Piada sobre Amy Winehouse vence festival na Europa
Segundo o site Bliz, a segunda piada mais votada fala sobre o casal David e Victoria Beckham e foi criada pelo comediante Andrew Laurence: "Todos temos um esqueleto no armário. O David Beckham leva o dele para a rua".
E não é verdade mesmo? Não sei vocês, mas eu lustro o esqueleto que tenho no armário todos os dias.
"Não consigo acreditar que a Amy faz mal a si mesma. É tão irritante que com certeza conseguiria encontrar alguém que o fizesse por ela", diz a piada vencedora do concurso, de autoria da comediante Zoe Lyon.
E vocês reclamando do concurso de piadas do Show do Tom, hein?
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Olimpíadas
Não foi culpa da censura chinesa, mas o fato é que as Olimpíadas de Pequim tiveram seu encerramento há poucas horas. Foi uma Olimpíada bastante nostálgica, não? A China resgatou aquele velho clima de Guerra Fria, onde alguns líderes tinham a bisonha crença que o número de medalhas conquistadas era proporcional à qualidade da ideologia política de seu país.
Quatro anos se passaram até que o maior evento esportivo do planeta começasse no país comunista mais famoso do mundo. De Atenas pra cá, são várias as certezas que se instalaram. Uma delas diz que a cerimônia de abertura é sempre igual em todas as Olimpíadas. Este é um comentário feito antes da cerimônia começar. Porque, depois que o mundo assiste ao negócio todo, a certeza muda.
- Viu que loucura a abertura das Olimpíadas? Nunca vi coisa mais bonita!
- É mesmo. O rapaz correndo do lado do pergaminho lá no céu foi demais. Mas nada supera aquela abertura do ursinho que chorou.
- O ursinho chorando não foi num encerramento?
- Ah é. Mas isso é um detalhezinho à toa.
Uma certeza que eu tive em particular é que a China quer explorar seu mercado de produtos Made In China. E estou para acreditar que são produtos altamente confiáveis. O que foi aquela dublê de cantora mirim na abertura? Os brasileiros têm muito o que aprender com essa tecnologia. Já imaginaram a Ivete Sangalo com a voz da Adriana Calcanhotto? Eu não.
Outra certeza é que o futebol pentacampeão do mundo sempre será esperança de medalha de ouro inédita, e jamais irá além deste posto. Atreladas à essa certeza, surgem dúvidas e descontentamentos. A maior delas: por que a CBF resolveu contratar o anão mais pateta da Branca de Neve? Será que o Mestre estava pedindo um salário muito alto?
O técnico da Seleção Brasileira de vôlei, por sua vez, vai lançar uma seqüência de seu livro "Transformando suor em ouro". Se chamará "Transformando ouro em prata". A Seleção Feminina, mais amarela do que nunca, receberá enxurradas de propostas da Playboy, enquanto as mulheres do futebol passarão mais uns 10 anos implorando por uma liga nacional no Brasil. Até conseguirem uma, estou com elas: o negócio é fazer birra e não ganharem nada. O negócio é ser vice.
Pelos lados internacionais, o velocista jamaicano Usain Boldt terminou os 100 metros rasos contando piada, dando risada e mandando beijinho pra mamãe, com folga. Só por isso foi acusado de doping. Uma tremenda injustiça. Se eu tivesse nascido em um país onde a música de Bob Marley é tocada à exaustão, também fugiria naquela velocidade.
Michael Phelps nos mostrou que os feios também são felizes, principalmente embaixo d'água. Suas orelhas lhe deram uma vantagem que causaram uma série de estupros nos recordes aquáticos, e ele acabou arrebatando todos os ouros que viu pela frente. Dizem que seus planos para o futuro incluem voltar à Netuno, seu planeta de origem, para quebrar os recordes olímpicos de lá.
Ele também foi acusado de doping, e, ao meu ver, é mais uma acusação injusta. Isso é a mesma coisa que acusar o Faustão de ser gordo ou o Galvão Bueno de ser chato.
