Dizem que todo o baixinho é invocado. O nanico Davi venceu Golias, o baixinho Átila foi o rei huno que apavorou o Império Romano, o piloto de autorama Napoleão Bonaparte brincou de War com a Europa inteira, sendo imitado pelo pintor de rodapé Adolf Hitler... a história está cheia de baixinhos invocados. Eu particularmente discordo. Acho que nem todo baixinho é invocado. E é melhor que vocês concordem comigo, porque eu sei onde vocês moram. Tá olhando o quê?
Pois parece que agora os baixinhos estão se armando para, novamente, assim como Pinky e Cérebro, tentar conquistar o mundo. O Ministério Público de Goiás chiou e a Justiça Federal mandou: a Aeronáutica não poderá vetar homens e mulheres que tenham baixura ao invés de altura. E nem pessoas casadas, como era de praxe. Parece que a Aeronáutica era uma amante muito ciumenta. "Ou eu ou essa sirigaita", diziam os aviões.
Apesar de eu ser baixinho, essa decisão não é do meu interesse, já que servir na Aeronáutica não é pro meu bico. Tenho acrofobia. Ao contrário do que vocês podem pensar, acrofobia não é ter medo do Acre - afinal, não há como sentir medo de algo que não existe - e sim medo de altura. E, para mim, se passou de um metro e oitenta não é altura: é altitude.
Mesmo assim, manifestarei-me em defesa da classe - já que baixinhos, unidos, jamais serão vencidos e ainda alcançarão o interruptor da luz. A decisão da Justiça Federal me deixou com dúvidas. Ok, baixinhos poderão pilotar aviões de verdade, integrar esquadras aéreas, dominar o mundo, coisa e tal. Mas terão direito a uma daquelas almofadinhas para o banco do avião, iguais às que a minha mãe usava no seu Fusca para enxergar acima do volante, lá pelos idos de 1989? Baixinhos alcançarão nos pedais do avião? Terão aulas de alpinismo para alcançar a cabine?
Acho que o edital da Aeronáutica, a partir de agora, trará funções específicas para candidatos de baixa estatura. Algo como "faxineiro de pneu de avião", "chaveirinho de pára-brisa da cabine", "piloto de aeromodelo com símbolo da FAB" e "piloto da nave da Xuxa" .
Já imagino as futuras manifestações, greves e faixas com palavras de ordem. "Por mais pilhas nos controles remotos!", "Chaveirinho também é gente!", "Por mais paquitas seminuas na Nave da Xuxa!" e "Xuxa, alfabetize a Sasha em português!".
Avante nanicagem! Gigantes, tremei!
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Paleografia
A faculdade é um lugar onde a gente é obrigado a estudar um monte de tranqueiras. E pelo menos metade delas não serão usadas na vida profissional e poderiam ser substituídas por tranqueiras que deveríamos aprender na faculdade, mas não aprendemos.
Porém, de vez em quando podemos aprender algumas tranqueiras por livre e espontânea vontade. Por exemplo: nesse semestre eu escolhi estudar Paleografia. "Mas que porra é essa?", perguntar-me-ão vocês.
Então. É que, há muito tempo atrás, um sujeito - até hoje anônimo - resolveu se rebelar contra as normas de escrita manual. Aparentemente inspirado nos hieróglifos egípcios, esse alguém acabou criando uma técnica de escrita chamada "garrancho ilegível". Essa técnica ganhou uma legião de seguidores e uma sociedade secreta foi formada, tornando o garrancho ilegível popular pelo mundo afora. Atualmente, a sociedade secreta do garrancho ilegível é formada basicamente por médicos - o que faz da paleografia um instinto atávico entre farmacêuticos.
Resumindo: paleografia é o estudo de escritos feitos por gente que caga e anda pra caligrafia.
Tipo assim, ó
Coincidência ou não, essa bagaça aí de cima é um atestado médico. Mais detalhes aqui.
As aulas de Paleografia nos dão grandes ensinamentos. Na última aula, por exemplo, fiquei sabendo que existem muitos documentos que relatam casos de pessoas que "erram o vaso". E o termo médico para o vaso em questão é "ânus".
Aparentemente, sodomia era um "crime" recorrente entre os casais antigos. O sujeito chegava na sua respectiva sujeita e CRÉU!, entrava duro por trás, ao invés de entrar duro na frente. Depois era só dizer "opa, errei o vaso sem querer, me processa".
