sábado, 17 de dezembro de 2011

A mudança de nome do Adriano

Todo mundo viu, inclusive o Rodrigo Cabelo, o Fábio Ice e eu. Sentados numa mesa do bar e restaurante Vila Real, há exatos 5 anos atrás, em 2006, vimos pela TV Fernandão sentindo cãimbras e saindo de campo. Em seu lugar, estava entrando Adriano Gabiru - que 15 minutos depois mudou de nome. Ao meu lado, o Rodrigo, vulgo Cabelo, ficou desolado. E acho que a energia despendida naquele desolamento foi tão grande que proporcionou o momento mais Pai Dináh da minha vida:

- Te acalma, Cabelo. Esse cara vai fazer o gol.

Para uma melhor análise da minha frase, peço que a leiam com ênfase no artigo masculino definido anterior ao substantivo máximo do futebol, porque foi exatamente como eu falei. Eu enfatizei que o sujeito ("esse cara", Gabiru) iria fazer O GOL. E fiz essa profecia unicamente porque eu era megalomaníaco: ao dizer "o gol", com ênfase no "o", estava dizendo que Adriano Gabiru ia dar uma caneta em um adversário, um chapéu no outro, matar a bola no peito e mandar de voleio pro gol. Seria uma obra de arte, o gol dos gols, já que eu, megalomaníaco, havia apostado que a partida terminaria em 3 a 0 para o time capitaneado por Fernandão.

Errei tudo, placar e jogada. Mas não é que eu acertei?



O Gabiru fez o gol. O GOL do Inter contra o Barcelona. Dois minutos depois da minha profecia. Quinze minutos depois, Fernandão virava o Capitão Planeta. E enquanto o Cabelo, o Ice e eu berrávamos ensandecidos pela avenida, o tal de Gabiru já havia mudado de nome: era Adriano Me Perdoa Gabiru.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Crise na Lapônia - A realidade do Papai Noel

LAPÔNIA, Pólo Norte - Parece que a crise do euro ultrapassou as mais gélidas barreiras. O mercado mais proeminente da Lapônia está em crise, ameaçando toda a economia pólo-nortista.

A preocupação surge de todos os lados. "O trabalho do Papai Noel é um saco!", dispara um duende, que não quis se identificar. Um colega é mais controlado e argumenta: "Somos obrigados a trabalhar em 1 mês o que não trabalhamos em 1 ano. É sempre assim, é tudo de última hora. No resto do ano, ficamos à mercê da sorte, fazendo bicos em peças teatrais da Branca de Neve ou fazendo pose ao lado de anões de gesso, em jardins de burgueses.", reclama, também sem se identificar.

As renas são mais resignadas. "Somos obrigadas a fazer milagres. Quem disse que rena voa? Já tentou voar sem asas? É meio difícil.", ironiza a rena Corredora. "Esse negócio de pensar em coisas leves é mais difícil do que se pensa." Mas as reclamações também existem entre os bichos: "Não temos plano de saúde e preciso de um psiquiatra urgente. Sofro de distúrbios de dupla personalidade. Sou uma rena, mas meu nome é Raposa.", desabafa, contendo as lágrimas. Rodolfo aproveita a deixa e acrescenta: "Falam que meu nariz vermelho representa o dom que tenho de guiar o Papai Noel, mas a verdade é que eu vivo gripado. Sou muito sensível a este frio."

Papai Noel mostra-se ciente das reclamações. "Não tenho condições de oferecer algo melhor a eles.", desabafa. "Por duas vezes fui convidado a participar de uma produção hollywoodiana com o Macaulay Culkin, mas o agente de lá simplesmente sumiu e nunca mais retornou minhas ligações. Fiquei à míngua.", revelou.

Ele conta ainda que incentiva seus empregados a procurarem outras atividades durante o ano. "Não posso sustentá-los, então sempre sugiro que atuem em peças teatrais. Mas nem todos se dão bem. Em "Branca de Neve", por exemplo, são apenas sete vagas para todos eles. E para as renas a coisa piora, porque são duas míseras vagas em "Bambi" e outra mísera vaga em "Branca de Neve". E essa nem tem fala, então o cachê é ainda menor."

Sobre as acusações de trabalhar em apenas 1 mês do ano, ele se defende. "Se ninguém faz encomendas durante o ano, o que eu posso fazer? Produzir e deixar tudo estragando no frio? Só recebo pedidos em dezembro, só posso trabalhar em dezembro", explica.

E as perspectivas não são animadoras. "Diante dessa crise, entrei em contato com o Lula pra ele me substituir esse ano. O Barack Obama me disse que o cara é bom, confiei. Estava tudo acertado, tinha esperança que ele ia nos tirar dessa fria. Mas agora ele adoeceu. Fazer o quê?", conforma-se.

Apesar de tantos problemas, o bom velhinho mantém a esperança para o ano que vem - mas mantém o mistério. "Só quem pode falar sobre a minha esperança são os maias.", encerrou.