Há outra explicação? Dizem que a mãe dele pariu e foi presa em seguida por porte de entorpecentes. A polícia da cidade admitiu que aquele foi o esconderijo mais perfeito que o departamento anti-drogas dos EUA já tiveram notícia. Aliás, isso explica a distância que o nadador conseguia abrir pros adversários. Eu também iria querer manter distância desse cara.
Sorte de nossos olhos que a italiana Francesca Piccinini, do vôlei, estava competindo. E acrescento muitas brasileiras nessa lista - até porque elas estão pertinho e me fazem pensar que eu tenho chances com elas: Fabiana Muhrer, Maurren Magi e Paula Pequeno, só pra citar algumas. Caso elas leiam este texto, deixo um recado: estou solteiro.
Mas a bênção maior foi que a russa Yelena Isinbayeva resolveu competir. Vou poupá-los das óbvias piadinhas com relação ao esporte dessa musa. Mas o fato é que a guria é tão linda que ninguém teve coragem de acusá-la de doping, muito embora ela tenha quebrado o recorde mundial pela cagalhésima vez nos últimos 2 minutos. E não serei eu que terei a coragem de acusá-la de tão grave crime.
Pra não deixar este texto com a imagem daquele nadador terrível, aí vai:
Pensando bem, eu já nem lembro mais o que é doping. Beijo Yelena, me liga.
Quatro anos se passaram até que o maior evento esportivo do planeta começasse no país comunista mais famoso do mundo. De Atenas pra cá, são várias as certezas que se instalaram. Uma delas diz que a cerimônia de abertura é sempre igual em todas as Olimpíadas. Este é um comentário feito antes da cerimônia começar. Porque, depois que o mundo assiste ao negócio todo, a certeza muda.
- Viu que loucura a abertura das Olimpíadas? Nunca vi coisa mais bonita!
- É mesmo. O rapaz correndo do lado do pergaminho lá no céu foi demais. Mas nada supera aquela abertura do ursinho que chorou.
- O ursinho chorando não foi num encerramento?
- Ah é. Mas isso é um detalhezinho à toa.
Uma certeza que eu tive em particular é que a China quer explorar seu mercado de produtos Made In China. E estou para acreditar que são produtos altamente confiáveis. O que foi aquela dublê de cantora mirim na abertura? Os brasileiros têm muito o que aprender com essa tecnologia. Já imaginaram a Ivete Sangalo com a voz da Adriana Calcanhotto? Eu não.
Outra certeza é que o futebol pentacampeão do mundo sempre será esperança de medalha de ouro inédita, e jamais irá além deste posto. Atreladas à essa certeza, surgem dúvidas e descontentamentos. A maior delas: por que a CBF resolveu contratar o anão mais pateta da Branca de Neve? Será que o Mestre estava pedindo um salário muito alto?
O técnico da Seleção Brasileira de vôlei, por sua vez, vai lançar uma seqüência de seu livro "Transformando suor em ouro". Se chamará "Transformando ouro em prata". A Seleção Feminina, mais amarela do que nunca, receberá enxurradas de propostas da Playboy, enquanto as mulheres do futebol passarão mais uns 10 anos implorando por uma liga nacional no Brasil. Até conseguirem uma, estou com elas: o negócio é fazer birra e não ganharem nada. O negócio é ser vice.
Pelos lados internacionais, o velocista jamaicano Usain Boldt terminou os 100 metros rasos contando piada, dando risada e mandando beijinho pra mamãe, com folga. Só por isso foi acusado de doping. Uma tremenda injustiça. Se eu tivesse nascido em um país onde a música de Bob Marley é tocada à exaustão, também fugiria naquela velocidade.
Michael Phelps nos mostrou que os feios também são felizes, principalmente embaixo d'água. Suas orelhas lhe deram uma vantagem que causaram uma série de estupros nos recordes aquáticos, e ele acabou arrebatando todos os ouros que viu pela frente. Dizem que seus planos para o futuro incluem voltar à Netuno, seu planeta de origem, para quebrar os recordes olímpicos de lá.
Ele também foi acusado de doping, e, ao meu ver, é mais uma acusação injusta. Isso é a mesma coisa que acusar o Faustão de ser gordo ou o Galvão Bueno de ser chato.