E esqueçam. "Posso errar o vaso, meu bem?" não é uma cantada caliente. O máximo que a guria vai pensar é que tu vais ao banheiro mijar tudo, menos o vaso. O que isso pode dar é uma piada esquisita no meio de uma festa - e provavelmente apenas o autor da piada irá entender. Cena: a moça pede licença para ir ao banheiro.
- Vai lá. Mas cuidado para não errar o vaso. NOSSA ESSA FOI BOA HEIN ENTENDEU?
Mas voltemos à paleografia. Entre outras utilidades, ela serve como desculpa. Da próxima vez que alguém reclamar daquele livro com letras miudinhas, sugira que a culpa não é da visão nem do óculos, mas sim da falta de estudos de paleografia.
Infelizmente, acho que a Paleografia não tem muito futuro. Hoje em dia todo documento é feito no computador, de modo que os estudos paleográficos no futuro serão feitos em cima das minhas colas para provas de Biologia que eu fazia com fonte 6 ou 7 no meu Segundo Grau.
A aula de Paleografia tem um quê de saudosismo. Quando o professor mostra um slide com um documento parecido com o da imagem acima, começa a apontar as palavras e linhas, ao passo que a turma, em uníssono, recita todo o documento. A cena me faz lembrar da minha primeira série, com a professora apontando as letrinhas e a turma toda berrando "a, bê, cê"...
Sabe, a Paleografia me mantém jovem.
Porém, de vez em quando podemos aprender algumas tranqueiras por livre e espontânea vontade. Por exemplo: nesse semestre eu escolhi estudar Paleografia. "Mas que porra é essa?", perguntar-me-ão vocês.
Então. É que, há muito tempo atrás, um sujeito - até hoje anônimo - resolveu se rebelar contra as normas de escrita manual. Aparentemente inspirado nos hieróglifos egípcios, esse alguém acabou criando uma técnica de escrita chamada "garrancho ilegível". Essa técnica ganhou uma legião de seguidores e uma sociedade secreta foi formada, tornando o garrancho ilegível popular pelo mundo afora. Atualmente, a sociedade secreta do garrancho ilegível é formada basicamente por médicos - o que faz da paleografia um instinto atávico entre farmacêuticos.
Resumindo: paleografia é o estudo de escritos feitos por gente que caga e anda pra caligrafia.
Tipo assim, ó
Coincidência ou não, essa bagaça aí de cima é um atestado médico. Mais detalhes aqui.
As aulas de Paleografia nos dão grandes ensinamentos. Na última aula, por exemplo, fiquei sabendo que existem muitos documentos que relatam casos de pessoas que "erram o vaso". E o termo médico para o vaso em questão é "ânus".
Aparentemente, sodomia era um "crime" recorrente entre os casais antigos. O sujeito chegava na sua respectiva sujeita e CRÉU!, entrava duro por trás, ao invés de entrar duro na frente. Depois era só dizer "opa, errei o vaso sem querer, me processa".
E esqueçam. "Posso errar o vaso, meu bem?" não é uma cantada caliente. O máximo que a guria vai pensar é que tu vais ao banheiro mijar tudo, menos o vaso. O que isso pode dar é uma piada esquisita no meio de uma festa - e provavelmente apenas o autor da piada irá entender. Cena: a moça pede licença para ir ao banheiro.
- Vai lá. Mas cuidado para não errar o vaso. NOSSA ESSA FOI BOA HEIN ENTENDEU?
Mas voltemos à paleografia. Entre outras utilidades, ela serve como desculpa. Da próxima vez que alguém reclamar daquele livro com letras miudinhas, sugira que a culpa não é da visão nem do óculos, mas sim da falta de estudos de paleografia.
Infelizmente, acho que a Paleografia não tem muito futuro. Hoje em dia todo documento é feito no computador, de modo que os estudos paleográficos no futuro serão feitos em cima das minhas colas para provas de Biologia que eu fazia com fonte 6 ou 7 no meu Segundo Grau.
A aula de Paleografia tem um quê de saudosismo. Quando o professor mostra um slide com um documento parecido com o da imagem acima, começa a apontar as palavras e linhas, ao passo que a turma, em uníssono, recita todo o documento. A cena me faz lembrar da minha primeira série, com a professora apontando as letrinhas e a turma toda berrando "a, bê, cê"...
Sabe, a Paleografia me mantém jovem.
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