São Paulo Fashion Week tá aí. Ou tava? Já passou? Ou é a Fashion Week do Rio de Janeiro?
Por esse primeiro parágrafo, acho que dá pra perceber que eu não sou muito ligado em moda. Mas qualquer sonolento incauto pode pensar que eu sou um alienado e não sei o que tá se passando à minha volta, ao redor do mundo, ou que mega-evento de moda está acontecendo no Sudeste do país onde moro.
Então vamos deixar as coisas um pouco mais claras: eu não entendo patavina de moda. Eu não entendo bulhufas de moda. Eu não entendo PORRA NENHUMA de moda. Eu não me ofenderia se me chamassem de "consultor de moda do Falcão" - o cantor, e não o ex-jogador e comentarista global. O máximo que eu retrucaria é "viado é tu, seu bixa".
Ainda não ficou muito claro? Ok, vamos a um exemplo prático e verídico.
Cenário: sala de professores de um badalado instituto de ensino médio. Lá encontra-se um pequeno garoto cabeludo. Ele está estudando. Seu nome é... Pequeno Garoto. Uma professora chega cheia de sacolas e as deposita sobre a mesa. Começa a retirar delas um monte de panos e objetos de lã, fazendo comentários com sabe-se lá quem - comigo, talvez. Digo, com Pequeno Garoto.
- Ai, olha esse, que lindo! E esse então? Nossa, a moça que faz isso é ótima! Puxa, esse tá muito bonito!
Tentei... digo, Pequeno Garoto tentou ser simpático. Humildemente SIMPÁTICO.
- É mesmo... o que é isso? Aqueles enfeites pra cortinas? Como é que se pendura? Que diferente né?
- É, diferente sim... mas isso é pra USAR NO PESCOÇO...
Se estiver calado, Pequeno Garoto deve ser o sujeito mais simpático do universo.
(Aliás, tou aqui pensando como REALMENTE não entendo nada de moda: de onde eu... digo, de onde Pequeno Garoto tirou esse negócio de "enfeite pra cortina"? Isso existe?)
segunda-feira, 22 de junho de 2009
sábado, 13 de junho de 2009
Nome feio
Ter um nome feio é um negócio especial. Cada sala de aula, por exemplo, pode ter 3 Felipes e 4 Rodrigos, e eles serão reconhecidos por nome e sobrenome. Alguém com um nome incomum e feio, não. Não é todo mundo que pode se gabar de ter a necessidade irrefutável de repetir o próprio nome quinze vezes em resposta à pergunta "qual seu nome?" - e terminar mostrando um documento que explique visualmente o que a gente não conseguiu explicar verbalmente.
Apesar de eu ter falado bonito, muita gente vai ler esse primeiro parágrafo, compará-lo com o título do post e pensar "pombas, achei que o texto seria sobre palavrões. E seria bem melhor que fosse sobre palavrões mesmo, afinal que moral o Egídio tem pra apontar o dedo pra alguém e dizer que o nome desse alguém é feio?".
De fato, ter "Egídio" como nome não é exatamente uma graça de Deus. Mas é justamente por isso que eu tenho capacidade pra falar. É como se eu tivesse especialização em nomes escrotos - só que, ao invés de passar por uma faculdade, eu simplesmente nasci com essa sapiência, essa autoridade. Eu tenho moral para falar de nomes escrotos porque convivo diariamente neste submundo. Eu praticamente sinto o cheiro de um nome fedorento quando ouço um.
No meu caso, nome escroto é basicamente uma tradição familiar. Eu sou o terceiro Egídio da minha árvore genealógica e o segundo em seqüência - o que me adiciona um "Júnior" ao final do meu nome completo - todo mundo ri disso, mas eu acho sensacional ter um "Júnior" acrescido ao meu nome. Acho... salvador.
Mas então. Certa feita estava eu no supermercado com minha mãe, quando uma voz feminina sensualíssima anunciou no alto-falante:
- Egídio Pizarro, favor comparecer à secretaria.
