terça-feira, 7 de julho de 2009

A morte de todo-mundo-já-sabe

Fiquei sabendo que um monte de gente está ansiosa para saber o que eu achei ou como reagi à morte de uma das figuras mais incríveis que já pisaram neste planeta. Aproveito para mandar meus agradecimentos à Ludmila por, sozinha, ser esse monte de gente.

Mas então. Eu realmente fiquei chocado com a morte de um ícone de toda uma geração. Afinal, a Farrah Fawcett era foda e acompanhou vários banhos solitários de muito marmanjo por aí.

Ok, estou brincando. É lógico que eu não vou falar da Farrah Fawcett, mas sim da morte daquele que talvez seja a mais controversa e polêmica personalidade do showbizz. Afinal, o Clodovil era isso mesmo.

Ok, continuo brincando. Tá um pouco tarde pra eu me manifestar sobre a morte do viado mais famoso do Brasil. Até porque já me manifestei sobre essa morte - ou "mutação para purpurina", cientificamente falando - lá no Amigos de Pelotas.

Então, Michael Jackson. Também me manifestei sobre a morte dele no Amigos, mas isso foi semana passada. Depois disso, fiquei sabendo que seu funeral vai ser um evento faraônico. Estão até distribuindo - e vendendo! - ingressos para a cerimônia. O que estão pensando? Que ele vai pular da terra com um bando de dançarinos e emocionar o mundo com seu retorno ao som de Thriller?

Mesmo surpreso, eu acho que Michael já estava meio morto. Antes de anunciar a turnê de despedida, suas principais atividades não tinham a menor ligação com música: balançar filhos em sacadas; andar de máscara cirúrgica; revelar que o relacionamento com seu pai era uma versão caseira de George W. Bush X Saddam Hussein; fazer plásticas e ficar parecendo o Mestre Yoda depois de uma malfadada briga com soqueiras e martelos; ser alvo de pais espertalhões que permitiam que seus filhos dormissem na cama de um cara que estava sendo criança com quarenta e tantos anos...

Quando li que ele fora flagrado em um banheiro feminino no Marrocos trajando uma vestimenta igualmente feminina, eu desisti. Não bastasse o cara poder mudar de cor, ele poderia também mudar de sexo assim, sem mais essa nem aquela?

Nah. Quero lembrar do Jacko de verdade. Do gênio de Thriller, Off The Wall, Bad, Ben; da moonwalk e das coreografias que são o objetivo de todo e qualquer bebum de festas de formatura. Do gênio que ouviu Another One Bites The Dust e falou à Freddie Mercury e sua trupe que eles seriam loucos se não a lançassem como single.

Quero lembrar de Fevereiro de 1993, quando insistentemente pedi um disco à minha mãe. Era o Dangerous, que tenho até hoje, um clássico da carreira de Jacko com as não-menos clássicas Heal The World, Black Or White e Give In To Me - as duas últimas com participação especial de Slash, o mais drogado herói da minha infância.

E o bizarro disso tudo é ter a sensação que essa morte anunciada foi repentina demais. Quando eu saí de casa naquela quinta-feira, o mundo estava normal: Michael ainda estava às voltas com ensaios para a sua cacetada de shows. Quando voltei, cerca de 2 horas depois, Jacko já tinha enfartado, já tinham tentado reanimar o cara, já estava no hospital e já estava morto. Pior: cerca de doze mil e nove piadas já haviam sido pronunciadas.

E eu mal estava digerindo meu X-Enfarto-Sem-Plano-Funeral. O que é uma temeridade, pois vocês devem ter percebido por esse post que a Dona Morte anda inspiradíssima. Clodovil, Farrah Fawcett, Michael Jackson...

Acho que nem quero mais ser famoso.
blog comments powered by Disqus