E mais um ano vai chegando ao fim. Engana-se quem pensa que eu vou recitar aquela música da Simone, mas cabe a pergunta: será que realizamos nossas metas, nossos sonhos? O que fizemos?
Pois este é o momento de avaliarmos isso. Acho que todo mundo precisa fazer isso. Inclusive o nobre Jucelino Nóbrega da Luz. E vocês devem estar se perguntando "quem raios é este Jucelino sei-lá-eu-das-quantas?" Pois bem: lá foi tu, caro vivente, preencher teu perfil no Orkut ou no Facebook. Lá pelas tantas pinta uma ideia brilhante para preencher o campo "Sobre mim", e esta ideia é: "Sonhador(a) profissional".
Caríssimos, lamento informar, mas sonhador profissional é Jucelino. O resto é meramente resto. Jucelino é tão competente na arte de sonhar que eu suponho que ele não faça outra coisa além de dormir. Mais: ele dorme em algum Instituto do Sono, vigiado por aparelhos moderníssimos, que captam as imagens que ele sonha. Estas imagens são interpretadas por uma equipe, que trata de divulgar os sonhos de Jucelino mundo afora.
É isso aí. Mundo afora mesmo. Jucelino é famoso (aqui podemos discutir o conceito de "famoso") por ter sonhos premonitórios de catástrofes e enviar cartas a quem, supostamente, vai sofrer a tal catástrofe, alertando-os do perigo.
Um exemplo: Jucelino sonha que uma cidade vai sofrer com um furacão. Então ele envia uma carta às autoridades da tal cidade, relatando o tal sonho e sugerindo providências, senão uma cacetada de gente vai morrer. Outro exemplo: Jucelino sonha que Michael Jackson vai morrer, e envia uma carta contando o que sonhou e que a saúde do rei do pop corre perigo. Bem, ele alega que realmente fez isso.
Mencionei que ele afirma registrar as cartas que envia em cartório? Mencionei sim. Claro que mencionei. Basta ler a primeira frase deste parágrafo.
E quando eu digo que suponho que Jucelino não faça outra coisa além de dormir, devo dizer que minha suposição é baseada exclusivamente em números - e, como se sabe, os números não mentem. Em 22 de dezembro de 2009, Jucelino fez 230 previsões para 2010 - sem contar as que ele certamente teve durante o corrente ano, durante seu sagrado sono. Eu, como um doce cabeludo de nobre coração que vai todos os dias ao bosque recolher lenha, sinto-me na obrigação de ajudar Jucelino a verificar se seus sonhos se realizaram em 2010.
Esta tarefa não é difícil. Basta ver, no link do parágrafo acima, que pelo menos 90% dos sonhos de Jucelino tratam de toda a sorte de catástrofes e putarias naturais nos mais diversos locais do mundo. As tragédias sonhadas por ele foram tantas que é impressionante ele não ter mijado na cama de medo uma única vez, e poderiam se resumir em um único sonho: "o mundo acabará". Como ainda não acabou, Jucelino já não cumpriu boa parte das suas sonhadas metas.
Só de terremotos foram cerca de cagocentos e doze sonhos - nenhum deles no Chile ou no Haiti, o que comprova que o forte dos sonhos de Jucelino não é a Geografia.
Tudo o que ele previu oniricamente para o Chile foram conflitos que causariam grandes danos à Capital, em setembro. Se formos interpretar esta frase como fazem os estudiosos das centúrias de Nostradamus, perceberemos claramente que esta foi uma previsão do acidente que deixou dezenas de mineiros soterrados por um bom tempo. Uma pena que os coitados não souberam interpretar isso a tempo. Para o Haiti, nada de terremotos, e sim um furacão. Ou seja, o forte dos sonhos de Jucelino, além de não ser Geografia, também não deve ser Ciências.
Mas deixemos as tragédias naturais de lado. Há muitas tragédias artificiais: nos sonhos de Jucelino, o terrorismo é constante (como esse rapaz não mija na cama, céus?). Afeganistão, Paquistão e Iraque sofreriam com atentados. Ponto para Jucelino! Eu estou aprendendo com ele: eu previ que o sol nasceria sempre de manhã durante este ano. Acertei em cheio!
Há uma previsão bastante interessante, a de número 26: "Saúde de cantor (R.C.) é abalado por problemas renais" (sic). O que significa R.C.? Ray Charles? Ray Conniff? Roberto Carlos? Não interessa: ele acertou. Ray Charles teve a saúde tão abalada em 2010 que morreu - em 2004. Ray Conniff sofreu ainda mais em 2010, tanto que morreu em 2002, antes mesmo de Ray Charles. E Roberto Carlos perdeu a perna nos anos 40 - se isso não é ter a saúde abalada em 2010, eu não sei mais o que é. Problemas renais? Ora, não se apeguem a detalhes. Lembrem-se que o forte de Jucelino não é Ciências.
Jucelino sonhou também com as eleições e, segundo a previsão 175, o candidato censurado ganharia no primeiro turno. Das duas, uma: ou política também não é o forte dos sonhos dele, ou Jucelino sonhou com institutos de pesquisa. E ele sonha também com a política do mundo todo: além de um possível atentado a Barack Obama, ele sonhou que o presidente norte-coreano correria sério risco de vida em agosto. Será que acertou? Será que errou? Eis um mistério que a censura do comunismo nortecoreano deixa no ar.
Prezado Jucelino, eu poderia aqui te desejar um ótimo 2011, mas infelizmente isso não é possível. Não quero atrapalhar teu sono, onde certamente estão surgindo previsões de um 2011 macabro e tenebroso, e não ótimo. No entanto, não quero aqui ser mal-educado contigo e encerrar este post sem me despedir de ti.
Durma bem, nobre cavalheiro.
.
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Corpo são, mente sã?
É difícil crer naquela máxima do esporte, que diz "corpo são, mente sã". Basta olhar para os jogadores de futebol: é uma tarefa hercúlea encontrar algum que saiba escrever corretamente um bilhete que diga "já volto".
Mas tudo bem, é sacanagem minha restringir a análise de inteligência de atletas apenas aos jogadores de futebol. E foi com isso em mente que eu estava assistindo ontem uma matéria no SporTV, falando sobre o Prêmio Brasil Olímpico, onde alguns repórteres estavam vagando pelos bastidores do evento, horas antes deste ter início.
Eis que a repórter se aproximou de uma menina para entrevistá-la. A guria era atleta do pentatlo, uma modalidade que, por si só, poderia revelar que seu praticante não bate muito bem das ideias. O pentatleta é, no mínimo um sujeito pra lá de indeciso. Com certeza fica pensando: "Não sei que esporte praticar. Ah, quer saber? Vou fazer todos. Dane-se."
"Não seja tão ranzinza", repreendi-me, "dá uma chance pra guria mostrar sua inteligência". Fiz isso sem dificuldade, e a guria acabou mostrando o seu valor: expressava-se com desenvoltura, com um ótimo vocabulário e tudo o mais. O mais incrível era o seu sotaque nordestino, o que dá um tremendo chute na bunda daquela ideia pré-concebida que todos os nordestinos têm dificuldade de aprendizado e são burros a dar com um pau - em duas palavras, "tremendamente imbecis". Esse ano aprendemos que não: tremendamente imbecis foram os paulistas que fizeram daquele palhaço nordestino - que tem um QI 2 pontos maior que uma garrafa de plástico - o deputado mais votado do país. Mas divago.
Enfim, a pentatleta se saiu muitíssimo bem. Fiquei surpreso: eis uma atleta inteligente! Há esperanças no mundo!
Então os repórteres continuaram vagando pelos bastidores, e encontraram o judoca Leandro Guilheiro, que era um dos três indicados ao prêmio de melhor atleta olímpico do Brasil entre os homens. A repórter, louca de faceira, abordou-o:
- E está aqui um dos candidatos ao prêmio de melhor atleta do ano, Leandro Guilheiro, do judô! Ele tá aí, querendo dar um ippon nos outros dois concorrentes, que são o César Cielo, da natação, e o Murilo, do vôlei. Não é mesmo, Guilheiro?
Percebam, a abordagem dela foi cheia de simpatia e humor. Certamente estava treinando para o teste para o elenco da "Praça É Nossa".
O judoca, percebendo a sagacidade da moça, resolveu que seria uma ótima ideia ser simpático e bem humorado também. Entre sorrisos, respondeu:
- É, pois é, eles são grandes, mas não são dois - brincou. Que rapaz destemido este Leandro Guilheiro, hein?! É capaz de encarar gente maior que ele!
Mas... se César Cielo e Murilo não são dois, são o quê? Duas? Ou são a mesma pessoa?
Atenção Comitê Olímpico Internacional, fica o alerta para esta fraude.
Mas tudo bem, é sacanagem minha restringir a análise de inteligência de atletas apenas aos jogadores de futebol. E foi com isso em mente que eu estava assistindo ontem uma matéria no SporTV, falando sobre o Prêmio Brasil Olímpico, onde alguns repórteres estavam vagando pelos bastidores do evento, horas antes deste ter início.
Eis que a repórter se aproximou de uma menina para entrevistá-la. A guria era atleta do pentatlo, uma modalidade que, por si só, poderia revelar que seu praticante não bate muito bem das ideias. O pentatleta é, no mínimo um sujeito pra lá de indeciso. Com certeza fica pensando: "Não sei que esporte praticar. Ah, quer saber? Vou fazer todos. Dane-se."
"Não seja tão ranzinza", repreendi-me, "dá uma chance pra guria mostrar sua inteligência". Fiz isso sem dificuldade, e a guria acabou mostrando o seu valor: expressava-se com desenvoltura, com um ótimo vocabulário e tudo o mais. O mais incrível era o seu sotaque nordestino, o que dá um tremendo chute na bunda daquela ideia pré-concebida que todos os nordestinos têm dificuldade de aprendizado e são burros a dar com um pau - em duas palavras, "tremendamente imbecis". Esse ano aprendemos que não: tremendamente imbecis foram os paulistas que fizeram daquele palhaço nordestino - que tem um QI 2 pontos maior que uma garrafa de plástico - o deputado mais votado do país. Mas divago.
Enfim, a pentatleta se saiu muitíssimo bem. Fiquei surpreso: eis uma atleta inteligente! Há esperanças no mundo!