(Antes de continuar, eu sugiro que vocês, leitores, pensem com muito carinho sobre piadas com relação ao meu nome. "Egípcio Bizarro Cigarro Pigarro Pisado" não é nem um pouco criativo. Pelo menos metade do colégio onde eu estudava chegou na frente de vocês e gastou a maioria dessas piadas.)
"Pronto", pensei. "Descobriram que eu roubei um Fandangos sabor queijo e a dona da voz sensual quer que eu divida o salgadinho com ela na cama". Sabem o que é pior? Eu sequer havia cogitado roubar um Fandangos sabor queijo. Não havia surrupiado nada do supermercado. Até porque eu prefiro Fandangos sabor presunto. Mais: eu não me deixo seduzir unicamente por uma voz. Vai que ela tenha a voz bonita, mas seja uma cópia feminina do Michael Jackson cheio de plásticas depois da guerra?
E sabem o que é mais pior de ruim ainda? Minha mãe, uma das principais responsáveis pelo meu nome, percebeu o cagaço que levei e ria como se não houvesse amanhã. Como se pensasse "hehe, zoei". Depois de parar de rir, ela me explicou que "Egídio" é uma tradição familiar que não pertence apenas à minha ascendência. Logo, eu não era o único. Havia um outro Egídio Pizarro em outras partes da família, e pelo visto o desgraçado trabalhava no tal supermercado.
A história não acaba aqui. Dia desses estava eu no ex-CEFET gaúcho, atual IFSul. Para entrar lá como visitante e futuro estagiário, como é o caso deste nanico que vos escreve, é necessário ter um cadastro doido - que eu já tinha feito.
- Nome?
- Egídio.
- Do quê?
Em outros tempos, essa seria uma pergunta burra em 100% dos casos. Se eu desse 1 centavo a cada Egídio que encontrassem no mesmo recinto que eu, não daria centavos a ninguém. A não ser no supermercado.
- Egídio, ué. Egídio Pizarro.
- Egídio Delli Pizarro?
Ora, mas que porra de Delli é essa?
- Não, Egídio Pizarro.
- Então. Egídio Delli Pizarro.
- Delli? Que Delli?
Vou contar um negócio sério: eu juro pra vocês que imaginei que o porteiro fosse um viado e estava prestes a me passar uma cantada despudoradamente mais escrota que meu nome. "Delli, de Dellicioso, tou sozinho em casa, benhê".
Felizmente isso não aconteceu. O rapaz fez mais uma pesquisa no banco de dados e mandou:
- Egídio Júnior?
- Isso. Onde tá o Delli?
- É outro Egídio Pizarro que tem por aqui. - e me entregou o crachá.
Se isso não for a definição de "mundo pequeno", eu não sei o que mais pode ser. Nunca imaginei ter motivos para ser alguém admirado, seguido e idolatrado por algum fanático que resolveu se auto-batizar com o meu nome (ou pior, batizar um filho com meu nome), então pergunto: onde diabos anda a criatividade humana para dar nome aos seus filhos?
Apesar de eu ter falado bonito, muita gente vai ler esse primeiro parágrafo, compará-lo com o título do post e pensar "pombas, achei que o texto seria sobre palavrões. E seria bem melhor que fosse sobre palavrões mesmo, afinal que moral o Egídio tem pra apontar o dedo pra alguém e dizer que o nome desse alguém é feio?".
De fato, ter "Egídio" como nome não é exatamente uma graça de Deus. Mas é justamente por isso que eu tenho capacidade pra falar. É como se eu tivesse especialização em nomes escrotos - só que, ao invés de passar por uma faculdade, eu simplesmente nasci com essa sapiência, essa autoridade. Eu tenho moral para falar de nomes escrotos porque convivo diariamente neste submundo. Eu praticamente sinto o cheiro de um nome fedorento quando ouço um.
No meu caso, nome escroto é basicamente uma tradição familiar. Eu sou o terceiro Egídio da minha árvore genealógica e o segundo em seqüência - o que me adiciona um "Júnior" ao final do meu nome completo - todo mundo ri disso, mas eu acho sensacional ter um "Júnior" acrescido ao meu nome. Acho... salvador.