Há outra explicação? Dizem que a mãe dele pariu e foi presa em seguida por porte de entorpecentes. A polícia da cidade admitiu que aquele foi o esconderijo mais perfeito que o departamento anti-drogas dos EUA já tiveram notícia. Aliás, isso explica a distância que o nadador conseguia abrir pros adversários. Eu também iria querer manter distância desse cara.
Sorte de nossos olhos que a italiana Francesca Piccinini, do vôlei, estava competindo. E acrescento muitas brasileiras nessa lista - até porque elas estão pertinho e me fazem pensar que eu tenho chances com elas: Fabiana Muhrer, Maurren Magi e Paula Pequeno, só pra citar algumas. Caso elas leiam este texto, deixo um recado: estou solteiro.
Mas a bênção maior foi que a russa Yelena Isinbayeva resolveu competir. Vou poupá-los das óbvias piadinhas com relação ao esporte dessa musa. Mas o fato é que a guria é tão linda que ninguém teve coragem de acusá-la de doping, muito embora ela tenha quebrado o recorde mundial pela cagalhésima vez nos últimos 2 minutos. E não serei eu que terei a coragem de acusá-la de tão grave crime.
Pra não deixar este texto com a imagem daquele nadador terrível, aí vai:
Pensando bem, eu já nem lembro mais o que é doping. Beijo Yelena, me liga.
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segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Assombração suicida
Vou contar um segredo pra vocês: eu tenho um caso bizarro com a língua portuguesa. É uma mania viciante, praticamente um transtorno obsessivo-compulsivo, mas sem tanto glamour. Essa mania é encontrar erros em detalhes ínfimos e ter piedade de Aurélio, o dono do dicionário mais pop da língua portuguesa - quando, na verdade, o tal Aurélio não tá nem aí pro pastel e deve até estar rindo da minha cara.
Não falo daquela velha história do "mim não conjuga verbo", porque isso aí já perdeu a graça. Na verdade eu acho assombroso ver a forma que as pessoas usam o termo "assombrado", com o perdão da redundância. Por exemplo, "casa mal assombrada". Como "mal" remete a algo ruim, é uma redundância dizer "casa mal assombrada". Afinal, assombração já é, por si só, algo ruim e bem malvado. Dizer "casa mal assombrada" equivale a dizer "entrei para dentro".
Mas não é só isso. A palavra "mal" também nos dá a idéia de algo mal feito. Se "isso está mal", então "isso está errado". Logo, "casa mal assombrada", além de ser uma redundância, é uma casa louca de bunda-mole, porque é erroneamente assombrada. Se me convidassem para passar a noite em uma mansão que dizem que é mal assombrada, eu não teria medo e até ensinaria as assombrações a exercer seu ofício.
Então vocês me dizem: "Ei Egídio, pense comigo: o contrário de 'mal' é 'bem'. Então seria correto dizer 'casa bem assombrada'?"
Se pensar que "bem" é algo feito de uma forma correta, sim. "Puxa vida, aquela casa é muito bem assombrada! Não passo nem perto de lá!".
Só que eu sou louco de chato e digo que isso é um erro imperdoável. Passei muitos anos da minha vida assistindo os ThunderCats tentarem derrotar Mumm-Ra, além de torcer pelo He-Man contra o Esqueleto. Então fica lógico que "bem" é algo que não combina com assombrado. Façam-me um favor: não destruam a minha infância, seus insensíveis.
Mas ainda há outro lado nessa história: "bem" é uma palavra multi-uso e também pode significar "bastante". "Aquela casa é bem assombrada. Mas beeeeem assombrada. É tanta assombração que eu nem sei como cabe ali dentro." Portanto, é correto, é incorreto e não é nem correto e nem incorreto dizer "casa bem assombrada". É algo bem democrático, eu diria.
Eis que outro vivente se levanta e afirma: "Já sei! Eu escapo dessa dizendo 'casa mau assombrada', assim, com 'u'! Eu sou um gênio!"
Em verdade, verdade vos digo: cale-se, seu projeto de velha raposa do mar. De fato, assim como "mal", "mau" é uma palavra que lembra algo ruim. Pára e pensa: o contrário de mau não é "uam", é "bom". Isso dá a falsa impressão que "casa mau assombrada" é a forma correta de se dizer.