Então os repórteres continuaram vagando pelos bastidores, e encontraram o judoca Leandro Guilheiro, que era um dos três indicados ao prêmio de melhor atleta olímpico do Brasil entre os homens. A repórter, louca de faceira, abordou-o:
- E está aqui um dos candidatos ao prêmio de melhor atleta do ano, Leandro Guilheiro, do judô! Ele tá aí, querendo dar um ippon nos outros dois concorrentes, que são o César Cielo, da natação, e o Murilo, do vôlei. Não é mesmo, Guilheiro?
Percebam, a abordagem dela foi cheia de simpatia e humor. Certamente estava treinando para o teste para o elenco da "Praça É Nossa".
O judoca, percebendo a sagacidade da moça, resolveu que seria uma ótima ideia ser simpático e bem humorado também. Entre sorrisos, respondeu:
- É, pois é, eles são grandes, mas não são dois - brincou. Que rapaz destemido este Leandro Guilheiro, hein?! É capaz de encarar gente maior que ele!
Mas... se César Cielo e Murilo não são dois, são o quê? Duas? Ou são a mesma pessoa?
Atenção Comitê Olímpico Internacional, fica o alerta para esta fraude.
Marcadores:
aconteceu
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Em dois palitos
Se fizermos uma pesquisa de opinião, perguntando às pessoas o que falta a elas, algumas dirão "dinheiro". Outras dirão "paciência pra aturar uma pergunta imbecil dessas". Mas muitas, muitas mesmo, dirão "tempo".
Tempo é uma coisa complicada. Tanto que as pessoas nem querem mais medi-lo com esmero. Hoje em dia é muito comum uma pessoa dizer algo como "Isso eu faço em dois tempos". Ok, mas é dois tempos de quê? Basquete? Futebol? Afinal, vai demorar ou não?
Essa despreocupação em medir o tempo explica-se pelo fato de que cada vez mais temos menos tempo em nossas vidas para realizar nossas tarefas - a despeito da imensa quantidade de medidores de tempo: segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, decênios, séculos, milênios e palitos.
Percebam a complicação do tempo através dos tempos: primeiro, a humanidade media a passagem do tempo através da Lua ou de algumas constelações. Depois, passamos a medi-lo com ampulhetas, ou observávamos as horas passarem através do sol. Depois, os segundos se faziam cada vez mais presentes nos relógios modernos. E, agora, medimos o tempo com palitos.
Vejam o caso dessa propaganda da Skol:
Incumbido de realizar uma tarefa, o japa garante que a realizará em dois palitos. E eu fico deprimido quando esta propaganda termina, porque ela joga na minha cara a ignorância imensurável que habita em mim: eu não sei se dois palitos é um tempo muito longo ou muito curto para executar alguma tarefa.
Quando se usa palito para medir o tempo, pode ser uma referência ao tempo que um palito de fósforo leva para ser consumido inteiramente pelo fogo. Se é este o caso, o palito é grande ou pequeno?
Mas o palito usado para medir o tempo pode não ser de fósforo, mas de dentes. E aí a coisa complica de vez. Neste caso, creio que a sujeira presente na arcada dentária exerce forte influência na medição do tempo. E a sujeira no dente nada mais é que o resultado de uma refeição - e esta pode ser curta ou longa, rápida ou demorada, um generoso jantar ou um mísero lanchinho, quiçá um assalto à geladeira durante a madrugada. Ademais, o tempo utilizado para palitar os dentes pode ser influenciado pela pressa ou calma do dono da arcada dentária, podendo ele utilizar dois, três ou mesmo vinte palitos, mas demorando dois, três ou vinte segundos na limpeza bucal de emergência.
O tempo utilizado para palitar os dentes é muito relativo. Medir o tempo usando palitos reflete claramente o descaso que as pessoas têm com essa medição. O pior de tudo é que até agora eu não sei se o japa da propaganda foi rápido ou lento na tarefa de reabastecer o estoque de cervejas.
E a quem estiver se perguntando, fiquem tranquilos: eu não tinha nada de mais interessante para fazer quando escrevi este texto. Além disso, escrevi-o em dois tempos. Ou dois palitos, como queiram.
Tempo é uma coisa complicada. Tanto que as pessoas nem querem mais medi-lo com esmero. Hoje em dia é muito comum uma pessoa dizer algo como "Isso eu faço em dois tempos". Ok, mas é dois tempos de quê? Basquete? Futebol? Afinal, vai demorar ou não?
Essa despreocupação em medir o tempo explica-se pelo fato de que cada vez mais temos menos tempo em nossas vidas para realizar nossas tarefas - a despeito da imensa quantidade de medidores de tempo: segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, decênios, séculos, milênios e palitos.
Percebam a complicação do tempo através dos tempos: primeiro, a humanidade media a passagem do tempo através da Lua ou de algumas constelações. Depois, passamos a medi-lo com ampulhetas, ou observávamos as horas passarem através do sol. Depois, os segundos se faziam cada vez mais presentes nos relógios modernos. E, agora, medimos o tempo com palitos.
Vejam o caso dessa propaganda da Skol:
Incumbido de realizar uma tarefa, o japa garante que a realizará em dois palitos. E eu fico deprimido quando esta propaganda termina, porque ela joga na minha cara a ignorância imensurável que habita em mim: eu não sei se dois palitos é um tempo muito longo ou muito curto para executar alguma tarefa.
Quando se usa palito para medir o tempo, pode ser uma referência ao tempo que um palito de fósforo leva para ser consumido inteiramente pelo fogo. Se é este o caso, o palito é grande ou pequeno?
Mas o palito usado para medir o tempo pode não ser de fósforo, mas de dentes. E aí a coisa complica de vez. Neste caso, creio que a sujeira presente na arcada dentária exerce forte influência na medição do tempo. E a sujeira no dente nada mais é que o resultado de uma refeição - e esta pode ser curta ou longa, rápida ou demorada, um generoso jantar ou um mísero lanchinho, quiçá um assalto à geladeira durante a madrugada. Ademais, o tempo utilizado para palitar os dentes pode ser influenciado pela pressa ou calma do dono da arcada dentária, podendo ele utilizar dois, três ou mesmo vinte palitos, mas demorando dois, três ou vinte segundos na limpeza bucal de emergência.
O tempo utilizado para palitar os dentes é muito relativo. Medir o tempo usando palitos reflete claramente o descaso que as pessoas têm com essa medição. O pior de tudo é que até agora eu não sei se o japa da propaganda foi rápido ou lento na tarefa de reabastecer o estoque de cervejas.
E a quem estiver se perguntando, fiquem tranquilos: eu não tinha nada de mais interessante para fazer quando escrevi este texto. Além disso, escrevi-o em dois tempos. Ou dois palitos, como queiram.
Marcadores:
não sei definir essa tag
sábado, 4 de dezembro de 2010
Minha cartinha pro Papai Noel
Querido Papai Noel:
Este ano eu fui um bom menino. Não matei, não roubei, não estuprei, não cabulei aulas e, de quebra, ainda tirei uma louvável nota máxima no meu Trabalho de Conclusão de Curso.
Então, Papai Noel, eu gostaria de ganhar um emprego de presente do senhor. Meu objetivo profissional é ganhar dinheiro.
Ah, para que não haja confusão, não estou pedindo que o senhor seja o meu patrão. Como eu sou de Pelotas, tenho que conviver diariamente com piadas que me taxam de "viadinho", e trabalhar no setor das renas apenas pioraria a situação.
O senhor poderia me alocar no setor de fabricação dos presentes, onde eu seria colega dos duendes, mas isso só pioraria a minha naniquice. Ademais, tenho informações que o sindicato deles é uma baderna sem tamanho. Isso sem contar que, apesar de eu ser do sul do Brasil, tenho uma séria aversão a frio, porque é um tipo de temperatura que me obriga a usar cinco vezes mais roupas que o usual. Sinto calafrios só de imaginar na vestimenta que teria de usar se eu trabalhasse no Pólo Norte com o senhor.
Um afetuoso abraço do seu cabeludo amigo.
Este ano eu fui um bom menino. Não matei, não roubei, não estuprei, não cabulei aulas e, de quebra, ainda tirei uma louvável nota máxima no meu Trabalho de Conclusão de Curso.
Então, Papai Noel, eu gostaria de ganhar um emprego de presente do senhor. Meu objetivo profissional é ganhar dinheiro.
Ah, para que não haja confusão, não estou pedindo que o senhor seja o meu patrão. Como eu sou de Pelotas, tenho que conviver diariamente com piadas que me taxam de "viadinho", e trabalhar no setor das renas apenas pioraria a situação.
O senhor poderia me alocar no setor de fabricação dos presentes, onde eu seria colega dos duendes, mas isso só pioraria a minha naniquice. Ademais, tenho informações que o sindicato deles é uma baderna sem tamanho. Isso sem contar que, apesar de eu ser do sul do Brasil, tenho uma séria aversão a frio, porque é um tipo de temperatura que me obriga a usar cinco vezes mais roupas que o usual. Sinto calafrios só de imaginar na vestimenta que teria de usar se eu trabalhasse no Pólo Norte com o senhor.
Um afetuoso abraço do seu cabeludo amigo.
Marcadores:
rapidinhas
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Sobre pombas e sua arte de evacuar
"(...)
As pombas, quando avoam,
por incrível que pareça,
ficam sobrevoando, com seu cu amirando
em nossas cabeças
Daí vem a rajada
de sua bazuca anal;
já tem pomba com mira laser:
o tiro sai sempre fatal
(..)"
Não gosto de textos que comecem com uma citação musical, mas neste caso é inevitável. Talvez poucos saibam disso, mas a composição de Dinho (ex-filósofo, ex-vocalista do Mamonas Assassinas e atual finado) demonstra muito mais que uma anedota popular sobre as pombas, estas nada-higiênicas aves. Afirmo isso porque pude observar, há algumas semanas, o comportamento das pombas - principalmente no que tange o despacho de seus excrementos, a famosa "cagada".
Aconteceu há algumas semanas. Eu estava em Porto Alegre com a minha família, convidados para um casamento que éramos. Era um sábado e eu acordei consideravelmente tarde, o que me impediu de acompanhar meus parentes no almoço em um restaurante próximo. De modo que, quando cheguei ao restaurante, mal tive tempo de dizer "tchau" ao meu cunhado, que era o último a se retirar da mesa. Fiquei ali, almoçando em companhia de meus pensamentos e de um casal em uma mesa próxima, que estavam com um micro-poodle branco, tão micro e tão branco que, se cometesse a indiscrição de subir na mesa, poderia facilmente ser confundido com o punhado de arroz no prato do casal.
