segunda-feira, 19 de abril de 2010

Desmascarando uma piada baseada em mentiras

Algumas pessoas me perguntam se as situações engraçadinhas que eu escrevo inserindo-me como personagem principal são verídicas. Bem, algumas sim, outras não.

É que, como eu detesto perder piada, costumo fazê-las mesmo que tenha que mentir pra isso. Só pra fazer rir - ou tentar. Mas muita gente não entende isso.


"Cacete, esse guri é um viciado louco! Não tinha Sorinan no banho e ele cheirou shampoo anti-caspa! Será que ele queria tirar a caspa dos pêlos do nariz?", dirão alguns.

Ora, é fácil perceber que isso tudo é uma grande mentira. O segredo é parar e analisar, fria e racionalmente, todas as informações:

1- Eu não estava exatamente debaixo do chuveiro. Eu estava um pouco mais à frente, devido ao direcionamento da água.
2- Eu não tateei atrás do Sorinan, porque eu sabia que ele não estava ali. Isso ocorre porque eu não tenho o depreciável hábito de tomar banho em sua companhia. Logo, a teoria que me taxa de "viciado louco" é infundada.
3- Eu não uso Sorinan. Uso Neosoro. Às vezes, Multisoro.
4- Eu não tenho shampoo anti-caspa, haja visto a ausência de caspa neste rico couro cabeludo.

A única verdade nessa piadinha é que eu quase morri sufocado no banho. Se me baseasse apenas em verdades, a piada sairia mais ou menos assim:

"Quase morri sufocado tomando banho. Desejei ardentemente meu Neosoro, mas ele estava no quarto. Tive uma vontade louca de cheirar meu shampo anti-quedas que uso no meu rico couro-carecudo, mas mantive firme minha consciência, muito embora a falta de oxigênio estivesse me exaurindo e aguentei até o fim do banho.

Enxuguei-me com cuidado e corri pelado até a cabeceira da minha cama, onde meu Neosoro aguardava-me fielmente. Tive a impressão de vê-lo de calcinha fio-dental vermelha, mas creio que isso foi fruto de uma alucinação causada pela falta de oxigênio em meu cérebro, aliada a uma provável crise de abstinência."

Mas não fiz essa piada no Twitter, porque tem bem mais de 140 caracteres aí. Então preferi mentir pra não perder a piada.
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