Mas os olhos mais atentos tentarão trocar o "mau" pelo "bom" e se depararão com o esdrúxulo termo "casa bom assombrada". Portanto, "casa mau assombrada" é uma cagada homérica da parte de quem escreve isso, e se eu fosse professor de português, rodaria direto um aluno que escrevesse isso. Sou mal. Digo, mau.
Outra coisa que me dá nos nervos é quando alguém fala "o Fulano se suicidou". Me dá uma vontade quase incontrolável de dizer que a frase está incompleta e corrigir: "Fulano se suicidou-se sozinho a si mesmo com as próprias mãos, MULA." Suicídio pode ser um ato bastante egoísta, mas a língua portuguesa não precisa sofrer com isso. Assim, o Fulano em questão COMETEU suicídio.
Outro dia eu cometi esse deslize. Falei que o Judas "se suicidou", blábláblá.
Tive vontade de se suicidar-me.
Não falo daquela velha história do "mim não conjuga verbo", porque isso aí já perdeu a graça. Na verdade eu acho assombroso ver a forma que as pessoas usam o termo "assombrado", com o perdão da redundância. Por exemplo, "casa mal assombrada". Como "mal" remete a algo ruim, é uma redundância dizer "casa mal assombrada". Afinal, assombração já é, por si só, algo ruim e bem malvado. Dizer "casa mal assombrada" equivale a dizer "entrei para dentro".
Mas não é só isso. A palavra "mal" também nos dá a idéia de algo mal feito. Se "isso está mal", então "isso está errado". Logo, "casa mal assombrada", além de ser uma redundância, é uma casa louca de bunda-mole, porque é erroneamente assombrada. Se me convidassem para passar a noite em uma mansão que dizem que é mal assombrada, eu não teria medo e até ensinaria as assombrações a exercer seu ofício.
Então vocês me dizem: "Ei Egídio, pense comigo: o contrário de 'mal' é 'bem'. Então seria correto dizer 'casa bem assombrada'?"
Se pensar que "bem" é algo feito de uma forma correta, sim. "Puxa vida, aquela casa é muito bem assombrada! Não passo nem perto de lá!".
Só que eu sou louco de chato e digo que isso é um erro imperdoável. Passei muitos anos da minha vida assistindo os ThunderCats tentarem derrotar Mumm-Ra, além de torcer pelo He-Man contra o Esqueleto. Então fica lógico que "bem" é algo que não combina com assombrado. Façam-me um favor: não destruam a minha infância, seus insensíveis.
Mas ainda há outro lado nessa história: "bem" é uma palavra multi-uso e também pode significar "bastante". "Aquela casa é bem assombrada. Mas beeeeem assombrada. É tanta assombração que eu nem sei como cabe ali dentro." Portanto, é correto, é incorreto e não é nem correto e nem incorreto dizer "casa bem assombrada". É algo bem democrático, eu diria.
Eis que outro vivente se levanta e afirma: "Já sei! Eu escapo dessa dizendo 'casa mau assombrada', assim, com 'u'! Eu sou um gênio!"
Em verdade, verdade vos digo: cale-se, seu projeto de velha raposa do mar. De fato, assim como "mal", "mau" é uma palavra que lembra algo ruim. Pára e pensa: o contrário de mau não é "uam", é "bom". Isso dá a falsa impressão que "casa mau assombrada" é a forma correta de se dizer.
Mas os olhos mais atentos tentarão trocar o "mau" pelo "bom" e se depararão com o esdrúxulo termo "casa bom assombrada". Portanto, "casa mau assombrada" é uma cagada homérica da parte de quem escreve isso, e se eu fosse professor de português, rodaria direto um aluno que escrevesse isso. Sou mal. Digo, mau.
Outra coisa que me dá nos nervos é quando alguém fala "o Fulano se suicidou". Me dá uma vontade quase incontrolável de dizer que a frase está incompleta e corrigir: "Fulano se suicidou-se sozinho a si mesmo com as próprias mãos, MULA." Suicídio pode ser um ato bastante egoísta, mas a língua portuguesa não precisa sofrer com isso. Assim, o Fulano em questão COMETEU suicídio.