Mas divago. O animal em debate neste texto é a pomba.
Meu solitário almoço transcorreu tranquilamente, a despeito do nervosismo que eu estava por ter a mais absoluta certeza que o micro-poodle branco ia, a qualquer momento, levantar a patinha e demarcar território, mijando no pé da mesa e da moça do casal - o que não aconteceu. Devidamente almoçado (sem mensagens subliminares do tipo "eu estava comido" aqui), percorri o curto caminho entre o restaurante e o apartamento que minha família e eu estávamos hospedados. E o fiz distraidamente, sem perceber os perigos pombais que me rondavam.
Cheguei são e salvo, mas fui surpreendido por meus familiares analisando minha roupa, minha cabeça e meu portentoso par de sobrancelhas. Todos intactos.
- Ué, não tás sujo? - perguntaram-me.
- Não. - Respondi - Deveria?
- Olha, eu acabo de levar um banho de cocô de pomba. - Era meu cunhado, a esta altura já de banho tomado e roupa trocada.
Quando vi as roupas que foram mortalmente atingidas pela bazuca anal das pombas, fiquei impressionado: as aves praticamente conseguiram representar a política mundial. A cagada foi de uma agressividade norte-coreana, um estrago químico de uma arma iraniana e um deboche brasileiro, pois quase pude imaginar a pomba dizendo "é só uma marolinha".
E o pior é que a história não acaba aqui. Algum tempo depois, fomos - meu cunhado e eu - dar uma volta com meu sobrinho. Quando saímos, as pombas se alimentavam no chão. Mas quando retornamos...
(Eu juro que é uma história real. Eu juro que vi as pombas fazerem isso. Se eu não tivesse visto com meus próprios olhos, não teria acreditado.)
Quando retornamos, ficamos de olho nos céus, buscando desviar de uma possível mira laser pombal. Avistamos duas pombas no terceiro andar do condomínio onde estávamos, em um buraco onde deveria estar um ar-condicionado, exatamente na calçada onde passávamos. As duas estavam de olho nos transeuntes e também nos avistaram, temos certeza disso. E só temos essa certeza porque, quando vimos as aves, uma delas virou sua bazuca anal em direção ao ponto da calçada onde estávamos prestes a passar. Cientes do perigo que corríamos, resolvemos passar pelo meio da rua.
Acreditem: ao fazermos isso, a pomba desistiu da cagada e recolheu sua bazuca anal, tornando a ficar de olho nos pedestres que passaram. Certamente ela foi avisada pela companheira que meu cunhado e eu não estávamos mais na mira delas. Cientificamente falando, deve ser o primeiro caso de "aborto de cagada pombal" - pelo menos é o primeiro que eu tive notícia. E filosoficamente falando, concluí que a poesia de Dinho é imprecisa.
As pombas não precisam avoar para que seus cus fiquem amirando em nossas cabeças.
As pombas, quando avoam,
por incrível que pareça,
ficam sobrevoando, com seu cu amirando
em nossas cabeças
Daí vem a rajada
de sua bazuca anal;
já tem pomba com mira laser:
o tiro sai sempre fatal
(..)"
Não gosto de textos que comecem com uma citação musical, mas neste caso é inevitável. Talvez poucos saibam disso, mas a composição de Dinho (ex-filósofo, ex-vocalista do Mamonas Assassinas e atual finado) demonstra muito mais que uma anedota popular sobre as pombas, estas nada-higiênicas aves. Afirmo isso porque pude observar, há algumas semanas, o comportamento das pombas - principalmente no que tange o despacho de seus excrementos, a famosa "cagada".
Aconteceu há algumas semanas. Eu estava em Porto Alegre com a minha família, convidados para um casamento que éramos. Era um sábado e eu acordei consideravelmente tarde, o que me impediu de acompanhar meus parentes no almoço em um restaurante próximo. De modo que, quando cheguei ao restaurante, mal tive tempo de dizer "tchau" ao meu cunhado, que era o último a se retirar da mesa. Fiquei ali, almoçando em companhia de meus pensamentos e de um casal em uma mesa próxima, que estavam com um micro-poodle branco, tão micro e tão branco que, se cometesse a indiscrição de subir na mesa, poderia facilmente ser confundido com o punhado de arroz no prato do casal.
Mas divago. O animal em debate neste texto é a pomba.
Meu solitário almoço transcorreu tranquilamente, a despeito do nervosismo que eu estava por ter a mais absoluta certeza que o micro-poodle branco ia, a qualquer momento, levantar a patinha e demarcar território, mijando no pé da mesa e da moça do casal - o que não aconteceu. Devidamente almoçado (sem mensagens subliminares do tipo "eu estava comido" aqui), percorri o curto caminho entre o restaurante e o apartamento que minha família e eu estávamos hospedados. E o fiz distraidamente, sem perceber os perigos pombais que me rondavam.
Cheguei são e salvo, mas fui surpreendido por meus familiares analisando minha roupa, minha cabeça e meu portentoso par de sobrancelhas. Todos intactos.
- Ué, não tás sujo? - perguntaram-me.
- Não. - Respondi - Deveria?
- Olha, eu acabo de levar um banho de cocô de pomba. - Era meu cunhado, a esta altura já de banho tomado e roupa trocada.
Quando vi as roupas que foram mortalmente atingidas pela bazuca anal das pombas, fiquei impressionado: as aves praticamente conseguiram representar a política mundial. A cagada foi de uma agressividade norte-coreana, um estrago químico de uma arma iraniana e um deboche brasileiro, pois quase pude imaginar a pomba dizendo "é só uma marolinha".
E o pior é que a história não acaba aqui. Algum tempo depois, fomos - meu cunhado e eu - dar uma volta com meu sobrinho. Quando saímos, as pombas se alimentavam no chão. Mas quando retornamos...
(Eu juro que é uma história real. Eu juro que vi as pombas fazerem isso. Se eu não tivesse visto com meus próprios olhos, não teria acreditado.)
Quando retornamos, ficamos de olho nos céus, buscando desviar de uma possível mira laser pombal. Avistamos duas pombas no terceiro andar do condomínio onde estávamos, em um buraco onde deveria estar um ar-condicionado, exatamente na calçada onde passávamos. As duas estavam de olho nos transeuntes e também nos avistaram, temos certeza disso. E só temos essa certeza porque, quando vimos as aves, uma delas virou sua bazuca anal em direção ao ponto da calçada onde estávamos prestes a passar. Cientes do perigo que corríamos, resolvemos passar pelo meio da rua.
Acreditem: ao fazermos isso, a pomba desistiu da cagada e recolheu sua bazuca anal, tornando a ficar de olho nos pedestres que passaram. Certamente ela foi avisada pela companheira que meu cunhado e eu não estávamos mais na mira delas. Cientificamente falando, deve ser o primeiro caso de "aborto de cagada pombal" - pelo menos é o primeiro que eu tive notícia. E filosoficamente falando, concluí que a poesia de Dinho é imprecisa.
As pombas não precisam avoar para que seus cus fiquem amirando em nossas cabeças.
Marcadores:
aconteceu
domingo, 31 de outubro de 2010
Weslian, who is?
Engana-se redondamente quem pensa que o Tiririca é o único e maior absurdo destas eleições. O analfabetismo do ex-palhaço não surpreende. Ou vocês não desconfiavam do fato dele não precisar decorar textos no programa humorístico que participava?
Já Weslian, não contente em ter entrado na disputa pelo governo do Distrito Federal a menos de 1 semana das eleições - substituindo nepotismicamente o marido cassado - e desfilado esta sapiência de fazer inveja a Borat, conseguiu votos suficientes para forçar um segundo turno. Como tudo na vida, isso tem um lado positivo: a possibilidade de um novo debate, onde Weslian poderia mandar todo mundo pra puta que pariu e mostrar que aprendeu alguma coisa em pouco mais de 2 semanas.
Mas obviamente isso não aconteceu.
Weslian preferiu desfilar em frente às câmeras toda a sua malemolência, dando continuidade às suas patacoadas e ofuscando o brilho do cinema nacional. Afinal, quem precisa de "Tropa de Elite 2", quando "Weslian Roriz 2, a missão" é muito mais divertido? Se por um lado Tiririca será submetido a um teste para saber se ele é ou não alfabetizado, eu sou da opinião que Weslian Roriz deveria passar por um teste de QI. E tenho quase certeza que o resultado seria algo entre "Erro: QI não encontrado" ou "QI = Joaquim Roriz".
O pensamento de Joaquim é bastante simples: Lula achou uma mulher e ensinou tudo direitinho pra ela. Então, porque não fazer o mesmo com minha própria esposa? É muito mais fácil!
Ledo engano. Weslian tratou de jogar no ralo a teoria feminista que diz que por trás de todo o grande homem existe uma grande mulher. Pra começar, a impressão que eu tenho vendo o vídeo é que ela é menor que eu. E pra terminar, é só ver o que ela faz no vídeo. Vê-la em ação no debate, mais perdida que surdo em bingo, me fez pensar nos pais dos envolvidos. Os pais de Weslian devem pensar algo do tipo:
- Puxa, tanto esforço pra educar essa menina e ela me faz esse papelão... que vergonha para a família.
Já o pai de Joaquim Roriz pensa um pouco diferente e, freudianamente, assume sua parcela de culpa.
- Meu Deus, que decepção. Eu achei que tinha ensinado tudo para o meu filho. Mas não! Como ele foi escolher esta criatura para ser sua esposa? E o pior é que eu tenho culpa nisso. Fui má influência. Escolhi a mulher mais concorrida do prostíbulo pra ser mãe dele.
Marcadores:
suruba eleitoral
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Contos de terror revistos
(...)
"Não havia mais remédio. A donzela, enfeitiçada, rendeu-se ao mestre.
- Venha - disse, oferecendo seu pescoço -. Venha, possua-me. Torna-me imortal, como tu.
Com um olhar possuído, Drácula admirou a cena: a bela donzela, oferecendo seu sangue, fresco, pronto para saciar sua sede, seu prazer. Aproximou-se, os caninos se sobressaindo a cada passo. Tomou a donzela nos braços, deu um grito estridente e cravou os dentes pontiagudos em sua jugular...
... mas ela estava cheia de espinhas no pescoço, e o mestre das trevas acabou com a boca cheia de pus.
