Sinto-me à vontade para lançar um desafio a quem quer que esteja lendo estas linhas: eu duvido que alguém tenha sonhos mais bisonhos que os meus. Antes que alguém aceite o desafio, devo alertar que sou um expert com PhD na escola da vida na arte de sonhar. Eu tenho um arquivo onde anoto alguns sonhos (os que eu lembro, na verdade) e vou mostrar algumas das anotações pra deixar todo mundo com medo de aceitar meu desafio:
03/10/2009 - Sonhei que tinham me cravado um garfo no alto da cabeça e eu não percebi. Quando percebi, fui no médico e o garfo simplesmente caiu.
05/01/2010 - Sonhei que o Sylvester Stallone anunciava o lançamento de "Rambo 13" para o ano 3013.
01/12/2012 - Essa noite sonhei com 2 filhotes de porco atacando as meias que eu estava usando porque eu tinha zoado eles.
Não quero me gabar, mas eu realmente sou um expert na arte de sonhar. Tanto que sugiro também a leitura de dois posts, este e este. E contei que outro dia sonhei que a Suzane Von Richtofen era um espírito aprisionado em espelhos do apartamento de uma colega minha de 17 anos? Foi assustador. A Suzane Von Richtofen tocava um terror tão grande quanto o que tocou na casa dela certa noite, acompanhada do namorado e do cunhado.
Eu juro que sonhei tudo isso. Não obstante, outro dia sonhei com o Kid Bengala.
Não se deixe levar por esse sorriso de velho simpático. O Freddy Krueger tem medo de sonhar com esse cara.
Pra quem não sabe quem é o Kid Bengala, as dicas estão na cor da pele e no apelido que ele carrega. Se isso ainda não é o suficiente pra entender, eu digo: o cara é ator pornô. E se isso ainda não basta para entender, deixa assim. Confia em mim: não há necessidade de procurar imagens dele no Google.
Pois bem, sonhei com ele. Foi menos traumatizante do que se pode pensar, mas não menos atemorizante. Sucedeu que o cara, acompanhado de duas morenas eróticas, apitou a campainha da minha casa. Eu tomei um susto grande, porque tinha esquecido completamente que tinha dado o meu consentimento de ceder minha humilde residência para a gravação pornô que o Kid Bengala e as duas morenas tinham que fazer naquele dia. E agora, o que eu ia dizer à minha família, que estava prestes a chegar?
E chegaram no momento que as moças estavam no banheiro trocando de roupa (item violentamente indispensável em um filme pornô) e se maquiando, enquanto Kid Bengala aguardava, paciente, na cozinha. Sabe-se lá como minha mãe nada percebera, mas eu ainda carregava o medo, porque era questão de tempo até ela perceber e me dar uma mijada sem precedentes na história. Minha irmã, por sua vez, percebeu e me lançou apenas um olhar de revesgueio, em um leve tom de reprovação.
Lamento informar que ela não fez o que todos estão pensando: enquanto ela e eu lavávamos as mãos no banheiro (as distintas atrizes já tinham ido para a sala, a fim de se prepararem para as cenas - como eu não sei; talvez estivessem fazendo um alongamento adequado), tornamo-nos cúmplices daquela situação, já que a mãe - ainda - desconhecia tudo. Porque lavávamos as mãos é um mistério que só será dissolvido depois que descobrirem a verdadeira identidade de Jack The Ripper, mas foi nesse momento que trocamos algumas palavras em um sussurro inaudível, daqueles que só são decifrados através da leitura labial:
- Sabe quem é esse cara que tá aí? - e eu sinalizava com a cabeça (de cima) a cozinha, onde o Kid Bengala estava fumando, aguardando suas nobres colegas ficarem prontas.
- Sei - sussurrou minha irmã, sem voz - a mãe dele fumava maconha comigo.
Pronto. Eu era detentor de um terrível segredo familiar do Kid Bengala: sua mãe era uma porra louca que, na infância, fumava maconha com a minha irmã. E o pior é que o desgraçado estava fumando um cigarro - convencional - fedorentíssimo na minha cozinha.
- Ei Kid - disse eu pra ele -, olha só, desculpa te pedir, mas tem como tu fumar lá no pátio? É que o cheiro, sabe como é, aqui complica, amigo. - É evidente que eu chamei o cara de amigo e estava tratando ele cheio de receio. Se ele come o cu de amigas dele, eu não quero saber o que ele faz com seus inimigos.
Foi aí que, por um milagre angelical, eu acordei. Se eles gravaram a cena em algum universo paralelo, eu desconheço.
E aí? Quem topa o desafio de ter sonhos mais bisonhos que os meus?
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segunda-feira, 13 de maio de 2013
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