Outro dia eu cometi esse deslize. Falei que o Judas "se suicidou", blábláblá.
Tive vontade de se suicidar-me.
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quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Não é preciso ter PhD em Psicologia e ser meu psicólogo por 5 anos consecutivos pra saber o que eu acho do Oasis. No patamar classificatório de qualidade e bom gosto da minha vida - uma espécie de termômetro qualitativo que inventei há mais ou menos 15 segundos -, Oasis está no nível de pés, camarão e Marilyn Manson. Isso pra vocês terem uma idéia da gravidade da coisa.
Em um resumo básico: "Oasis" é o substantivo próprio que caracteriza o termo "banda horrível".
Há quem diga que eu odeie mais os caras em si do que a música, propriamente. Mas essa afirmação é uma desgraça completa quando se fala em "Go Let It Out", "Champagne Supernova" e "Wonderwall". O que acontece é que as atitudes bizarras dos irmãos Gallagher somente completam o conjunto da obra.
É óbvio que chega um momento que a gente pensa que qualquer demência vinda deles seria incapaz de surpreender. Tipo, alguém se surpreende quando noticiam que a Amy Winehouse se internou numa clínica? Alguém fica chocado quando sabe que a Britney Spears saiu sem calcinha pra rua?
Então. DEVERIA ser o caso do Oasis. Mas quando eu leio que o vocalista afirma que os fãs de Radiohead e Coldplay são feios e chatos, significa que eu sou um completo paspalho e não sei nada da vida, porque acabo de me surpreender com a demência de um Gallagher.
Rapaz, esse mundo da música não é mais o mesmo. Foi-se o tempo que os grandes astros da música se estapeavam feito galos de rinha inspirados nos ursos polares da ilha de Lost. Eu tinha a impressão que ainda ontem o Vince Neil tinha dado um murro no focinho do Izzy Stradlin, mas esse grande acontecimento dos ringues musicais está pra completar míseros dezenove aninhos.
A primeira coisa que eu lembrei ao ler essa notícia foi do Rodrigo. Ou Rafael. Ou Ricardo. Ou Deosmar. Ou Astolfo. Enfim, não lembro exatamente o nome do cidadão. O fato é que ele foi meu coleguinha no Jardim de Infância. Certa feita eu roubei um chocolate dele, com a astúcia e a leveza de um zebu com dor de ouvido. Obviamente ele percebeu e disparou palavras que eu jamais esquecerei:
- Bobo! Feio! Chato! Vou contar pra tia! Tiaaaaaaaaaaaa, o Egídio roubou meu chocolate!
A punição foi severa: tive que devolver o chocolate e ainda voltei a colar um monte de algodão na barba de um Papai Noel desenhado numa folha de ofício muito porca.
Liam Gallagher, ao xingar fãs de Radiohead e Coldplay de feios e chatos, demonstra uma insana vontade de voltar ao Jardim de Infância. Praticamente um retrocesso musical-psicológico, que ele completa ao dizer que "eles parecem não gostar de se divertir".
Seria uma análise completamente sagaz, se Oasis conseguisse ser mais divertido que uma unha encravada.
Se esse não é o mais famoso caso da bunda suja que desdenha do cu mal lavado, eu não sei mais o que é.
Em um resumo básico: "Oasis" é o substantivo próprio que caracteriza o termo "banda horrível".
Há quem diga que eu odeie mais os caras em si do que a música, propriamente. Mas essa afirmação é uma desgraça completa quando se fala em "Go Let It Out", "Champagne Supernova" e "Wonderwall". O que acontece é que as atitudes bizarras dos irmãos Gallagher somente completam o conjunto da obra.
É óbvio que chega um momento que a gente pensa que qualquer demência vinda deles seria incapaz de surpreender. Tipo, alguém se surpreende quando noticiam que a Amy Winehouse se internou numa clínica? Alguém fica chocado quando sabe que a Britney Spears saiu sem calcinha pra rua?