- Pelo menos não é alho... - conformou-se Conde Drácula."
------
(...)
"A Lua Cheia denunciava: a noite daquela sexta estava chegando, fatídica e inevitável. Seus raios e sua energia atingiram o jovem rapaz, dando início à transformação. As orelhas cresceram assustadoramente; a boca tomou, pouco a pouco, formato de focinho, largo, com dentes furiosamente ameaçadores. Os pêlos...
... não apareceram em sua plenitude.
Os pêlos tanto das pernas como dos braços e do tórax estavam muitíssimo bem aparados. Uma testemunha jurou que o suvaco estava completamente depilado. A sobrancelha estava muito bem desenhada, e, quando as unhas cresceram, revelaram a ausência de cutículas e um esmalte cor-de-café da Impala.
Jorge, o caçula da família, irmão de sete meninas, era metrossexual. No dia anterior, havia visitado um salão de beleza, onde depilou as partes íntimas, o suvaco e fez mãos e patas.
Uivou satisfeito para a Lua Cheia e foi atacar o galinheiro do vizinho. Com todo o cuidado, para não estragar as unhas."
------
(...)
"Quando puxou a alavanca, um raio cortou o céu noturno, iluminando a chuva que caía sem dar trégua lá fora. No laboratório, uma risada histérica denunciou que Victor Frankenstein havia chegado ao seu perigoso objetivo.
Ria, ria descontroladamente, excitado com seu sucesso. A monstruosa criatura ainda jazia na cama, deitada. Lentamente abriu os olhos e lançou um olhar furtivo, de estranhamento, para o seu criador.
- Levanta-te e anda, meu filho! - ordenou Victor Frankenstein, cada vez mais excitado, achando-se Jesus Cristo.
O monstro, preguiçosamente cerrando os olhos, virou-se para o lado e resmungou:
- Só mais cinco minutinhos..."
"Não havia mais remédio. A donzela, enfeitiçada, rendeu-se ao mestre.
- Venha - disse, oferecendo seu pescoço -. Venha, possua-me. Torna-me imortal, como tu.
Com um olhar possuído, Drácula admirou a cena: a bela donzela, oferecendo seu sangue, fresco, pronto para saciar sua sede, seu prazer. Aproximou-se, os caninos se sobressaindo a cada passo. Tomou a donzela nos braços, deu um grito estridente e cravou os dentes pontiagudos em sua jugular...
... mas ela estava cheia de espinhas no pescoço, e o mestre das trevas acabou com a boca cheia de pus.
- Pelo menos não é alho... - conformou-se Conde Drácula."
------
(...)
"A Lua Cheia denunciava: a noite daquela sexta estava chegando, fatídica e inevitável. Seus raios e sua energia atingiram o jovem rapaz, dando início à transformação. As orelhas cresceram assustadoramente; a boca tomou, pouco a pouco, formato de focinho, largo, com dentes furiosamente ameaçadores. Os pêlos...
... não apareceram em sua plenitude.
Os pêlos tanto das pernas como dos braços e do tórax estavam muitíssimo bem aparados. Uma testemunha jurou que o suvaco estava completamente depilado. A sobrancelha estava muito bem desenhada, e, quando as unhas cresceram, revelaram a ausência de cutículas e um esmalte cor-de-café da Impala.
Jorge, o caçula da família, irmão de sete meninas, era metrossexual. No dia anterior, havia visitado um salão de beleza, onde depilou as partes íntimas, o suvaco e fez mãos e patas.
Uivou satisfeito para a Lua Cheia e foi atacar o galinheiro do vizinho. Com todo o cuidado, para não estragar as unhas."
------
(...)
"Quando puxou a alavanca, um raio cortou o céu noturno, iluminando a chuva que caía sem dar trégua lá fora. No laboratório, uma risada histérica denunciou que Victor Frankenstein havia chegado ao seu perigoso objetivo.
Ria, ria descontroladamente, excitado com seu sucesso. A monstruosa criatura ainda jazia na cama, deitada. Lentamente abriu os olhos e lançou um olhar furtivo, de estranhamento, para o seu criador.
- Levanta-te e anda, meu filho! - ordenou Victor Frankenstein, cada vez mais excitado, achando-se Jesus Cristo.
O monstro, preguiçosamente cerrando os olhos, virou-se para o lado e resmungou:
- Só mais cinco minutinhos..."
Marcadores:
não sei definir essa tag
terça-feira, 20 de julho de 2010
Por dentro
Ele era um humorista sem muito sucesso. E testava as piadas com sua namorada. "Namorada".
- O japa não viu nada. Tava de olhos meio fechados.
- Ah.
- Que foi? Essa não foi boa? - perguntou ele, meio decepcionado.
- Foi sim.
- Mas você não riu.
- Ri sim. Eu ri por dentro, amor.
Mas era um humorista meio vingativo.
- E aí querido, foi bom pra você?
- Ô.
- Sério mesmo?
- Sério.
- Mas você nem gozou.
- Gozei sim, amor. É que eu gozei por dentro.
O que ele não sabia é que ela era uma namorada - "namorada" - meio vingativa, também. Engravidou pouco tempo depois - sabe-se lá de quem. E aproveitou pra jogar a culpa nele.
- Grávida?
- É. E é teu.
- Mas eu...
- Gozou por dentro, não lembra?
- O japa não viu nada. Tava de olhos meio fechados.
- Ah.
- Que foi? Essa não foi boa? - perguntou ele, meio decepcionado.
- Foi sim.
- Mas você não riu.
- Ri sim. Eu ri por dentro, amor.
Mas era um humorista meio vingativo.
- E aí querido, foi bom pra você?
- Ô.
- Sério mesmo?
- Sério.
- Mas você nem gozou.
- Gozei sim, amor. É que eu gozei por dentro.
O que ele não sabia é que ela era uma namorada - "namorada" - meio vingativa, também. Engravidou pouco tempo depois - sabe-se lá de quem. E aproveitou pra jogar a culpa nele.
- Grávida?
- É. E é teu.
- Mas eu...
- Gozou por dentro, não lembra?
Marcadores:
conversas,
não sei definir essa tag
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Fazendo gol e... dançando?
Vocês sabem, sou um guri de imaginação muito fértil. Eu diria que a probabilidade de meu cérebro ser adubado com esterco de búfalo seria bastante plausível, mas eu não lembro de alguma vez ter comido carne de búfalo. Quanto mais cocô.
(Isso considerando que o fato de rebatizar o cocô e chamá-lo de "esterco" faça com que ele realmente tenha propriedades fertilizantes. Pra mim é tudo jogada de marketing de gente que quer sacanear a nossa cara, e a maior prova disso é a lenda que diz que caca de galinha faz crescer barba.)
Enfim, onde eu estava?
Ah sim, sou um guri de imaginação fértil. Hoje mesmo minha imaginação funcionou a milhões. Assistindo o jogo da Seleção Brasileira contra o Chile pela Copa do Mundo, via Robinho em ação e imaginava que dancinha escrota o rapaz ia executar, caso marcasse um gol.
Se fosse eu a comemorar um tento, baixaria em mim o espírito tradicionalista gaúcho, e eu dançaria a chula. Mazá!
Mas aí eu lembrei que ontem, depois do Fantástico, a Globo exibiu o filme "This Is It", do finado ídolo dançante Michael Jackson. Mas bah tchê, não há chula que bata uma dança do Michael Jackson! E pronto. Decidi que, se eu estivesse em campo e marcasse um gol, dançaria They Don't Care About Us. Aquele passo marchando e batendo com a mão direita no peito.
Decisão imaginária tomada, fui tomar meu banho. Porque imaginar demais também é um exercício e me deixa com uma asa do inferno. Neste banho, ao invés de cantar, resolvi me perguntar: será que sei dançar o que me propus dançar caso meu hipotético gol fosse marcado?
Resolvi tirar a prova.
Para o bem de todos e felicidade geral da nação, pensei que não seria bom eu dançar a chula embaixo do chuveiro. Além do espaço reduzido do box, dançar a chula em um chão escorregadio me faria não apenas quebrar meu próprio corpo, mas também o banheiro, o quarto ao lado, a cozinha e a porta do vizinho. Portanto, pelado e molhado, resolvi conferir se não faria feio caso meu hipotético gol fosse marcado com They Don't Care About Us - a tal marcha com a mão direita batendo no peito. E cheguei a uma conclusão:
Sou disparadamente o pior dançarino do mundo.
Sem mais.
(Isso considerando que o fato de rebatizar o cocô e chamá-lo de "esterco" faça com que ele realmente tenha propriedades fertilizantes. Pra mim é tudo jogada de marketing de gente que quer sacanear a nossa cara, e a maior prova disso é a lenda que diz que caca de galinha faz crescer barba.)
Enfim, onde eu estava?
Ah sim, sou um guri de imaginação fértil. Hoje mesmo minha imaginação funcionou a milhões. Assistindo o jogo da Seleção Brasileira contra o Chile pela Copa do Mundo, via Robinho em ação e imaginava que dancinha escrota o rapaz ia executar, caso marcasse um gol.
Se fosse eu a comemorar um tento, baixaria em mim o espírito tradicionalista gaúcho, e eu dançaria a chula. Mazá!
Mas aí eu lembrei que ontem, depois do Fantástico, a Globo exibiu o filme "This Is It", do finado ídolo dançante Michael Jackson. Mas bah tchê, não há chula que bata uma dança do Michael Jackson! E pronto. Decidi que, se eu estivesse em campo e marcasse um gol, dançaria They Don't Care About Us. Aquele passo marchando e batendo com a mão direita no peito.
Decisão imaginária tomada, fui tomar meu banho. Porque imaginar demais também é um exercício e me deixa com uma asa do inferno. Neste banho, ao invés de cantar, resolvi me perguntar: será que sei dançar o que me propus dançar caso meu hipotético gol fosse marcado?
Resolvi tirar a prova.
Para o bem de todos e felicidade geral da nação, pensei que não seria bom eu dançar a chula embaixo do chuveiro. Além do espaço reduzido do box, dançar a chula em um chão escorregadio me faria não apenas quebrar meu próprio corpo, mas também o banheiro, o quarto ao lado, a cozinha e a porta do vizinho. Portanto, pelado e molhado, resolvi conferir se não faria feio caso meu hipotético gol fosse marcado com They Don't Care About Us - a tal marcha com a mão direita batendo no peito. E cheguei a uma conclusão:
Sou disparadamente o pior dançarino do mundo.
