É difícil crer naquela máxima do esporte, que diz "corpo são, mente sã". Basta olhar para os jogadores de futebol: é uma tarefa hercúlea encontrar algum que saiba escrever corretamente um bilhete que diga "já volto".
Mas tudo bem, é sacanagem minha restringir a análise de inteligência de atletas apenas aos jogadores de futebol. E foi com isso em mente que eu estava assistindo ontem uma matéria no SporTV, falando sobre o Prêmio Brasil Olímpico, onde alguns repórteres estavam vagando pelos bastidores do evento, horas antes deste ter início.
Eis que a repórter se aproximou de uma menina para entrevistá-la. A guria era atleta do pentatlo, uma modalidade que, por si só, poderia revelar que seu praticante não bate muito bem das ideias. O pentatleta é, no mínimo um sujeito pra lá de indeciso. Com certeza fica pensando: "Não sei que esporte praticar. Ah, quer saber? Vou fazer todos. Dane-se."
"Não seja tão ranzinza", repreendi-me, "dá uma chance pra guria mostrar sua inteligência". Fiz isso sem dificuldade, e a guria acabou mostrando o seu valor: expressava-se com desenvoltura, com um ótimo vocabulário e tudo o mais. O mais incrível era o seu sotaque nordestino, o que dá um tremendo chute na bunda daquela ideia pré-concebida que todos os nordestinos têm dificuldade de aprendizado e são burros a dar com um pau - em duas palavras, "tremendamente imbecis". Esse ano aprendemos que não: tremendamente imbecis foram os paulistas que fizeram daquele palhaço nordestino - que tem um QI 2 pontos maior que uma garrafa de plástico - o deputado mais votado do país. Mas divago.
Enfim, a pentatleta se saiu muitíssimo bem. Fiquei surpreso: eis uma atleta inteligente! Há esperanças no mundo!
Então os repórteres continuaram vagando pelos bastidores, e encontraram o judoca Leandro Guilheiro, que era um dos três indicados ao prêmio de melhor atleta olímpico do Brasil entre os homens. A repórter, louca de faceira, abordou-o:
- E está aqui um dos candidatos ao prêmio de melhor atleta do ano, Leandro Guilheiro, do judô! Ele tá aí, querendo dar um ippon nos outros dois concorrentes, que são o César Cielo, da natação, e o Murilo, do vôlei. Não é mesmo, Guilheiro?
Percebam, a abordagem dela foi cheia de simpatia e humor. Certamente estava treinando para o teste para o elenco da "Praça É Nossa".
O judoca, percebendo a sagacidade da moça, resolveu que seria uma ótima ideia ser simpático e bem humorado também. Entre sorrisos, respondeu:
- É, pois é, eles são grandes, mas não são dois - brincou. Que rapaz destemido este Leandro Guilheiro, hein?! É capaz de encarar gente maior que ele!
Mas... se César Cielo e Murilo não são dois, são o quê? Duas? Ou são a mesma pessoa?
Atenção Comitê Olímpico Internacional, fica o alerta para esta fraude.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
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