Então. DEVERIA ser o caso do Oasis. Mas quando eu leio que o vocalista afirma que os fãs de Radiohead e Coldplay são feios e chatos, significa que eu sou um completo paspalho e não sei nada da vida, porque acabo de me surpreender com a demência de um Gallagher.
Rapaz, esse mundo da música não é mais o mesmo. Foi-se o tempo que os grandes astros da música se estapeavam feito galos de rinha inspirados nos ursos polares da ilha de Lost. Eu tinha a impressão que ainda ontem o Vince Neil tinha dado um murro no focinho do Izzy Stradlin, mas esse grande acontecimento dos ringues musicais está pra completar míseros dezenove aninhos.
A primeira coisa que eu lembrei ao ler essa notícia foi do Rodrigo. Ou Rafael. Ou Ricardo. Ou Deosmar. Ou Astolfo. Enfim, não lembro exatamente o nome do cidadão. O fato é que ele foi meu coleguinha no Jardim de Infância. Certa feita eu roubei um chocolate dele, com a astúcia e a leveza de um zebu com dor de ouvido. Obviamente ele percebeu e disparou palavras que eu jamais esquecerei:
- Bobo! Feio! Chato! Vou contar pra tia! Tiaaaaaaaaaaaa, o Egídio roubou meu chocolate!
A punição foi severa: tive que devolver o chocolate e ainda voltei a colar um monte de algodão na barba de um Papai Noel desenhado numa folha de ofício muito porca.
Liam Gallagher, ao xingar fãs de Radiohead e Coldplay de feios e chatos, demonstra uma insana vontade de voltar ao Jardim de Infância. Praticamente um retrocesso musical-psicológico, que ele completa ao dizer que "eles parecem não gostar de se divertir".
Seria uma análise completamente sagaz, se Oasis conseguisse ser mais divertido que uma unha encravada.
Se esse não é o mais famoso caso da bunda suja que desdenha do cu mal lavado, eu não sei mais o que é.
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sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Dia dos pais
O dia dos pais tá chegando. E quem consegue pensar em presentes, não é mesmo? Ainda mais quando justamente agora a gente precisa dar uma notícia pro pai. É, eu sei. Nessas horas a coisa aperta.
Pois nada tema. Estou aqui para dar dicas para esses casos.
O negócio é o seguinte: compra um negócio bem bacana pro teu pai. Eu sei que a coisa parece complicada, mas não é. Qual pai não gostaria de ganhar um relógio novo? Ou um sapato pra aumentar os calos? Ou mesmo um carro zero?
Então. O segundo passo é comprar um segundo presente. Esse presente tem que ser tão agradável quanto o primeiro. Portanto, se comprar um carro de presente, o segundo presente deve ser um avião a jato.
Exatamente. Deverão ser dois presentes. Isso vai ajudar na hora de dar a notícia.
- Feliz dia dos pais, velhão! Eu te amo, cara!
- Valeu filho!
- Então, tá aqui o seu primeiro presente...
- Primeiro?
- É. Esse aí é o primeiro. E esse aqui é o segundo.
- Mas porque segundo?
- Então. Um é do dia dos pais, né. O segundo é porque dizem que avô é pai duas vezes.
- Avô?
- ...
- AVÔ?
Pronto, a notícia está dada.
O enfarte vem de brinde, totalmente grátis. De nada!
Pois nada tema. Estou aqui para dar dicas para esses casos.
O negócio é o seguinte: compra um negócio bem bacana pro teu pai. Eu sei que a coisa parece complicada, mas não é. Qual pai não gostaria de ganhar um relógio novo? Ou um sapato pra aumentar os calos? Ou mesmo um carro zero?
Então. O segundo passo é comprar um segundo presente. Esse presente tem que ser tão agradável quanto o primeiro. Portanto, se comprar um carro de presente, o segundo presente deve ser um avião a jato.
Exatamente. Deverão ser dois presentes. Isso vai ajudar na hora de dar a notícia.
- Feliz dia dos pais, velhão! Eu te amo, cara!
- Valeu filho!
- Então, tá aqui o seu primeiro presente...
- Primeiro?
- É. Esse aí é o primeiro. E esse aqui é o segundo.
- Mas porque segundo?