Sem mais.
Marcadores:
aconteceu,
não sei definir essa tag
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Chance de polêmica na Igreja
Polícia encontra 38 imagens de santa recheadas com maconha
Tá mal explicada essa história. Tenho certeza que as santas estavam sendo utilizadas em uma procissão contrária às drogas, que ocorria paralelamente à Marcha da Maconha. Os policiais começaram a desconfiar de algo quando os fiéis passaram a dizer "só, irmão" ao invés de "amém". "Pô, essa santa aí, mó da hora meu, podicrê. Só, irmão", rezavam os fiéis, em uníssono.
Se eu fosse da Igreja, investigaria o caso. Se há santas que choram sangue, outras vertem mel e outras choram sangue melado, por que uma santa não pode ter olhos vermelhos, verter maconha por todos os poros e reclamar da larica? Existe milagre pra tudo nessa vida. Não acho correto ligar traficantes a este caso sem, antes, haver uma investigação criteriosa da Igreja.
Eu poderia telefonar para alguma autoridade católica agora e relatar o caso. Tenho certeza que eles se interessariam. Só não o faço por que eu bem me conheço e não resistiria à tentação de fazer outras perguntas.
- Mas, senhor bispo, e a pedofilia na Igreja hein?
- Meu filho, não mude de assunto. Vamos investigar a santa maconheira.
Tá mal explicada essa história. Tenho certeza que as santas estavam sendo utilizadas em uma procissão contrária às drogas, que ocorria paralelamente à Marcha da Maconha. Os policiais começaram a desconfiar de algo quando os fiéis passaram a dizer "só, irmão" ao invés de "amém". "Pô, essa santa aí, mó da hora meu, podicrê. Só, irmão", rezavam os fiéis, em uníssono.
Se eu fosse da Igreja, investigaria o caso. Se há santas que choram sangue, outras vertem mel e outras choram sangue melado, por que uma santa não pode ter olhos vermelhos, verter maconha por todos os poros e reclamar da larica? Existe milagre pra tudo nessa vida. Não acho correto ligar traficantes a este caso sem, antes, haver uma investigação criteriosa da Igreja.
Eu poderia telefonar para alguma autoridade católica agora e relatar o caso. Tenho certeza que eles se interessariam. Só não o faço por que eu bem me conheço e não resistiria à tentação de fazer outras perguntas.
- Mas, senhor bispo, e a pedofilia na Igreja hein?
- Meu filho, não mude de assunto. Vamos investigar a santa maconheira.
Marcadores:
aconteceu,
rapidinhas
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Desmascarando uma piada baseada em mentiras
Algumas pessoas me perguntam se as situações engraçadinhas que eu escrevo inserindo-me como personagem principal são verídicas. Bem, algumas sim, outras não.
É que, como eu detesto perder piada, costumo fazê-las mesmo que tenha que mentir pra isso. Só pra fazer rir - ou tentar. Mas muita gente não entende isso.
"Cacete, esse guri é um viciado louco! Não tinha Sorinan no banho e ele cheirou shampoo anti-caspa! Será que ele queria tirar a caspa dos pêlos do nariz?", dirão alguns.
Ora, é fácil perceber que isso tudo é uma grande mentira. O segredo é parar e analisar, fria e racionalmente, todas as informações:
1- Eu não estava exatamente debaixo do chuveiro. Eu estava um pouco mais à frente, devido ao direcionamento da água.
2- Eu não tateei atrás do Sorinan, porque eu sabia que ele não estava ali. Isso ocorre porque eu não tenho o depreciável hábito de tomar banho em sua companhia. Logo, a teoria que me taxa de "viciado louco" é infundada.
3- Eu não uso Sorinan. Uso Neosoro. Às vezes, Multisoro.
4- Eu não tenho shampoo anti-caspa, haja visto a ausência de caspa neste rico couro cabeludo.
A única verdade nessa piadinha é que eu quase morri sufocado no banho. Se me baseasse apenas em verdades, a piada sairia mais ou menos assim:
"Quase morri sufocado tomando banho. Desejei ardentemente meu Neosoro, mas ele estava no quarto. Tive uma vontade louca de cheirar meu shampo anti-quedas que uso no meu rico couro-carecudo, mas mantive firme minha consciência, muito embora a falta de oxigênio estivesse me exaurindo e aguentei até o fim do banho.
Enxuguei-me com cuidado e corri pelado até a cabeceira da minha cama, onde meu Neosoro aguardava-me fielmente. Tive a impressão de vê-lo de calcinha fio-dental vermelha, mas creio que isso foi fruto de uma alucinação causada pela falta de oxigênio em meu cérebro, aliada a uma provável crise de abstinência."
Mas não fiz essa piada no Twitter, porque tem bem mais de 140 caracteres aí. Então preferi mentir pra não perder a piada.
É que, como eu detesto perder piada, costumo fazê-las mesmo que tenha que mentir pra isso. Só pra fazer rir - ou tentar. Mas muita gente não entende isso.
"Cacete, esse guri é um viciado louco! Não tinha Sorinan no banho e ele cheirou shampoo anti-caspa! Será que ele queria tirar a caspa dos pêlos do nariz?", dirão alguns.
Ora, é fácil perceber que isso tudo é uma grande mentira. O segredo é parar e analisar, fria e racionalmente, todas as informações:
1- Eu não estava exatamente debaixo do chuveiro. Eu estava um pouco mais à frente, devido ao direcionamento da água.
2- Eu não tateei atrás do Sorinan, porque eu sabia que ele não estava ali. Isso ocorre porque eu não tenho o depreciável hábito de tomar banho em sua companhia. Logo, a teoria que me taxa de "viciado louco" é infundada.
3- Eu não uso Sorinan. Uso Neosoro. Às vezes, Multisoro.
4- Eu não tenho shampoo anti-caspa, haja visto a ausência de caspa neste rico couro cabeludo.
A única verdade nessa piadinha é que eu quase morri sufocado no banho. Se me baseasse apenas em verdades, a piada sairia mais ou menos assim:
"Quase morri sufocado tomando banho. Desejei ardentemente meu Neosoro, mas ele estava no quarto. Tive uma vontade louca de cheirar meu shampo anti-quedas que uso no meu rico couro-carecudo, mas mantive firme minha consciência, muito embora a falta de oxigênio estivesse me exaurindo e aguentei até o fim do banho.
Enxuguei-me com cuidado e corri pelado até a cabeceira da minha cama, onde meu Neosoro aguardava-me fielmente. Tive a impressão de vê-lo de calcinha fio-dental vermelha, mas creio que isso foi fruto de uma alucinação causada pela falta de oxigênio em meu cérebro, aliada a uma provável crise de abstinência."
Mas não fiz essa piada no Twitter, porque tem bem mais de 140 caracteres aí. Então preferi mentir pra não perder a piada.
Marcadores:
aconteceu
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Substituam as agulhas
Perdoem-me por qualquer erro de digitação nesse texto. É que estou com um braço seriamente lesionado. Hoje à tarde fui ferido com gravidade por uma brutal agulha, ao ser vacinado contra a gripe H1N1 Influenza A Suína de nobre coração que vai todos os dias ao bosque recolher lenha.
Meu braço ficou com uma marca de sangue horrorosa. Se alguém estiver olhando para o meu braço a uma distância menor que meio metro, é capaz de enxergar um ponto vermelho-sangue a olho nu. Um absurdo. Falo da marca da tortura, e não da nudez do olho. Este é livre pra ficar pelado caso esta ideia lhe passe pela telha. Ou pela córnea.
Não é novidade para ninguém o asco que tenho de agulhas, este medieval, arcaico e ultrapassado instrumento que finge ser uma bênção da humanidade, mas que é um instrumento de tortura. E não venham dizer que medo de agulha é coisa de viado. Achar normal ou até prazeiroso que um ferrinho fique te furando é que é coisa de viado. Brrrr.
Enfim, fui vacinado. Uma agulha cruel perfurou meu braço, e o de tantos outros cidadãos inocentes, unicamente porque a humanidade é preguiçosa e acomodada, não se permitindo pensar em alternativas menos bárbaras para vacinação, extração de sangue e enfeites coloridos ou metálicos pelo corpo. Eu mesmo, momentos antes de ser metralhado pela impiedosa agulha, tentei - em vão - sugerir algumas alternativas às moças que manusearam o antiquado e perfurante instrumento metálico.
Perguntei, primeiramente, se não havia uma versão da vacina em gotinhas. Lastimavelmente, não há. Fica, então, a ideia às autoridades de saúde nacional. Abriria, inclusive, a possibilidade de uma campanha de vacinação muito mais atraente. Pensemos: uma vacina de gotinhas poderia contar com o simpático Zé Gotinha como garoto-propaganda. Gota-propaganda, no caso. Com uma agulha, que simpático ser teríamos como garoto-propaganda? O Zé Agulhinha? Caríssimos: agulhas não atraem a atenção de crianças, nem de cabeludos barbudos de 26 anos.
Alguém argumentará que o sabor da vacina deve ser terrível, o que inviabiliza a possibilidade de ser administrada via oral. Pois lhes digo: isso não é desculpa para uma humanidade que se acostumou a utilizar chá de boldo para amenizar os efeitos de uma simples dor de barriga ou de uma mera ressaca.
Ainda assim, pensei nessa possibilidade: as moças que aplicavam a vacina não iriam administrá-la via oral por causa de um possível gosto ruim. Sugeri então que a solução anti-gripe-porca fosse adicionada a um saboroso suco, quiçá de laranja, ou mesmo à uma saborosa caipirinha tradicionalmente brazuca. Essa ideia foi descartada por uma das moças:
- Nem pensar. Depois de tomar a vacina, tem que ficar 24 horas sem beber nada alcoólico.
Ora! Além de ter meu braço metralhado, ainda tenho meus direitos de degustar cerveja tolhidos por causa de uma vacina? Pensei se a tal vacina teria seu efeito anulado ou mesmo produzisse um efeito colateral grave se eu ingerisse alguma bebida alcoólica, mas não tardei a perceber que essa ideia não tem muito sentido. Sabe-se que o álcool é um líquido eficaz na tarefa de matar germes, bactérias, fungos, rastros de bom senso analítico de beleza alheia, motoristas sem noção e outros bichinhos nocivos à nossa saúde. Aliado à uma fórmula que previne a Influenza A, teríamos um exército praticamente imbatível correndo em nossas veias, em prol de nossa saúde!
