quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Contos de terror revistos

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"Não havia mais remédio. A donzela, enfeitiçada, rendeu-se ao mestre.

- Venha - disse, oferecendo seu pescoço -. Venha, possua-me. Torna-me imortal, como tu.

Com um olhar possuído, Drácula admirou a cena: a bela donzela, oferecendo seu sangue, fresco, pronto para saciar sua sede, seu prazer. Aproximou-se, os caninos se sobressaindo a cada passo. Tomou a donzela nos braços, deu um grito estridente e cravou os dentes pontiagudos em sua jugular...

... mas ela estava cheia de espinhas no pescoço, e o mestre das trevas acabou com a boca cheia de pus.

- Pelo menos não é alho... - conformou-se Conde Drácula."

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"A Lua Cheia denunciava: a noite daquela sexta estava chegando, fatídica e inevitável. Seus raios e sua energia atingiram o jovem rapaz, dando início à transformação. As orelhas cresceram assustadoramente; a boca tomou, pouco a pouco, formato de focinho, largo, com dentes furiosamente ameaçadores. Os pêlos...

... não apareceram em sua plenitude.

Os pêlos tanto das pernas como dos braços e do tórax estavam muitíssimo bem aparados. Uma testemunha jurou que o suvaco estava completamente depilado. A sobrancelha estava muito bem desenhada, e, quando as unhas cresceram, revelaram a ausência de cutículas e um esmalte cor-de-café da Impala.

Jorge, o caçula da família, irmão de sete meninas, era metrossexual. No dia anterior, havia visitado um salão de beleza, onde depilou as partes íntimas, o suvaco e fez mãos e patas.

Uivou satisfeito para a Lua Cheia e foi atacar o galinheiro do vizinho. Com todo o cuidado, para não estragar as unhas."

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"Quando puxou a alavanca, um raio cortou o céu noturno, iluminando a chuva que caía sem dar trégua lá fora. No laboratório, uma risada histérica denunciou que Victor Frankenstein havia chegado ao seu perigoso objetivo.

Ria, ria descontroladamente, excitado com seu sucesso. A monstruosa criatura ainda jazia na cama, deitada. Lentamente abriu os olhos e lançou um olhar furtivo, de estranhamento, para o seu criador.

- Levanta-te e anda, meu filho! - ordenou Victor Frankenstein, cada vez mais excitado, achando-se Jesus Cristo.

O monstro, preguiçosamente cerrando os olhos, virou-se para o lado e resmungou:

- Só mais cinco minutinhos..."