- Então. Um é do dia dos pais, né. O segundo é porque dizem que avô é pai duas vezes.
- Avô?
- ...
- AVÔ?
Pronto, a notícia está dada.
O enfarte vem de brinde, totalmente grátis. De nada!
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dicas
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Inflação capilar
Eis que a inflação tá acordando. E já tá esculhambando com a vida de todo mundo.
Minha mãe não cansa de reclamar do preço do queijo. E eu reclamo junto, porque tem uns queijos muito bons. Eu me considero um degustador de queijos, a despeito de eu não entender patavinas do assunto. Meu paladar, aliás, só é melhor que a visão do Stevie Wonder.
Mas voltando à inflação, Fernando Henrique Cardoso afirmou que o que importa é que o povo está comendo mais frango. Dizem que muitos goleiros se emputeceram com a frase, mas o que acontece é que essa é uma afirmativa ultrapassada: segundo uma pesquisa minha no Google (mais rápida que o Schumacher montado num cometa), o preço do frango aumentou 26%. Como não sou bom em matemática e muito menos em porcentagens, me contento em dizer que os goleiros devem estar bem satisfeitos com esse aumento.
Parece que o tomate e o arroz também aumentaram muito. Nesse ponto minha mãe enlouquece: ela come tomate como se fosse pipoca. Não literalmente, porque aí ela teria que colocar óleo em uma panela e deixar o tomate estourar. Falo em quantidade.
Tenho um amigo que é alérgico à tomate. Acredito que ele deve estar bastante contente com o aumento no preço do tomate. Já o arroz, bem, esse deixa pra lá. Só vou falar alguma coisa quando o carreteiro estiver sendo seriamente afetado.
A desgraça da inflação é tanta que atinge os setores mais inimagináveis. Vocês acreditam que o Sorinan, um genérico do Sorine, que salva a minha respiração e bane temporariamente a minha tremedeira, está quase CINCO reais? Um absurdo! Eu costumava pagar menos de três reais. E olhe lá.
Mas vocês já ouviram falar em inflação capilar? Eu já.
Como vocês podem imaginar, eu tenho uma ligação capilar com o mundo. Sou basicamente o retorno do Sansão - o chifrudo da Dalila e não o coelhinho da Mônica. Algumas pessoas dizem que eu sou feio, e isso se deve ao meu cabelo: se eu não tivesse cabelo, o termo mais correto seria "pavoroso".
Meu cabelo é uma das maiores provas da inflação que ronda a economia brasileira. Não me refiro a cremes, basicamente porque eu não uso cremes. Isso é coisa de quem cuida do cabelo. E também não me refiro apenas a shampoos, apesar de estarem caros feito o petróleo.
Me refiro também ao cabelo propriamente dito. Não foram raras as vezes que me fizeram ofertas em dinheiro pelo meu cabelo.
- Egídio, que cabelo bonito! Te dou 70 pila nele.
- E não ganho nem um beijinho?
- Rapaz, esse teu cabelo é demais. Se um dia resolveres vender ele, consegues uns 200 ou 400 reais, tranqüilo.
- E com 400 reais eu compro uma mansão perto da Roselyn Sanchez?
- Bem, não, mas...
- Tchau hein. A gente se fala.
A variação financeira era basicamente nessa faixa monetária. Essa frase dá mais ou menos uma idéia do que é ser cabeludo, além de me capacitar como comentarista econômico do Jornal da Globo.
Mas a inflação tá aí, né?
Então. Outro dia eu tava na delegacia pela cagagésima vez, registrando perda de documentos que seriam achados menos de 10 horas depois, quando me chegou uma proposta indecente, em alto e bom tom.
- Bonito cabelo.
- Aham.
- Quer vender? Te consigo DOIS MIL REAIS nele, fácil. Tem uma mulher em Porto Alegre que compra pra fazer peruca e...
O tamanho do borrão que tomou conta da minha cueca naquele momento é comparável com o aumento do preço do frango. Uma proposta daquelas, dentro de uma delegacia cheia de gente, significava que ladrões de alta periculosidade estavam de olho em uma capilar oportunidade de ganhar dinheiro fácil.