Fica, pois, novamente a dica: adicionar a fórmula da vacina a líquidos consumíveis. Eu, por exemplo, acharia interessante ser vacinado contra a Influenza A tomando chimarrão. Afinal, o amargo é um velho, inseparável e fiel amigo.
Eu sei, vocês dirão que eu estou exagerando, já que sou doador de sangue. Mas a própria doação de sangue pode ser repensada, com o objetivo de eliminar a agulha do procedimento. Por exemplo: se estou bem informado, e se não é uma lenda babaca (se for, dane-se, quero escrever esse parágrafo em paz, me deixem), há uma técnica de yoga onde a pessoa faz certos movimentos com a barriga que permite uma melhor digestão, e oferece até a possibilidade de comer mais, mesmo depois de satisfeito!
Pois bem: e se existisse uma técnica de yoga que, após alguns movimentos do abdômen, permitisse expelir sangue pela uretra, sem prejuízos à saúde? A agulha estaria eliminada!
Poderíamos, também, criar um sistema de colheita de sangue a domicílio. Por exemplo, digamos que eu esteja na cozinha, preparando um almoço, cortando distraidamente, sei lá, cebola ou tomate, e de repente ZAP! Um corte grande aparece no meu dedo. Lamentaríamos, xingaríamos e só então nos dirigiríamos ao telefone.
- Alô, é do Hemocentro? Eu cortei o dedo aqui e tá saindo bastante sangue. Quero doar. É A positivo.
Infelizmente, tudo isso é um doce sonho da minha mente. E sonhar não impediu que meu braço fosse impiedosamente furado por uma agulha, com o único intuito de me tornar imune a uma gripe que surgiu em porcos. Quer dizer que agora eu não preciso mais usar camisinhas com porcos? Oh, estou tão animado que quase dormi enquanto escrevia essa frase.
Posso comer bacon à vontade, inclusive estragado? Opa, assim tá melhor.
Meu braço ficou com uma marca de sangue horrorosa. Se alguém estiver olhando para o meu braço a uma distância menor que meio metro, é capaz de enxergar um ponto vermelho-sangue a olho nu. Um absurdo. Falo da marca da tortura, e não da nudez do olho. Este é livre pra ficar pelado caso esta ideia lhe passe pela telha. Ou pela córnea.
Não é novidade para ninguém o asco que tenho de agulhas, este medieval, arcaico e ultrapassado instrumento que finge ser uma bênção da humanidade, mas que é um instrumento de tortura. E não venham dizer que medo de agulha é coisa de viado. Achar normal ou até prazeiroso que um ferrinho fique te furando é que é coisa de viado. Brrrr.
Enfim, fui vacinado. Uma agulha cruel perfurou meu braço, e o de tantos outros cidadãos inocentes, unicamente porque a humanidade é preguiçosa e acomodada, não se permitindo pensar em alternativas menos bárbaras para vacinação, extração de sangue e enfeites coloridos ou metálicos pelo corpo. Eu mesmo, momentos antes de ser metralhado pela impiedosa agulha, tentei - em vão - sugerir algumas alternativas às moças que manusearam o antiquado e perfurante instrumento metálico.
Perguntei, primeiramente, se não havia uma versão da vacina em gotinhas. Lastimavelmente, não há. Fica, então, a ideia às autoridades de saúde nacional. Abriria, inclusive, a possibilidade de uma campanha de vacinação muito mais atraente. Pensemos: uma vacina de gotinhas poderia contar com o simpático Zé Gotinha como garoto-propaganda. Gota-propaganda, no caso. Com uma agulha, que simpático ser teríamos como garoto-propaganda? O Zé Agulhinha? Caríssimos: agulhas não atraem a atenção de crianças, nem de cabeludos barbudos de 26 anos.
Alguém argumentará que o sabor da vacina deve ser terrível, o que inviabiliza a possibilidade de ser administrada via oral. Pois lhes digo: isso não é desculpa para uma humanidade que se acostumou a utilizar chá de boldo para amenizar os efeitos de uma simples dor de barriga ou de uma mera ressaca.
Ainda assim, pensei nessa possibilidade: as moças que aplicavam a vacina não iriam administrá-la via oral por causa de um possível gosto ruim. Sugeri então que a solução anti-gripe-porca fosse adicionada a um saboroso suco, quiçá de laranja, ou mesmo à uma saborosa caipirinha tradicionalmente brazuca. Essa ideia foi descartada por uma das moças:
- Nem pensar. Depois de tomar a vacina, tem que ficar 24 horas sem beber nada alcoólico.
Ora! Além de ter meu braço metralhado, ainda tenho meus direitos de degustar cerveja tolhidos por causa de uma vacina? Pensei se a tal vacina teria seu efeito anulado ou mesmo produzisse um efeito colateral grave se eu ingerisse alguma bebida alcoólica, mas não tardei a perceber que essa ideia não tem muito sentido. Sabe-se que o álcool é um líquido eficaz na tarefa de matar germes, bactérias, fungos, rastros de bom senso analítico de beleza alheia, motoristas sem noção e outros bichinhos nocivos à nossa saúde. Aliado à uma fórmula que previne a Influenza A, teríamos um exército praticamente imbatível correndo em nossas veias, em prol de nossa saúde!
Fica, pois, novamente a dica: adicionar a fórmula da vacina a líquidos consumíveis. Eu, por exemplo, acharia interessante ser vacinado contra a Influenza A tomando chimarrão. Afinal, o amargo é um velho, inseparável e fiel amigo.
Eu sei, vocês dirão que eu estou exagerando, já que sou doador de sangue. Mas a própria doação de sangue pode ser repensada, com o objetivo de eliminar a agulha do procedimento. Por exemplo: se estou bem informado, e se não é uma lenda babaca (se for, dane-se, quero escrever esse parágrafo em paz, me deixem), há uma técnica de yoga onde a pessoa faz certos movimentos com a barriga que permite uma melhor digestão, e oferece até a possibilidade de comer mais, mesmo depois de satisfeito!
Pois bem: e se existisse uma técnica de yoga que, após alguns movimentos do abdômen, permitisse expelir sangue pela uretra, sem prejuízos à saúde? A agulha estaria eliminada!
Poderíamos, também, criar um sistema de colheita de sangue a domicílio. Por exemplo, digamos que eu esteja na cozinha, preparando um almoço, cortando distraidamente, sei lá, cebola ou tomate, e de repente ZAP! Um corte grande aparece no meu dedo. Lamentaríamos, xingaríamos e só então nos dirigiríamos ao telefone.
- Alô, é do Hemocentro? Eu cortei o dedo aqui e tá saindo bastante sangue. Quero doar. É A positivo.
Infelizmente, tudo isso é um doce sonho da minha mente. E sonhar não impediu que meu braço fosse impiedosamente furado por uma agulha, com o único intuito de me tornar imune a uma gripe que surgiu em porcos. Quer dizer que agora eu não preciso mais usar camisinhas com porcos? Oh, estou tão animado que quase dormi enquanto escrevia essa frase.
Posso comer bacon à vontade, inclusive estragado? Opa, assim tá melhor.
Marcadores:
aconteceu,
não sei definir essa tag
terça-feira, 6 de abril de 2010
Apreciador contumaz
Ele era um apreciador contumaz de cerveja.
- Se eu quero mais cerveja? Ora, contumaz, melhor. - sempre dizia.
- Se eu quero mais cerveja? Ora, contumaz, melhor. - sempre dizia.
Marcadores:
rapidinhas,
trocadalhos do carilho
quarta-feira, 24 de março de 2010
Do céu ao inferno
Os mais incautos ou os menos agraciados pela sorte de nascer em Pelotas não sabem, mas a noite pelotense sempre reserva surpresas para seus habitantes. Eu escrevo bonito demais, diz aí.
Noite úmida e nem tão fria na cidade. Um Palio de cor marrom meio areia-caganeira, carregando umas 4 moças, pára em um cruzamento. E eis que uma das moças, no banco de trás, abre o vidro e berra para o único transeunte da rua (eu):
- Tu é meu sonho erótico!
Viro-me para apreciar o rosto da gentil donzela, mas não consigo ver muito mais que o sorriso da dona da voz, uma loirinha, dentro de um carro em movimento, que logo some pela rua transversal a que eu estava. Fico realmente impressionado. Como eu escrevo bonito!
Um turbilhão de pensamentos minha cabeça. O que será que ela viu em mim? Será que meu andar está mais gracioso? Será que meu desodorante está fazendo o efeito que aparece na propaganda? Será que meu cabelo resistiu ao vento e ficou impecavelmente hipnotizante? O que será que ela bebeu e fumou?
É lógico que eu posso pensar que fui avacalhado ironicamente, porque meu caminhar não é lá muito elegante. Eu diria que se estivesse num concurso de modelos e a primeira prova fosse o desfile, eu seria desclassificado no segundo ou terceiro passo dado na passarela. Mas não, não penso que fui avacalhado. Afinal, de quando em vez meu ego também necessita de uma massagem terapêutica.
Sigo caminhando, torcendo para o tal Palio areia-caganeira passe por mim de novo, o que me daria a chance de conhecer minha pretendente e contar-lhe as novidades: lista de convidados do nosso casamento, um padre com agenda livre para abençoar-nos semana que vem, essas coisas. Mas o Palio não passa. Se sonhar não custa nada, a moça é uma tremenda pão-dura, porque só se limitou a sonhar eroticamente comigo. Mas nem isso tira meu título de "Bonitão da rua" - a despeito da total ausência de concorrentes na rua.
Uma quadra depois, o carro que passa por mim é um... um... sei lá, não lembro. 20 ou 30 metros adiante, o motorista do dito carro manobra para colocar o veículo dentro de sua garagem e pára - mas não abre o portão. Sigo caminhando, o carro segue parado em frente ao portão que segue sem ser aberto. O sujeito só abre o portão, via controle remoto, depois de eu passar por ele.
Decerto o rapaz achou que eu, no alto do meu metro e pouquinho, estava pronto pra correr portão adentro, roubar seus pertences, dar uns catas não-autorizados em sua filha, depois na esposa, limpar a geladeira e fazer sua conta de telefone ir à extratosfera com uma ligação para um telessexo de São Tomé e Príncipe. E ainda encontrar tempo para chutar o cachorro e xingar o juiz de algum jogo que provavelmente estava sendo reprisado no SporTV.
