundial pela cagalhésima vez nos últimos 2 minutos. E não serei eu que terei a coragem de acusá-la de tão grave crime.
Pra não deixar este texto com a imagem daquele nadador terrível, aí vai:
Pensando bem, eu já nem lembro mais o que é doping. Beijo Yelena, me liga.