Mais tarde, percebi que isso foi um lapso da minha parte. Ladrões em uma delegacia? Não me parece certo.
Ouvi dizer que eles estão tentanto controlar a inflação, diretamente de Brasília.
Minha mãe não cansa de reclamar do preço do queijo. E eu reclamo junto, porque tem uns queijos muito bons. Eu me considero um degustador de queijos, a despeito de eu não entender patavinas do assunto. Meu paladar, aliás, só é melhor que a visão do Stevie Wonder.
Mas voltando à inflação, Fernando Henrique Cardoso afirmou que o que importa é que o povo está comendo mais frango. Dizem que muitos goleiros se emputeceram com a frase, mas o que acontece é que essa é uma afirmativa ultrapassada: segundo uma pesquisa minha no Google (mais rápida que o Schumacher montado num cometa), o preço do frango aumentou 26%. Como não sou bom em matemática e muito menos em porcentagens, me contento em dizer que os goleiros devem estar bem satisfeitos com esse aumento.
Parece que o tomate e o arroz também aumentaram muito. Nesse ponto minha mãe enlouquece: ela come tomate como se fosse pipoca. Não literalmente, porque aí ela teria que colocar óleo em uma panela e deixar o tomate estourar. Falo em quantidade.
Tenho um amigo que é alérgico à tomate. Acredito que ele deve estar bastante contente com o aumento no preço do tomate. Já o arroz, bem, esse deixa pra lá. Só vou falar alguma coisa quando o carreteiro estiver sendo seriamente afetado.
A desgraça da inflação é tanta que atinge os setores mais inimagináveis. Vocês acreditam que o Sorinan, um genérico do Sorine, que salva a minha respiração e bane temporariamente a minha tremedeira, está quase CINCO reais? Um absurdo! Eu costumava pagar menos de três reais. E olhe lá.
Mas vocês já ouviram falar em inflação capilar? Eu já.
Como vocês podem imaginar, eu tenho uma ligação capilar com o mundo. Sou basicamente o retorno do Sansão - o chifrudo da Dalila e não o coelhinho da Mônica. Algumas pessoas dizem que eu sou feio, e isso se deve ao meu cabelo: se eu não tivesse cabelo, o termo mais correto seria "pavoroso".
Meu cabelo é uma das maiores provas da inflação que ronda a economia brasileira. Não me refiro a cremes, basicamente porque eu não uso cremes. Isso é coisa de quem cuida do cabelo. E também não me refiro apenas a shampoos, apesar de estarem caros feito o petróleo.
Me refiro também ao cabelo propriamente dito. Não foram raras as vezes que me fizeram ofertas em dinheiro pelo meu cabelo.
- Egídio, que cabelo bonito! Te dou 70 pila nele.
- E não ganho nem um beijinho?
- Rapaz, esse teu cabelo é demais. Se um dia resolveres vender ele, consegues uns 200 ou 400 reais, tranqüilo.
- E com 400 reais eu compro uma mansão perto da Roselyn Sanchez?
- Bem, não, mas...
- Tchau hein. A gente se fala.
A variação financeira era basicamente nessa faixa monetária. Essa frase dá mais ou menos uma idéia do que é ser cabeludo, além de me capacitar como comentarista econômico do Jornal da Globo.
Mas a inflação tá aí, né?
Então. Outro dia eu tava na delegacia pela cagagésima vez, registrando perda de documentos que seriam achados menos de 10 horas depois, quando me chegou uma proposta indecente, em alto e bom tom.
- Bonito cabelo.
- Aham.
- Quer vender? Te consigo DOIS MIL REAIS nele, fácil. Tem uma mulher em Porto Alegre que compra pra fazer peruca e...
O tamanho do borrão que tomou conta da minha cueca naquele momento é comparável com o aumento do preço do frango. Uma proposta daquelas, dentro de uma delegacia cheia de gente, significava que ladrões de alta periculosidade estavam de olho em uma capilar oportunidade de ganhar dinheiro fácil.
Mais tarde, percebi que isso foi um lapso da minha parte. Ladrões em uma delegacia? Não me parece certo.
Ouvi dizer que eles estão tentanto controlar a inflação, diretamente de Brasília.
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