Numa quadra, uma moçoila diz que eu sou o sonho erótico dela. Na outra, um rapaz julga que eu tenho talento físico para ser um assaltante em potencial.
Fui do céu ao inferno em poucos minutos, em poucas quadras.
Noite úmida e nem tão fria na cidade. Um Palio de cor marrom meio areia-caganeira, carregando umas 4 moças, pára em um cruzamento. E eis que uma das moças, no banco de trás, abre o vidro e berra para o único transeunte da rua (eu):
- Tu é meu sonho erótico!
Viro-me para apreciar o rosto da gentil donzela, mas não consigo ver muito mais que o sorriso da dona da voz, uma loirinha, dentro de um carro em movimento, que logo some pela rua transversal a que eu estava. Fico realmente impressionado. Como eu escrevo bonito!
Um turbilhão de pensamentos minha cabeça. O que será que ela viu em mim? Será que meu andar está mais gracioso? Será que meu desodorante está fazendo o efeito que aparece na propaganda? Será que meu cabelo resistiu ao vento e ficou impecavelmente hipnotizante? O que será que ela bebeu e fumou?
É lógico que eu posso pensar que fui avacalhado ironicamente, porque meu caminhar não é lá muito elegante. Eu diria que se estivesse num concurso de modelos e a primeira prova fosse o desfile, eu seria desclassificado no segundo ou terceiro passo dado na passarela. Mas não, não penso que fui avacalhado. Afinal, de quando em vez meu ego também necessita de uma massagem terapêutica.
Sigo caminhando, torcendo para o tal Palio areia-caganeira passe por mim de novo, o que me daria a chance de conhecer minha pretendente e contar-lhe as novidades: lista de convidados do nosso casamento, um padre com agenda livre para abençoar-nos semana que vem, essas coisas. Mas o Palio não passa. Se sonhar não custa nada, a moça é uma tremenda pão-dura, porque só se limitou a sonhar eroticamente comigo. Mas nem isso tira meu título de "Bonitão da rua" - a despeito da total ausência de concorrentes na rua.
Uma quadra depois, o carro que passa por mim é um... um... sei lá, não lembro. 20 ou 30 metros adiante, o motorista do dito carro manobra para colocar o veículo dentro de sua garagem e pára - mas não abre o portão. Sigo caminhando, o carro segue parado em frente ao portão que segue sem ser aberto. O sujeito só abre o portão, via controle remoto, depois de eu passar por ele.
Decerto o rapaz achou que eu, no alto do meu metro e pouquinho, estava pronto pra correr portão adentro, roubar seus pertences, dar uns catas não-autorizados em sua filha, depois na esposa, limpar a geladeira e fazer sua conta de telefone ir à extratosfera com uma ligação para um telessexo de São Tomé e Príncipe. E ainda encontrar tempo para chutar o cachorro e xingar o juiz de algum jogo que provavelmente estava sendo reprisado no SporTV.
Numa quadra, uma moçoila diz que eu sou o sonho erótico dela. Na outra, um rapaz julga que eu tenho talento físico para ser um assaltante em potencial.
Fui do céu ao inferno em poucos minutos, em poucas quadras.
Marcadores:
aconteceu
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
O revés de Joãozinho
Não há dúvidas. Joãozinho é uma criança que nenhum casal gostaria de ter como filho. É o tipo de criança que faz pais e mães caírem em depressão, desespero e choro; faz qualquer pessoa madura se jogar nas drogas, lamentando-se: "onde foi que eu errei?".
Apesar de ser tão novo - não passa dos nove anos -, a vida de Joãozinho é mundialmente conhecida. Sua biografia escolar e pessoal é largamente relatada em piadas, que alavancaram outras personalidades infantis como Juquinha.
Joãozinho é terrível. Seus pais não o largaram na sarjeta mais próxima por temerem represálias não apenas do Conselho Tutelar, mas também do próprio Joãozinho. Não sei vocês, mas eu nem quero imaginar do que esse piá seria capaz se fosse movido pelo desejo de vingança. Resta saber se ele vai se vingar do revés que acaba de sofrer de seus pais.
Sim. Joãozinho acaba de sofrer um revés. Tudo começou naquela bela tarde de sol, quando ele estava entendiado, sem grande imaginação, quando resolveu fazer o que mais sabe: tirar as pessoas da sua tranquilidade. Dirigiu-se até a sala, onde seus pais assistiam SuperNanny, em busca de uma luz salvadora, e fez um pedido aos pais:
- Pai, mãe, quero uma mochila nova.
- Uma mochila nova, Joãozinho?
- Sim.
Um pedido simples, aparentemente inocente. Porém, de um instante para o outro, transformou-se em um desejo no mínimo insólito.
- Que mochila, filho?
- Ah, uma bem diferente. Quero que seja do Harry Potter, porque eu gostei muito de ler o livro.
- E quando tu leste o livro?
- Nunca. Mas isso não interessa. Como eu dizia, quero que seja do Harry Potter. E tem que ser do Sonic, também. É meu game preferido. E tem que fazer referência ao Pelé ou ao Maradona. Algo que tenha, assim, o número 10. E, como eu sou um menino muito politizado, quero que tenha algo do Obama. Quero prestar minha solidariedade ao negão.
- Que vocabulário rebuscado. Onde tu aprendeste isso?
- Lendo Harry Potter.
- Mas tu não leste...
- Não interessa. E aí, quando vou ter minha mochila nova?
- Mas onde diabos eu vou achar uma mochila dessas, guri? - protestou o pai.
- Como é que eu vou saber? - retrucou Joãozinho. - Isso é tarefa de pai. Pais é que fazem tudo e que são heróis.
- Mas...
- Nah! Enquanto eu não tiver minha mochila, nunca mais volto pro colégio. Ou melhor, volto. Mas aí eu dou um jeito de contar pra professora o que vocês fazem no quarto, e como é a vista do papai abaixando no banheiro pra catar o sabonete. - Dito isto, Joãozinho recolheu-se aos seus aposentos. Sua tarefa - incomodar - já estava devidamente cumprida.
Os pais estavam aterrorizados com a chantagem. Foram para o quarto, mas não dormiram. Ficaram pensando em tudo. Na privacidade que perderiam. Em Joãozinho, que estava cada vez mais impossível.
- Querido, não sei mais o que fazer com essa criança.
- Pois é.
- Acho que vou chamar a SuperNanny. Viu que hoje ela...
- Não. Não quero passar vergonha em rede nacional.
- Mas onde vamos arranjar uma mochila daquelas?
- Deixa. Eu dou um jeito.
- Como? Que jeito?
- Deixa comigo. Eu dou um jeito.
Na manhã seguinte, Joãozinho ficou recolhido em seu quarto, onde almoçou em frente ao computador, jogando Sonic pela primeira vez na vida. Seu turno no colégio era à tarde, e pouco antes do horário de aula, ouviu seu pai berrar seu nome. Solícito como ele só, desceu as escadas, cantando vitória, sabendo que não iria para a escola, exibindo seu sorriso radiante, quando...
... estaqueou ao fim dos degraus. Aos poucos, ficou boquiaberto e nem parecia que, instantes antes, havia um sorriso irreverente e sádico por ali. Os olhos não piscavam. Pelo contrário: abriam-se cada vez mais, e estava fixos em um ponto. Por um instante, o guri aparentou ser atingido pela bola de gelo do Sub-Zero. A boca, agora completamente aberta, não conseguiu pronunciar nada inteligente.
- Mas... mas...
- Vamos. Tás atrasado pro colégio.
- Mas... mas...
- Vamos. Já arrumei teu material.
- Mas...
- Não enrola, guri. Ou te dou uma tunda.
E foram. Pela primeira vez na vida paterna, o pai se sentia triunfante. Joãozinho passou os dois anos seguintes explicando para os coleguinhas - para Juquinha, inclusive - o porquê daquela mochila. O pai só permitiu a troca quando a imagem do Sonic e o "Obama" estavam irreconhecíveis pelo desgaste.
A SuperNanny havia sido poupada.
Apesar de ser tão novo - não passa dos nove anos -, a vida de Joãozinho é mundialmente conhecida. Sua biografia escolar e pessoal é largamente relatada em piadas, que alavancaram outras personalidades infantis como Juquinha.
Joãozinho é terrível. Seus pais não o largaram na sarjeta mais próxima por temerem represálias não apenas do Conselho Tutelar, mas também do próprio Joãozinho. Não sei vocês, mas eu nem quero imaginar do que esse piá seria capaz se fosse movido pelo desejo de vingança. Resta saber se ele vai se vingar do revés que acaba de sofrer de seus pais.
Sim. Joãozinho acaba de sofrer um revés. Tudo começou naquela bela tarde de sol, quando ele estava entendiado, sem grande imaginação, quando resolveu fazer o que mais sabe: tirar as pessoas da sua tranquilidade. Dirigiu-se até a sala, onde seus pais assistiam SuperNanny, em busca de uma luz salvadora, e fez um pedido aos pais:
- Pai, mãe, quero uma mochila nova.
- Uma mochila nova, Joãozinho?
- Sim.
Um pedido simples, aparentemente inocente. Porém, de um instante para o outro, transformou-se em um desejo no mínimo insólito.
- Que mochila, filho?
- Ah, uma bem diferente. Quero que seja do Harry Potter, porque eu gostei muito de ler o livro.
- E quando tu leste o livro?
- Nunca. Mas isso não interessa. Como eu dizia, quero que seja do Harry Potter. E tem que ser do Sonic, também. É meu game preferido. E tem que fazer referência ao Pelé ou ao Maradona. Algo que tenha, assim, o número 10. E, como eu sou um menino muito politizado, quero que tenha algo do Obama. Quero prestar minha solidariedade ao negão.
- Que vocabulário rebuscado. Onde tu aprendeste isso?
- Lendo Harry Potter.
- Mas tu não leste...
- Não interessa. E aí, quando vou ter minha mochila nova?
- Mas onde diabos eu vou achar uma mochila dessas, guri? - protestou o pai.
- Como é que eu vou saber? - retrucou Joãozinho. - Isso é tarefa de pai. Pais é que fazem tudo e que são heróis.
- Mas...
- Nah! Enquanto eu não tiver minha mochila, nunca mais volto pro colégio. Ou melhor, volto. Mas aí eu dou um jeito de contar pra professora o que vocês fazem no quarto, e como é a vista do papai abaixando no banheiro pra catar o sabonete. - Dito isto, Joãozinho recolheu-se aos seus aposentos. Sua tarefa - incomodar - já estava devidamente cumprida.