Mas então. Certa feita estava eu no supermercado com minha mãe, quando uma voz feminina sensualíssima anunciou no alto-falante:
- Egídio Pizarro, favor comparecer à secretaria.
(Antes de continuar, eu sugiro que vocês, leitores, pensem com muito carinho sobre piadas com relação ao meu nome. "Egípcio Bizarro Cigarro Pigarro Pisado" não é nem um pouco criativo. Pelo menos metade do colégio onde eu estudava chegou na frente de vocês e gastou a maioria dessas piadas.)
"Pronto", pensei. "Descobriram que eu roubei um Fandangos sabor queijo e a dona da voz sensual quer que eu divida o salgadinho com ela na cama". Sabem o que é pior? Eu sequer havia cogitado roubar um Fandangos sabor queijo. Não havia surrupiado nada do supermercado. Até porque eu prefiro Fandangos sabor presunto. Mais: eu não me deixo seduzir unicamente por uma voz. Vai que ela tenha a voz bonita, mas seja uma cópia feminina do Michael Jackson cheio de plásticas depois da guerra?
E sabem o que é mais pior de ruim ainda? Minha mãe, uma das principais responsáveis pelo meu nome, percebeu o cagaço que levei e ria como se não houvesse amanhã. Como se pensasse "hehe, zoei". Depois de parar de rir, ela me explicou que "Egídio" é uma tradição familiar que não pertence apenas à minha ascendência. Logo, eu não era o único. Havia um outro Egídio Pizarro em outras partes da família, e pelo visto o desgraçado trabalhava no tal supermercado.
A história não acaba aqui. Dia desses estava eu no ex-CEFET gaúcho, atual IFSul. Para entrar lá como visitante e futuro estagiário, como é o caso deste nanico que vos escreve, é necessário ter um cadastro doido - que eu já tinha feito.
- Nome?
- Egídio.
- Do quê?
Em outros tempos, essa seria uma pergunta burra em 100% dos casos. Se eu desse 1 centavo a cada Egídio que encontrassem no mesmo recinto que eu, não daria centavos a ninguém. A não ser no supermercado.
- Egídio, ué. Egídio Pizarro.
- Egídio Delli Pizarro?
Ora, mas que porra de Delli é essa?
- Não, Egídio Pizarro.
- Então. Egídio Delli Pizarro.
- Delli? Que Delli?
Vou contar um negócio sério: eu juro pra vocês que imaginei que o porteiro fosse um viado e estava prestes a me passar uma cantada despudoradamente mais escrota que meu nome. "Delli, de Dellicioso, tou sozinho em casa, benhê".
Felizmente isso não aconteceu. O rapaz fez mais uma pesquisa no banco de dados e mandou:
- Egídio Júnior?
- Isso. Onde tá o Delli?
- É outro Egídio Pizarro que tem por aqui. - e me entregou o crachá.
Se isso não for a definição de "mundo pequeno", eu não sei o que mais pode ser. Nunca imaginei ter motivos para ser alguém admirado, seguido e idolatrado por algum fanático que resolveu se auto-batizar com o meu nome (ou pior, batizar um filho com meu nome), então pergunto: onde diabos anda a criatividade humana para dar nome aos seus filhos?
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sábado, 6 de junho de 2009
Pensando
Artistas são capazes de fazer coisas incríveis no Photoshop. Vejam:
Ver um negócio desses me faz pensar.
Me faz pensar demais.
Ver um negócio desses me faz pensar.
"McDonalds investe em filiais para casas de massagem"
"McDonalds investe em filiais para sex-shops"
"McDonalds investe em novo McLanche Feliz - agora mais feliz do que nunca"
"McDonalds cria novo lanche: MasQueBosta Feliz"
"Nova embalagem do McDonalds reacende polêmica sobre higiente alimentar"
"Pesquisa ilustrada revela: lanches do McDonalds não são bem digeridos pelo organismo"
"Hey garçom, achei um peido no meu lanche!"
"Hey garçom, achei um peido SÓLIDO no meu lanche!"
"Hey garçom, que merda é essa?"
"Quero um McPeido Feliz. Oba, que brinde bacana!"
Me faz pensar demais.
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