Os pais estavam aterrorizados com a chantagem. Foram para o quarto, mas não dormiram. Ficaram pensando em tudo. Na privacidade que perderiam. Em Joãozinho, que estava cada vez mais impossível.
- Querido, não sei mais o que fazer com essa criança.
- Pois é.
- Acho que vou chamar a SuperNanny. Viu que hoje ela...
- Não. Não quero passar vergonha em rede nacional.
- Mas onde vamos arranjar uma mochila daquelas?
- Deixa. Eu dou um jeito.
- Como? Que jeito?
- Deixa comigo. Eu dou um jeito.
Na manhã seguinte, Joãozinho ficou recolhido em seu quarto, onde almoçou em frente ao computador, jogando Sonic pela primeira vez na vida. Seu turno no colégio era à tarde, e pouco antes do horário de aula, ouviu seu pai berrar seu nome. Solícito como ele só, desceu as escadas, cantando vitória, sabendo que não iria para a escola, exibindo seu sorriso radiante, quando...
... estaqueou ao fim dos degraus. Aos poucos, ficou boquiaberto e nem parecia que, instantes antes, havia um sorriso irreverente e sádico por ali. Os olhos não piscavam. Pelo contrário: abriam-se cada vez mais, e estava fixos em um ponto. Por um instante, o guri aparentou ser atingido pela bola de gelo do Sub-Zero. A boca, agora completamente aberta, não conseguiu pronunciar nada inteligente.
- Mas... mas...
- Vamos. Tás atrasado pro colégio.
- Mas... mas...
- Vamos. Já arrumei teu material.
- Mas...
- Não enrola, guri. Ou te dou uma tunda.
E foram. Pela primeira vez na vida paterna, o pai se sentia triunfante. Joãozinho passou os dois anos seguintes explicando para os coleguinhas - para Juquinha, inclusive - o porquê daquela mochila. O pai só permitiu a troca quando a imagem do Sonic e o "Obama" estavam irreconhecíveis pelo desgaste.
A SuperNanny havia sido poupada.
Marcadores:
não sei definir essa tag,
rapidinhas
domingo, 17 de janeiro de 2010
John, o destemido
Abençoada seja a internet. Não é de hoje que o cyberespaço chama a atenção do mundo e não é à toa que revolucionou o planeta. É graças à internet que, em tempo real, recebemos exemplos de coragem, força, valentia, superação e tantos outros valores que podemos carregar para as nossas vidas. Só na internet ganhamos acesso à representações teatrais de anônimos que ganham proporções bíblicas.
Como é o caso de John.
John é, antes de mais nada, o nome que entendi ser berrado no vídeo abaixo, lá por 1min e 40seg. O tal vídeo já é um clássico internético e certamente os que me lêem já viram. Se não, convido-os à assistir o drama de John, que teve sua conta em "World of Warcraft" cruelmente apagada por sua própria mãe.
Seus olhos não encheram de lágrimas só de imaginar essa triste situação? É, os meus também não.
Em primeiro lugar, podemos notar uma forte presença de amor fraterno. O irmão de John, comovido com o drama do rapaz, trata de gravar a cena, para que uma das maiores representações da história artística não se perca no interior de um quarto isolado.
Sim, senhores. É uma das maiores representações da história artística. Jamais vi, em toda a história do cinema, alguém representar tão bem um ser humano afetado pela maldição do lobisomem. A imagem capta o exato momento em que John é atingido pelos raios da lua cheia, se vocês não perceberam.
Em segundo lugar, John mostra com clareza o que é ter vontade e coragem de se atirar em um abismo ou em uma cachoeira. Isso é coisa para poucos, como o acrófobo Harrison Ford em "O Fugitivo". Mas John não tem fama suficiente para ser requisitado para gravar uma cena numa cachoeira, então ele faz isso no interior do seu quarto, no ápice de sua raiva. E tem a sorte que sua cama esteja ali, impedindo que ele esparrame seu focinho no chão do próprio quarto.
Posteriormente, John demonstra ser um rapaz educado. Mesmo sozinho, ele se esconde para se despir. Não tira a roupa na frente de ninguém - nem dele próprio. E acaba revelando um segredo: uma cueca de coraçõezinhos. Quem nunca sacaneou alguém dizendo "você tem uma cueca de coraçõezinhos"? Então. John é a personificação dessa brincadeira.
Um bom filme dramático costuma ter, entre suas cenas, alguns takes com alto teor erótico. John não esquece desse detalhe em sua atuação e tenta introduzir um controle remoto no próprio rabo. Apesar de aparentemente ter esquecido de tirar sua cueca - de coraçõezinhos -, John demonstra ter chego rapidamente ao orgasmo. Reparem: ele tosse e tenta retomar o fôlego logo após abandonar o controle.
E vocês notaram que, pouco antes de tomar o controle em mãos, ele imita o King Kong? Pois então, PARECE o King Kong, mas não é. Na verdade, aquilo é apenas a externação de seu desejo reprimido, prestes a ser libertado. Puro romance.
A seguir, ele pega um tênis e bate repetidamente em sua própria cabeça, vociferando contra a própria porta. Alguém aí consegue citar UM exemplo de ato mais destemido? Sua intenção é clara, ao menos para mim: sem World of Warcraft, ele se mostra disposto a ser chutado na cabeça diversas vezes. Quem de vocês seria tão corajoso? Eu confesso que jamais terei essa coragem.
E o que dizer de sua representação de uma convulsão em cima da cama? Eu não tenho palavras para elogiar tamanho preciosismo. Em seguida, alguém chama seu nome. Reparem na força extrema que ele faz para conter sua raiva e não descarregá-la no ser humano mais próximo. Soberbo! Que rapaz de nobre coração! E não falo aqui dos coraçõezinhos em sua cueca.
Lógico que, educado como poucos, ele vai atender o chamado. Mas não sem antes terminar de descarregar sua raiva na forma de um violentíssimo soco, capaz de não apenas quebrar sua mão, mas também de alterar a órbita do nosso planeta. Para a nossa sorte, a cama estava lá e amorteceu esse impacto que poderia nos levar à extinção.
John lutou contra o mundo. Jogou-se no abismo que era sua cama, não se importa em usar cueca de coraçõezinhos, fez amor com um controle remoto, dá violentos socos em um colchão.
Caríssimos: incomodo em lhes perguntar por que vocês ainda não estão aplaudindo John?
Como é o caso de John.
John é, antes de mais nada, o nome que entendi ser berrado no vídeo abaixo, lá por 1min e 40seg. O tal vídeo já é um clássico internético e certamente os que me lêem já viram. Se não, convido-os à assistir o drama de John, que teve sua conta em "World of Warcraft" cruelmente apagada por sua própria mãe.
Seus olhos não encheram de lágrimas só de imaginar essa triste situação? É, os meus também não.
Em primeiro lugar, podemos notar uma forte presença de amor fraterno. O irmão de John, comovido com o drama do rapaz, trata de gravar a cena, para que uma das maiores representações da história artística não se perca no interior de um quarto isolado.
Sim, senhores. É uma das maiores representações da história artística. Jamais vi, em toda a história do cinema, alguém representar tão bem um ser humano afetado pela maldição do lobisomem. A imagem capta o exato momento em que John é atingido pelos raios da lua cheia, se vocês não perceberam.
Em segundo lugar, John mostra com clareza o que é ter vontade e coragem de se atirar em um abismo ou em uma cachoeira. Isso é coisa para poucos, como o acrófobo Harrison Ford em "O Fugitivo". Mas John não tem fama suficiente para ser requisitado para gravar uma cena numa cachoeira, então ele faz isso no interior do seu quarto, no ápice de sua raiva. E tem a sorte que sua cama esteja ali, impedindo que ele esparrame seu focinho no chão do próprio quarto.
Posteriormente, John demonstra ser um rapaz educado. Mesmo sozinho, ele se esconde para se despir. Não tira a roupa na frente de ninguém - nem dele próprio. E acaba revelando um segredo: uma cueca de coraçõezinhos. Quem nunca sacaneou alguém dizendo "você tem uma cueca de coraçõezinhos"? Então. John é a personificação dessa brincadeira.
Um bom filme dramático costuma ter, entre suas cenas, alguns takes com alto teor erótico. John não esquece desse detalhe em sua atuação e tenta introduzir um controle remoto no próprio rabo. Apesar de aparentemente ter esquecido de tirar sua cueca - de coraçõezinhos -, John demonstra ter chego rapidamente ao orgasmo. Reparem: ele tosse e tenta retomar o fôlego logo após abandonar o controle.
E vocês notaram que, pouco antes de tomar o controle em mãos, ele imita o King Kong? Pois então, PARECE o King Kong, mas não é. Na verdade, aquilo é apenas a externação de seu desejo reprimido, prestes a ser libertado. Puro romance.
A seguir, ele pega um tênis e bate repetidamente em sua própria cabeça, vociferando contra a própria porta. Alguém aí consegue citar UM exemplo de ato mais destemido? Sua intenção é clara, ao menos para mim: sem World of Warcraft, ele se mostra disposto a ser chutado na cabeça diversas vezes. Quem de vocês seria tão corajoso? Eu confesso que jamais terei essa coragem.
E o que dizer de sua representação de uma convulsão em cima da cama? Eu não tenho palavras para elogiar tamanho preciosismo. Em seguida, alguém chama seu nome. Reparem na força extrema que ele faz para conter sua raiva e não descarregá-la no ser humano mais próximo. Soberbo! Que rapaz de nobre coração! E não falo aqui dos coraçõezinhos em sua cueca.
Lógico que, educado como poucos, ele vai atender o chamado. Mas não sem antes terminar de descarregar sua raiva na forma de um violentíssimo soco, capaz de não apenas quebrar sua mão, mas também de alterar a órbita do nosso planeta. Para a nossa sorte, a cama estava lá e amorteceu esse impacto que poderia nos levar à extinção.
John lutou contra o mundo. Jogou-se no abismo que era sua cama, não se importa em usar cueca de coraçõezinhos, fez amor com um controle remoto, dá violentos socos em um colchão.
Caríssimos: incomodo em lhes perguntar por que vocês ainda não estão aplaudindo John?
Marcadores:
aconteceu,
caiu na net,
não sei definir essa tag
Assinar:
Postagens (Atom)